Raimundo Soares Filho. (Foto: Reprodução). |
Minha
primeira Copa do Mundo foi em 1978, assistíamos aos jogos pelo rádio,
normalmente perto de um posto de energia elétrica.
Lembro
bem que o Brasil se classificou com um gol de Roberto Dinamite contra a
Áustria, que garantiu nossa primeira vitória na Copa, comemorado com sacos de
bombom jogados na rua (hoje Calçadão) por Roso Bitu. Eu já tinha um pôster de
Dinamite Campeão Brasileiro de 1974.
Alguém
(não lembro quem) teve a ideia de colocar uma antena em cima da grande Caixa
D´água ao lado da prefeitura e assistimos aos jogos finais em uma tv
improvisada na sombra daquele monumento desativado.
O
Brasil começou a crescer na competição, ancorado no bom futebol de Dirceu,
Roberto Dinamite e Nelinho. A seleção venceu a grande seleção peruana por 3x0 e
empatou com a Argentina.
Naquela
Copa testemunhamos a primeira maracutaia da Fifa, mas não tínhamos senso para
assimilar aquilo, só queríamos ver gol. Antes da terceira rodada, a FIFA, de
maneira unilateral anunciou a mudança no horário do jogo Argentina e Peru. Com
isso, a Argentina sabendo de quanto deveria ganhar para passar à final. O
Brasil protestou mas não adiantou. A seleção ganhou de forma brilhante da forte
seleção polonesa por 3x1, mas a Argentina conseguiu o improvável. Com o Peru
andando em campo, abrindo mão do direito de jogar, e com um goleiro no gol que
era argentino de nascimento, perdeu de 6x0 para os portenhos, que tinham que
vencer por no mínimo 4x0 para chegar à final.
Muitos
protestaram dizendo que o Peru se vendeu, mas nós já estávamos torcendo para a disputa
do terceiro lugar. Brasil e Itália, fizeram um jogo disputado e violento. A
Itália abriu o placar, mas o Brasil conseguiu a virada, sendo que Nelinho
marcou um golaço, com um chute de fora da área, quase na lateral do campo, que
enganou o grande goleiro Dino Zoff. O outro gol foi do vascaíno Dirceu.
Iludidos
comemoramos "O Brasil como o campeão moral da Copa!", por perder o
título sem perder nenhuma partida.
Fui
torcedor fanático, fui presidente de Associação Esportiva, mas tinha futebol
como seu carro chefe, fui árbitro de futebol, fui jogador de futebol, fui dono
de time, meu time foi “roubado” várias vezes, mas somente no dia 13 de abril de
2014 decidi que futebol não era minha praia.
Uma
frase replicada por um altaneirense ilustre na manhã do dia seguinte mostrou o
que realmente é o futebol: “ROUBADO É MAIS GOSTOSO” postou na rede social,
assim mesmo em caixa alta, em foto com a camisa do seu time.
Nunca
mais assisti a uma partida de futebol.
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Texto do Advogado e Blogueiro Raimundo Soares Filho encaminhado via correio eletrônico a redação do Blog Negro Nicolau (BNN).
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