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Alexandre Lucas. (FOTO | Acervo pessoal). |
Por Alexandre Lucas, Colunista
Brincava com os óculos entre os dedos. Já não enxergava como antes. Sem óculos, fazia careta. Leu Quadrilha, de Drummond, em letras miúdas, e tombou entre as palavras e os labirintos do poeta.
No almoço, escutou histórias de amor — como a quadrilha de Drummond —, mas já não sabia se era amor ou casa bagunçada. Há casas difíceis de definir: onde começa a cozinha, onde termina o quarto. O amor desaba como a casa, mas isso não é regra. É como a água, que nunca é uma só coisa. Histórias são rios: suas águas nunca são as mesmas.
No almoço, comia a fome. Entre o canto dos canários e o som do vento sacudindo as folhas, os lamentos eram a sobremesa da mesa que falava de amor.
Ana que não estava no poema de Drummond, ao contrário de J. Pinto Fernandes, que entrou no final da história — meteu na conversa um tiro no amor.
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