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'Povo sabia que Bolsonaro não gostava de preto, de mulher, e votou mesmo assim', diz Lula. (FOTO/ Reprodução). |
Para
marcar os 19 anos da revista Fórum – que nasceu junto com o primeiro Fórum
Social Mundial, em 2001, em Porto Alegre – o programa Fórum Onze e Meia
entrevistou na manhã desta sexta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Conduzida pelos jornalistas Renato Rovai e Dri Lorenzo, diretor e
editora-executiva da revista, a entrevista reuniu outros especialistas em
diversas áreas. Na entrevista, Lula falou sobre democracia, o futuro do PT, do
Brasil e das esquerdas no país, o governo Bolsonaro, a perseguição jurídico
midiática de que foi vítima nos últimos anos com a Lava Jato.
“O povo sabia que o Bolsonaro não gostava de
preto e votou nele mesmo assim. Sabiam que ele não gostava de mulher e votaram
mesmo assim”, disse o ex-presidente. “Temos
que conversar com as pessoas que embarcaram no discurso do Bolsonaro e tentar
reeducá-las. Trazer elas de volta pra democracia”, ressaltou.
“Inventaram que a tal da carteira verde e
amarela era pra gerar emprego, agora estão inventando essa reforma
administrativa. Cada dia eles vão inventando alguma coisa e assim segue a
política de desmonte”, afirmou, sobre o governo Bolsonaro.
Candidatos
A
escolha do candidato pelo PT para a eleição presidencial de 2022 vai depender
do cenário político do Brasil, avalia Lula. “Não vejo sinais de melhora, não sou desses que acha que Bolsonaro vai
cair. E não vejo a possibilidade de o Brasil melhorar com Bolsonaro”,
afirmou. Ao ser questionado sobre ele ser o nome do PT, respondeu: “Eu gostaria de trabalhar como cabo eleitoral
de outro companheiro”.
Lula
foi diplomático na entrevista ao mencionar o ex-candidato à presidência pelo
PDT, Ciro Gomes, e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). “As pessoas pensam que eu tenho divergências
profundas com o Ciro Gomes. A gente tem mais divergência pelo jeito de se
comportar. Eu sempre disse publicamente que eu tenho respeito pelo Ciro. Ele
sempre foi muito leal ao meu governo, apesar das divergências pontuais que
temos. E temos que aprender a conviver com elas. O Ciro não precisa gostar de
mim e eu não preciso gostar dele, nós temos que nos respeitar”, disse.
E afirmou
que os governadores do PT também estão qualificados para disputar as eleições. “O Flávio Dino está qualificado para ser
candidato, o Ciro está qualificado. Como eu vou dizer que não? Mas não posso
dizer que Haddad não dá, que meus governadores não estão.”
O
petista elogiou ainda a deputada federal Marília Arraes (PT-PE). “Ela está preparada para ganhar as eleições.
Estou muito feliz com a candidatura. Ela é o retrato da mulher ocupando seu
espaço sem pedir licença. A Marília é porreta, boa de briga. E o Recife tem
muito forte a marca do PT.” A deputada foi sacada da disputa para o governo
de Pernambuco, em 2018, quando liderava as pesquisas. Na ocasião, a articulação
tinha como alvo o apoio do PSB ao PT.
Operação Lava Jato
O
ex-presidente Lula chamou o procurador Deltan Dallagnol de fujão. No início da
semana, Dallagnol deixou o cargo de coordenador da força-tarefa da Lava Jato,
depois de ter as denúncias contra ele arquivadas pelo Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP). E que agora são alvo de recurso. Em vídeo nas redes
sociais, o procurador alegou que precisava de mais tempo com a família devido a
doença da filha.
“Me perdoe, mas o Dallagnol se esconder
atrás de uma doença, da filha dele, para poder justificar a saída…”,
criticou Lula. “Se ela estiver doente,
que Deus a ajude, porque eu tenho pela filha dele o respeito que ele não teve
pelo meu neto que morreu com 6 anos de idade. Quero que ele saiba disso. Mas
ele não merece um milímetro de respeito. Não tem dignidade, não tem caráter. É
fujão”, completou o ex-presidente.
“Tem político neste país que não submerge
quando tem crítica. Eu gosto de aparecer para mostrar quem está mentindo. Hoje
está provado que o (ex-juiz Sergio) Moro foi mentiroso. Hoje está provado que o
Dallagnol foi mentiroso”, disse Lula, durante a entrevista, ao condenar a
cobertura da TV Globo e a operação Lava Jato, que, segundo ele, buscaram
destruir a sua imagem e o Partido dos Trabalhadores.
Na entrevista, Lula fala do futuro
Os
novos governos do PT, de acordo com o ex-presidente Lula, não podem ter medo de
chamar o povo para decidir seu futuro. “Temos
que pensar no futuro da população. Como vai ser o emprego depois da pandemia.
Se depender desse governo, não precisa mais de previdência, carteira
profissional, a CLT”, advertiu.
Para
Lula, pensar no futuro é criar um novo discurso e não ter medo de envolver a
sociedade. “Não tem que ter medo de
chamar a juventude pra discutir política. Temos que aceitar esse desafio e
colocar a juventude. Não temos que ter medo de ouvir a juventude, pois em
várias coisas eles sabem mais do que nós.”
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Com
informações da Revista Fórum e da RBA.
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