Temer corta bolsa de estudos para indígenas e quilombolas. (Foto: Divulgação). |
Estudantes
indígenas e quilombolas de universidades federais estão com a garantia
fundamental à educação ameaçada pelo corte do Programa de Bolsa Permanência
(PBP) desde o início de 2018. A bolsa, no valor de R$ 900, é destinada a cutear
moradia, transporte e material escolar dos alunos e é paga pelo Ministério da
Educação por meio de um cartão. São 2,5 mil estudantes de universidades
federais prejudicados e o número pode chegar a 5 mil até o final deste ano
O
programa foi criado no Governo Dilma Rousseff, em 2013, e já garantiu o acesso
à educação a mais de 18 mil estudantes de aldeias e quilombos em todo o país. O
cadastro é feito no sistema do PBP do MEC, mas desde o início deste último ano
do governo de Michel Temer o acesso está bloqueado.
Os
estudantes sofrem com o corte do programa. Há relatos em todo o país de jovens
vivendo em situações degradantes, dividindo um pequeno apartamento com cinco,
seis pessoas por não conseguir custear a moradia. A situação se agrava ainda
mais porque um outro auxílio aos estudantes, a assistência estudantil, também
teve o custeio zerado em 2018. A bolsa garantia um valor médio de R$ 450 a
estudantes em situação de vulnerabilidade econômica
A
reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão Moura disse que a
instituição tem usado recursos da arrecadação própria para pagar a esses
estudantes. “Hoje está se tornando gravíssima a assistência estudantil. Estamos
conseguindo atender apenas àqueles que têm menos de R$ 250 de renda per capita.
Os que ganham mais não conseguimos atender. O que vai acontecer com esse
estudante? Ele vai evadir-se da universidade”, afirmou
A
expansão das universidades, principalmente desde 2007, durante o Governo Lula,
com o Programa do Governo Federal de Apoio a Planos de Reestruturação e
Expansão das Universidades Federais (Reuni) e a Lei de Cotas, ampliou o
ingresso nas instituições públicas e diversificou o perfil dos estudantes. A
Lei de cotas estabelece que 50% das vagas das universidades federais e das
instituições federais de ensino técnico de nível médio sejam reservadas a
estudantes de escolas públicas. Dentro da lei, há reserva de vagas para pretos,
pardos e indígenas, de acordo com a porcentagem dessas populações nas unidades
federativas.
“Estamos em situação de aumento da situação
de vulnerabilidade socioeconômica dos nossos estudantes”, ressaltou Márcia
Abrahão. A reitora enfatizou que eles precisam cada vez mais de assitência para
continuar estudando. Segundo a reitora, no ano passado, após quatro anos sem
abrir edital, a UnB fez vestibular para estudantes indígenas. Eles ingressam na
instituição a partir deste ano. (Com
informações da Revista Fórum e Agência Brasil).
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