Há 40 anos nascia o Movimento Negro Unificado (MNU). (Foto: Reprodução/ Douglas Belchior). |
Há
exatos 40 anos, no dia 7 de Julho de 1978, nas escadarias do Teatro Municipal,
nascia o Movimento Negro Unificado (MNU). Hoje, nossos mais velhos, ao lado da
juventude negra, se reúnem no mesmo lugar para celebrar essa trajetória e
planejar os próximos passos da nossa luta. A única certeza que temos é que o
caminho para uma sociedade mais justa ainda é longo.
Para
muitos intelectuais, o MNU é a fundação do movimento negro moderno no Brasil.
No Século XX, entre as muitas entidades e formas de resistência que tivemos,
duas ganham um natural destaque. Na primeira metade do Século XX, a Frente
Negra Brasileira, que apesar de todas suas contradições, articulou a população
negra no pós abolição da escravatura e chegou, inclusive, a participar de uma
corrida presidencial.
Depois
do golpe de Getúlio Vargas, e ainda durante o regime militar, jovens negros
decidiram se reunir para construir uma entidade que enfrentasse as
desigualdades e o racismo no Brasil. Se os relatos são sombrios sobre a
repressão durante a ditadura, imagine a audácia daqueles de jovens negros e
periféricos de construir uma organização política de combate ao racismo, que na
época era vista como uma “criação da esquerda”. Admirável, né?
Mais
do que isso, é preciso ressaltar as muitas figuras que passaram pelo MNU. Aqui,
já assumo que cometerei uma injustiça, por não citar todas, mas me arrisco a
enunciar Lélia Gonzalez, Abdias do Nascimento, Milton Barbosa, Neuza Maria
Pereira, Hamilton Cardoso, Regina Lúcia dos Santos, José Adão Silveiro, entre
muitos/as outros/as.
Em
debate sobre a história do MNU, Regina Lúcia dos Santos contou um pouco do
legado do MNU.
“Era impensável há 40 anos imaginar a juventude enfrentando o racismo estrutural do modo como está colocado. Hoje, ao irmos a qualquer periferia, podemos ver a juventude com cabelos naturais negros, por exemplo, e combatendo o genocídio. Isso tudo é o legado. E é muita coisa”.
Por
isso, recordar a resistência dessas figuras e conhecer a história do MNU é a
possibilidade de sonhar e construir uma sociedade mais justa, democrática, sem
o racismo, machismo, e a LGBTfobia. (Com informações do Douglas Belchior).
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