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(FOTO/ Jean Baptiste Debret/ Reprodução). |
Neste
domingo, 7 de setembro, o país completará 198 anos da "separação de
Portugal", que para muitos é vista como "independência". É
preciso discutir esse sentido de "independência”.
Quais
personagens - além de Pedro de Alcântara, Leopoldina e José Bonifácio -
participaram desse processo?
Como
anda as situações das mulheres, das mulheres negras, do negro, dos indígenas,
da comunidade LGBTQ+?
Como
anda essas discussões nas escolas e nas universidades?
Quais
direitos foram conquistados e quantos ainda estão por conquistar?
Até
que ponto se pode falar em "independência?”.
Aliás,
qual Independência? Heroísmo de D. Pedro e Leopoldina? A escravização foi
mantida. Veio à dependência de outros países, como a Inglaterra. A situação
ruim da grande maioria da população não escravizada foi mantida. Como falar que
7 de setembro de 1822 houve independência?
Essas
perguntas são importantes para que não se alimente uma história romântica e que
nega outras histórias; que não questiona o fato da manutenção da escravização.
Para
o professor de História da Universidade Regional do Cariri (URCA), Darlan Reis
Jr, “a independência formal ocorreu. O
Brasil passou a ter um governo próprio, leis próprias, hino, bandeira. Mas isso
não modificou várias coisas: a economia dependente externamente, a submissão a
países estrangeiros como a Inglaterra, mesmo que formalmente independente, a
manutenção da estrutura agrária, do latifúndio. A manutenção da formação social
escravista, a criação de um Código Criminal que perseguia fortemente os
escravizados” e diz que com isso “surgiu uma monarquia escravista”.
Nesse
sentido, é preciso destacar que a independência onde houvesse soberania popular
não teve. Darlan concorda com essa visão e acrescenta que “a soberania foi a da família real. Quem passou a ser considerado
brasileiro, ou seja, as pessoas livres se tornaram súditas da família Imperial.
A maioria foi alijada da cidadania. E a cidadania plena que havia era só para
os homens livres. Mulheres, indígenas, libertos e escravizados não tinham
acesso. Os libertos tinham alguns direitos a mais”.
De
acordo com Darlan, o caso do Brasil se deu de forma que se tornou independente
formalmente, ao passo que garantiu mais privilégios para a classe dominante.
É
fundamental discutir qual o sentido e quais simbologias carregam essa “independência”
do Brasil, principalmente dentro das escolas e das universidades se contrapondo
a essa visão romântica, elitizada e colonizadora que ainda há nos livros e
introjetada nas novelas.
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