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(FOTO/ Divulgação). |
Qual o lugar de um estudante negro em uma das melhores universidades de medicina do Brasil? No filme “M-8 Quando a Morte Socorre a Vida” o cineasta Jeferson De disseca essa questão ao mostrar o cotidiano do jovem estudante, filho de uma auxiliar de enfermagem, que entrou na universidade pública pelo sistema de ações afirmativas das cotas raciais.
Na
universidade, as únicas pessoas negras que o estudante conhece são funcionários
em cargos subalternos ou os corpos de vítimas consideradas como indigentes e
usados nas aulas de anatomia.
O
filme trata também do genocídio da população negra e a luta das mães por
justiça pelos filhos vítimas da violência do Estado. O longa tem participações
de Zezé Mota, Ailton Graça e Lázaro Ramos e estreiou nestta semana na Netflix.
O
diretor Jeferson De conta à Alma Preta que o filme, neste momento de pandemia
do Covid-19 com mais de 250 mortes no Brasil, também é um tipo de homenagem. “Com o Mauricio, um jovem cotista negro no
curso de medicina, seguimos um trajeto de auto descoberta. Neste momento
“M-8”se torna especial por contar - coincidentemente - com uma família negra
que trabalha na linha de frente da pandemia. A todes estes profissionais nossa
homenagem”, diz o cineasta.
Além
do elenco com diversos atores e atrizes negros e negras, o filme também conta
com uma equipe técnica formada por profissionais negros. “M-8 é uma obra realizada por muitos artistas negres, um verdadeiro
quilombo cinematográfico. Corpos negros a frente e atrás da tela pra contar
nossa versão sobre nosso ancestrais”, explica Jeferson De.
A
expressão do olhar da mãe Cida (Mariana Nunes) quando o filho Maurício (Juan
Paiva) diz que não quer ir ao terreiro é uma expressão reveladora acerca da
carga de ancestralidade e fé presente no filme. A atriz Mariana Nunes dá
magnitude para a personagem que é mãe solo e enfrentou dificuldades para
conseguir dar um futuro melhor para o filho. Ela é o Brasil real que
pouquíssimas vezes se vê no cinema.
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