Redução da Maioridade Penal, o que pensar?, por Nicolau Neto. (Foto: Flávia Regina). |
O
Brasil vem aos poucos aumentando o número de prisioneiros. Atualmente já se
encontra entre os países com a maior população carcerária. Talvez para um
desavisado isto se configure com ações que nos dá mais segurança, ou ainda que
o Brasil esteja inibindo as ações violentas. No entanto, é preciso dizer que
mais prisão não é, nem de longe, sinônimo de segurança, ao passo que elas vêm
significando menos segurança e mais violência. Reduzir a Maioridade é uma
afronta à Constituição, ao Estatuto da Criança e do Adolescente e principalmente
um desrespeito e uma afronta aos direitos da juventude.
As
soluções encontradas pelos governantes, algumas inclusive em análise, não
representam passos que visem à completa solução do problema. Este continua a
ser tratado pelo velho caminho que, diga- se de passagem, somente amenizam o
caso, mas não soluciona. O pior ainda é que este caminho errado trilhado pelas
elites governantes somente se dá contra a massa popular e, infelizmente, depois
do ato consumado.
Diante
deste lastimável cenário e como exemplo do que foi mencionado acima, está
tramitando o projeto de lei que tem como finalidade diminuir a idade penal,
projeto esse do Senador Aluísio Nunes (PSDB). Nesse mesmo espaço encontram-se
algumas propostas de Emenda à Constituição que tramitam na Câmara com o
objetivo de reduzir a maioridade para diversas idades, a saber: 16 anos (PEC
272/04), 14 anos (PEC 169/99), bem como também para 12 anos (PEC 345/04). Vale
deixar claro aqui que de acordo com a redação da PEC 489/05, esta submete o
menor de 18 anos à avaliação psicológica para que o juiz conclua se ele pode ou
não ser punido como adulto.
Nesse
caso, pode - se dizer que as soluções ainda caminham pelo caminho perigoso da
repreensão e punição. A redução da maioridade por exemplo se incluí neste quesito.
Assim, o pais continua reprimindo mais e punindo mais. E essa, simplesmente,
não representa uma sociedade com dignidade, respeito, solidária e
principalmente com justiça para todos, afinal, já é sabido os principais alvos
dessa política de exclusão – negros e negras pobres.
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Nicolau
Neto
é professor; palestrante na área da Educação com temas relacionados a história
e cultura africana e afrodescendente, desigualdades raciais, preconceito
racial, diversidade e relações étnico-raciais; ativista dos direitos civis e
humanos das populações negras; membro do Grupo de Valorização Negra do Cariri
(Grunec); membro da Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe
(ALB/Araripe); servidor público no município de Altaneira, diretor
vice-presidente da Rádio Comunitária Altaneira FM e administrador/editor do
Blog Negro Nicolau (BNN).
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