Único técnico negro na Copa, senegalês Aliou Cissê pede mais chances aos treinadores africanos. (Foto: Wafu/Reprodução/Hypeness). |
Há
incontáveis jogadores negros que deixaram seus nomes marcados na história do
futebol. Mas, se pararmos para pensar em quantos técnicos ou dirigentes negros
atuam ou atuaram nos clubes ou seleções de elite mundo afora, dificilmente
lembraremos de mais que um punhado de nomes.
Na
Copa de 2018, por exemplo, só há um treinador negro comandando alguma das 32
equipes que disputam o Mundial. É Aliou Cissé, senegalês que foi capitão de sua
seleção em 2002, quando Senegal fez sua primeira participação, chegando às
quartas de final (um recorde entre os africanos), e agora busca façanha
parecida do lado de fora do campo.
“Sou o único técnico negro da Copa, é verdade.
Mas esse tipo de debate me incomoda. Acho que o futebol é um esporte universal
e que a cor de sua pele importa pouco”, comentou Cissé em entrevista
coletiva, antes de defender a qualidade de treinadores africanos.
Vale
lembrar que das cinco seleções africanas que disputam a Copa, apenas Senegal e
Tunísia (treinada pelo tunisiano Nabil Maâlou) têm técnicos nascidos no
continente. A Nigéria é comandada por um alemão, enquanto um argentino e um
francês treinam Egito e Marrocos, respectivamente.
“Temos uma nova geração (de técnicos) que
está trabalhando, dando seu máximo. Não somos apenas ex-jogadores, mas também
somos ótimos taticamente e temos o direito de estar entre os melhores
treinadores do mundo”, afirmou.
Ao
chamar a atenção para a qualidade dos treinadores africanos, ele fez questão de
citar Florent Ibengé, técnico da República Democrática do Congo, que não se
classificou para a Copa, mas é a atual campeã continental. “Você vê muitos jogadores africanos nos
grandes clubes europeus. Agora precisamos de técnicos africanos para que nosso
continente continue avançando”, disse.
Além
de único treinador negro na Copa, Cissé é também o mais jovem (42 anos) e o que
recebe o menor salário: de acordo com o canal de TV holandês Zoomin, seu ganho
anual é de 200 mil euros, o equivalente a cerca de 870 mil reais.
Na
comparação com os estrangeiros que treinam Egito, Nigéria e Marrocos, a
diferença é considerável: o argentino Hector Cúper fatura 1,5 milhão de euros
(R$6,5 milhão) no Egito, o francês Hervé Renard leva 780 mil euros (R$ 3,4
milhão) por ano em Marrocos e o alemão Gernot Rohr recebe 500 mil euros (R$ 2,1
milhão) na Nigéria – sempre em salário anual. (Com informações do Hypiness).
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