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(FOTO/ iStock). |
No
dia 12 de outubro, no Santuário Nacional de Aparecida - localizado município de
mesmo nome no interior de São Paulo - milhões de fiéis se reúnem em homenagem à
padroeira do Brasil, representada pela imagem de uma mulher negra. Entre os católicos, Nossa Senhora Aparecida é
muito requisitada por seus fiéis que precisam de ajuda em momentos de aflição.
A
santa se tornou conhecida após o episódio em que sua imagem foi encontrada
pelos pescadores João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia em 1717, no rio
Paraíba do Sul, em São Paulo. Outras versões dizem que essa imagem encontrada
era de Nossa Senhora da Conceição, feita em terracota, com 36 centímetros de
altura e 2,5 quilos.
Ela
veio em dois pedaços: primeiro o corpo e depois a cabeça. A partir desse
encontro ela se tornou ‘Aparecida’. O nome se encaixou perfeitamente e o
episódio se tornou um milagre. Segundo teóricos, a santa teria sido jogada na
água por alguma pessoa que pretendia se livrar da imagem, que já estava
quebrada. Existem pessoas que dizem que um santo quebrado atrai má sorte.
De
acordo com o infográfico criado pelo site do Santuário Nacional e a
historiadora Teresa Pasin, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi esculpida
por volta do ano 1600. “O que sabemos é que a provável pessoa que teria feito a
imagem foi o frei Agostinho de Jesus, em 1600, que se ocupava em modelar na
argila imagens pequenas para ficar dentro de casa da Imaculada Conceição”,
afirma.
O
padre Lucas Emanuel enaltece a beleza e o mistério da padroeira negra. “A
imagem apareceu no momento em que muitos negros eram escravizados. As
divindades não concordam com a escravidão, ao contrário disso, elas querem que
todos nós tenhamos dignidade e liberdade”, pontua.
A
santa libertadora
O
babalorixá Dhill Costa, do Ilé Ọdẹ Maroketu Àṣẹ Ọba, ressalta a ligação da
imagem da santa com uma figura de "libertação" dos negros escravizados.
De acordo com ele, existe também uma representação de liberdade para as
mulheres, que tanto já sofreram com a perseguição.
"Ela é dita como libertadora pela sua audácia feminina, ser a mãe de Jesus, ser destemida, foi uma mulher liberadora, uma mulher de resistência, corajosa, audaciosa, e a mulher brasileira representa muito isso hoje. Ela apareceu em um rio numa imagem preta, o que destaca também o sofrimento da mulher preta", considera.
Associação
com Oxum
Nas
regiões Sudeste e Centro-Oeste do país é comum a associação da padroeira à
orixá Oxum, cultuada pelas religiões de matriz africana e conhecida como a
rainha das águas calmas, símbolo de fertilidade e proteção das mulheres. O
babalorixá, no entanto, explica que se tratam de figuras de religiosidades
distintas.
"Existe
o sincretismo religioso na Umbanda que é uma religião afrodescendente. Já no
Candomblé há Oxum, que é uma divindade africana enquanto Nossa Senhora
Aparecida não é uma divinidade, é uma santa cristã. O Candomblé e o
Cristianismo são completamente diferentes", esclarece.
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Com
informações do Alma Preta.
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