Trabalhadores dormiam na parte externa do imóvel e conviviam com porcos e fezes de animais(FOTO/Divulgação/Ministério Público do Trabalho (MPT)) |
Uma
operação de combate ao trabalho escravo, do Ministério Público do Trabalho no
Ceará (MPT-CE), resultou no resgate de nove trabalhadores que estavam expostos
a condições análogas à escravidão no município de Granja, a 332 quilômetros de
Fortaleza. Os trabalhadores foram encontrados em uma residência destinada ao
processo de extração da palha da carnaúba. A operação contou com apoio da
Auditoria Fiscal do Trabalho e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
No
local, conforme o MPT, os trabalhadores estavam alojados em uma casa
abandonada, sem energia elétrica, água encanada e instalações sanitárias. Além
disso, a fiscalização constatou que os empregados conviviam com porcos e fezes
de animais, cozinhavam em fogareiro improvisado no chão e recebiam água acondicionada
em vasilhames inadequados e com reutilização proibida, além de dormirem na
parte externa do imóvel ou embaixo de um cajueiro.
De
acordo com o procurador do MPT-CE, Leonardo Holanda, a situação gera uma grande
preocupação, visto que o setor [extração da palha da carnaúba] estava em
acessão para regularizar as relações de trabalho. “O que encontramos, não
somente neste ponto de fiscalização, mas nos demais, foi que o setor recuou no
cumprimento da legislação trabalhista e na regularização das relações de trabalho”,
disse.
A
equipe do MPT também constatou uma série de irregularidades trabalhistas, como
ausência de contrato de trabalho e falta de equipamento de proteção. Além
disso, os trabalhadores não tinham acesso a banheiros ou materiais de primeiros
socorros nas frentes de trabalho. O local onde buscavam água para consumo era
distante, cerca de mais de dois quilômetros da residência em que trabalhavam.
Após
a inspeção no local e da gravidade do caso, foi realizado o resgate do grupo de
trabalhadores e feita a rescisão indireta dos contratos de trabalho, com a
retirada imediata do local. Foram realizados os pagamentos das verbas
rescisórias e de todos os direitos trabalhistas devidos. O MPT destacou que os
trabalhadores resgatados também receberão seguro-desemprego por três meses.
O
POVO procurou o Ministério Público do Trabalho (MPT), por e-mail, questionando
se, além do pagamento da rescisão de contratos de trabalho, houve atendimento
pela assistência social para as vítimas. Bem como se alguma empresa ou
responsáveis foram responsabilizados pela situação dos trabalhadores, e aguarda
resposta.
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Com
informações do O Povo.
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