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Museu Histórico do Crato. (FOTO/ Professor Nicolau Neto). |
Por
Nicolau Neto, editor
Um
prédio secular que já abrigou a Casa de Câmara e de Cadeia do município de
Crato, na região do cariri, nos anos finais do período colonial brasileiro,
hoje é o Museu Histórico.
Boa
parte da História do Crato, do Cariri e do Estado do Ceará está assentada nesse
prédio, tanto que é um dos poucos do cariri a ser tombado (se não for o único)
- mesmo que não permanentemente ainda – pelo Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (Iphan). A nível local e de Estado, o prédio é tombado a
partir da Fundação Cultural José Alves de Figueiredo.
Se
essas documentações que permitem lhe assegurar um lugar de relevância enquanto
patrimônio histórico e cultural do Estado do Ceará estão bem encaminhadas,
falta ainda outro passo de extrema importância. O prédio com mais de dois
séculos necessita urgentemente de reformas. Algumas, como melhoramento do
telhado e manutenção na parte dos acervos foram feitas.
Em
setembro de 2021 foi veiculado no site oficial da prefeitura que havia sido
publicado edital de licitação para contratação dos serviços de engenharia para
reforma do prédio que abriga hoje também o Museu de Artes Vicente Leite. Isso
seria feito mediante contrato de repasse celebrado entre o Ministério do
Turismo/Caixa Econômica Federal e o Município de Crato.
Este
editor esteve hoje em Crato e registrou o prédio. O Secretário Municipal de
Cultura, o ex-vereador Amadeu de Freitas, foi contactado e respondeu que o
museu continua fechado para visitas. E ratificou as informações descritas acima
ao destacar que “a prefeitura do Crato
tenta licitar a reforma desde o ano passado, sem conseguir empresa interessada.”
O
Secretário afirmou ainda que está “empenhado
para realizar a reforma” visando a reabertura dos dois museus.”
A
estrutura do prédio é riquíssima e possui, desde a época em que abrigou a
cadeia pública, construções no formato de cunha apoiadas sobre
papilares/colunas com a finalidade de prender aqueles considerados “mais perigosos”.
O
local tem objetos que remontam aos habitantes indígenas Kariris, tais como
machados, urna funerária, mãos de pilão, armamentos para corte, dentre outros
que foram encontrados durante o processo da reforma da Praça da Sé que precisou
ser escavada. Outros documentos que contam parte da História do Cangaço podem ser vistos por lá.
Localizado
na Rua Senador Pompeu, no entorno da Praça da Sé, o Museu está com suas
estruturas bem comprometidas, o que explica está fechado para visitas. É
preciso um trabalho em equipe envolvendo profissionais de várias áreas para que
o processo de restauração deste importante espaço da memória e da História
cearense não seja destruído. As aulas de História do Cariri, principalmente,
precisam dele.