Impeachment de Bolsonaro é a principal medida de saúde pública, diz deputado

 

Depois do colapso na oferta de leitos, Brasil pode ficar sem medicamentos necessários para intubar pacientes. (FOTO/ Marcos Corrêa / PR).

Mesmo com seguidos recordes de mortos pela covid-19 na última semana, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar as medidas restritivas impostas por governos estaduais para conter a pandemia. Nesta quinta-feira (18) o governo federal entrou com ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF), para derrubar decretos dos governos do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul que determinaram restrições de circulação de pessoas. A justificativa é que esse tipo de medida seria de competência exclusiva do presidente.

Diante desse quadro, com ações e omissões do governo Bolsonaro que agravam a crise sanitária do país, de acordo com o deputado federal Jorge Solla (PT-BA) a única saída o seu afastamento do presidente.

Infelizmente, isso é patente, todo povo brasileiro já sabe: a maior medida de saúde pública para reduzir esse desastre que o Brasil está vivendo é o impeachment de Bolsonaro”, disse Solla, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual desta sexta-feira (19).

A sua responsabilidade no genocídio que está se abatendo no país se dá nas duas vias. Na omissão e na ação. Na omissão em viabilizar as aquisições de EPIs, testes em quantidades necessárias. Omissão em contratar as vacinas, quando foram oferecidas. E pela ação, ao tentar impedir que governadores e prefeitos tomem medidas indispensáveis para tentar reduzir a transmissão da doença. Por tentar obstruir medidas tão importantes para salvar a vida das pessoas”, acrescentou.

Isolamento

O quadro tem se agravado com o colapso dos sistemas de saúde em diversos estados. Além disso, os estoques de medicamentos para a intubação de pacientes podem acabar em 20 dias. Apesar desse cenário dramático, o ministério da Saúde tem “se omitido” até mesmo em promover campanhas para orientar a população sobre a importância do isolamento.

“Não tem outra alternativa. Precisamos paralisar a circulação de pessoas. Temos que fazer o lockdown e reduzir o contato entre as pessoas”, disse o deputado, que também é médico sanitarista e foi secretário de Saúde da Bahia.

Vacinas

Solla destacou que é preciso aumentar a compra de imunizantes e, assim, acelerar a vacinação da população. Nesse sentido, ele espera que desta vez o ministério da Saúde não crie empecilhos no repasse de recursos aos estados do Nordeste, que anunciaram a aquisição de 37 milhões de vacinas Sputnik V. Elas deverão ser distribuídas em todo o país, por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI). “A gente espera que não aconteça um impasse, como foi com as vacinas do Butantan.”

Fora da realidade

O parlamentar também destacou que o Congresso Nacional se mostra desconectado da realidade enfrentada pelo país. Nas últimas semanas, foram votados projetos como a Lei do Gás e a PEC 186, que pode congelar os salários dos servidores por 15 anos. São projetos que vão na contramão das medidas necessárias para combater a pandemia.

Diferentemente do ano passado, quando houve a aprovação do auxílio emergencial, ampliando-se seu valor para R$ 600, além de medidas de proteção ao emprego e apoio às pequenas e médias empresas, o Congresso Nacional também tem se omitido, segundo Solla. Desta vez, o valor do novo auxílio, que deve variar entre R$ 175 e R$ 350 é praticamente “irrisório”.

Parece que o Congresso está em outra dimensão, em outro planeta, e não está conectado com a situação real que estamos vivendo”, criticou o parlamentar. “Ontem faleceu o prefeito de Vitória da Conquista, terceira maior cidade do Estado. Faleceu também o senador Major Olímpio. Todos os dias a gente dorme e acorda com notícias de mortes e mais mortes. Não dá para conceber essa pauta de ataque do patrimônio público, essa pauta da elite empresarial e do mercado financeiro. Não vai ter nem um intervalo para tentar salvar a vida dos brasileiros? A mensagem é que eles não se importam.”

Cooperação internacional

Solla destacou, ainda, a necessidade de buscar cooperação internacional para o enfrentamento da crise sanitária no Brasil. Ele destacou o empenho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem apelando a autoridades russas, chinesas e norte-americanas pela liberação de vacinas para o Brasil e outros países mais pobres.

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Com informações da RBA.

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