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Jair Bolsonaro mostra caixa de cloroquina a Emas no Palácio da Alvorada. (FOTO/ Reuters/ Adriano Machado). |
Bolsonaro disse que governador que fechar seu Estado para evitar mortes por covid-19 deve bancar o auxílio emergencial. Na verdade, presidente que promove aglomeração em uma pandemia que já matou 253 mil é que deveria bancar o oxigênio cuja falta sufoca nos hospitais. Do próprio bolso.
A
declaração sobre o auxílio foi dada em mais uma de suas atividades pela
campanha eleitoral de 2022, uma visitinha às obras de duplicação da BR-222, no
Ceará.
"O auxílio emergencial vem por mais alguns
meses. E daqui para frente, o governador que fechar seu estado, o governador
que destrói emprego, ele é que deve bancar o auxílio emergencial. Não pode
continuar fazendo política e jogar no colo do presidente da República essa
responsabilidade", afirmou.
Primeiro:
o dinheiro a ser dado para auxiliar famílias pobres na pandemia não é dele,
apesar de não raro, ele tratar como privado aquilo que é público.
Segundo:
quem decide o auxílio, em última instância, é o Congresso, não ele. Aliás, foi
graças aos parlamentares que o benefício não ficou em R$ 200 no primeiro
semestre do ano passado, como queria seu governo.
Terceiro:
quem está fazendo política é ele, atacando as ações de quem tenta fazer algo
para diminuir a tragédia da segunda onda. Teme o aparecimento de competidores
para 2022.
Governadores
e prefeitos que fecham atividades econômicas, seguindo as recomendações de
médicos, cientistas e pesquisadores, estão tomando bordoadas do presidente. Ele
se justifica dizendo que as pessoas perdem empregos porque há quarentena e
lockdown. Quando, na verdade, isso acontece porque o coronavírus está adoecendo
e matando. E morto não trabalha.
Ao
promover aglomerações e empurrar as pessoas de volta a uma falsa normalidade,
Bolsonaro acabou estendendo a pandemia por muito mais tempo. E ao não
encomendar vacinas em quantidade suficiente, ele impediu a imunização em massa
de trabalhadores o que faria com que pudessem volta mais cedo ao serviço.
Derrubou empregos.
Acredita
que a melhor forma de acabar com o coronavírus é deixando que ele vença,
infectando rapidamente e criando a imunidade do seu rebanho. Ou seja, que
sobrevivam os mais fortes.
Se
uma das emas que habitam o gramado do Palácio do Alvorada fosse presidente da
República durante a pandemia, teríamos menos mortos e doentes. É verdade que a
ema, como Bolsonaro, não articularia esforços dos governos federal, estaduais,
distrital e municipais para combater a covid.
Mas
a ema, ao contrário dele, não provocaria aglomerações, não faria campanha
contra vacinação e não promoveria remédio sem eficácia comprovada contra a
doença.
Uma
ema presidente, neste momento, seria um luxo com o qual nem podemos sonhar.
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