(Foto: Reprodução/CartaCapital). |
O
que são os direitos humanos? O que os sujeitos desses direitos pensam sobre
eles? No ideário popular, as noções de cidadania e a moral se misturam e se
confundem quando a pergunta aparentemente simples surge. Perguntar (e refletir)
é preciso.
No
Brasil, o principal instrumento para a garantia dos direitos humanos é a
Constituição de 1988. Elaborada em um dos momentos mais prósperos para as
liberdades individuais no País – na derrocada da ditadura civil-militar -, o
documento consagra em seu primeiro artigo o princípio da cidadania, dignidade
da pessoa humana e os valores sociais do trabalho.
Nela
está previsto o direito à vida, à privacidade, à igualdade, à liberdade, além
de outros, conhecidos como direitos humanos. Engana-se quem vê na Constituição
apenas simbolismo. É ela que deve dirigir as ações dos governos, do judiciário,
e de todo a sociedade de maneira mais ampla.
O
coração dos direitos humanos é a compreensão comum de que todos os cidadãos,
independentemente da cor, etnia, credo religioso, sexo ou nacionalidade, devem
ter condições para uma vida digna e livre. Sem eles não é possível participar
plenamente da vida em sociedade e preservar a paz.
Ainda
durante a campanha, o agora presidente eleito Jair Bolsonaro reativou como
capital político o lema ultraconservador “direitos humanos para humanos
direitos”, reforçando a ideia de que existem sujeitos dignos de direitos, e
outros não. Nessa visão, aqueles que não se enquadram em um determinado padrão
moral pré-estabelecido, estarão, portanto, à margem dos direitos fundamentais.
Ao
nomear a evangélica fundamentalista Damares Alves para a nova pasta das Mulheres,
da Família e dos Direitos Humanos, “Bolsonaro transforma em política pública a
ideia pregada durante as eleições de que os direitos sociais serão direcionados
a uma parcela da população, e os dogmas religiosos os princípios dessa
política. Isso é inadmissível, especialmente em um estado laico, como é o
nosso”, explica o ex-ministro dos Direitos Humanos no governo Lula, Paulo
Vannuchi.
A
Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU – elaborada em 1945 (no
pós-guerra) por diversas nações – é um marco da tradição humanista em todo o
mundo. No momento em que o documento completou 70 anos, a CartaCapital foi às
ruas de São Paulo ouvir o que a população entende por direitos humanos e o que
pensa sobre eles.
Se
por um lado a reação a sentença “bandido bom é bandido morto” se manifeste mais
como constrangimento do que como repúdio, a tradição da assistência pública aos
direitos sociais no Brasil – mantidos e fomentados inclusive nos períodos de
exceção – sobrevivem e resistem. (Com
informações de CartaCapital).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!