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Mestra Edite mantém a tradição do coco há mais de 40 anos em Crato. (FOTO/ Felipe Scapino). |
São as toadas das mulheres do Coco da Batateira que conduzem a vida cotidiana na cidade do Crato, no sul do Ceará. É por lá que vive a Mestra Edite do Coco, que fundou e mantém o grupo artístico desde 1979. Pernambucana, ela vive na região do Cariri há mais de 50 anos.
"Eu considero esse grupo como um filho meu.
Não senti a dor para nascer esse grupo, mas sinto um amor de criar igual seja
meus filhos. Eu adoro o grupo das mulheres, já tão tudo senhoras, mãe de neto,
bisneto. E tem o grupo de mais jovens, já formamos grupos de crianças”,
afirma.
O
grupo de 17 agricultoras, com idades entre 56 e 84 anos, teve início em uma
sala de aula do antigo Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), onde
dona Edite era monitora. As toadas são inspiradas na experiência de vida da mestra
como agricultora e as sonoridades que a acompanhavam na roça.
“Nós somos todas agricultoras. E, no caminho
da roça, na palha do feijão, na queda do milho, no xaxado do feijão, no
mexidinho das folhas, com aquele chacoalho, às vezes a gente pega com uma
música que a gente já tem, e aí junta tudo em uma roda de coco”, explica.
Com
influências indígenas e africanas, a dança do coco é ritmada por tambores e
hoje praticada do litoral ao sertão do Ceará. Dizem os historiadores, que a
dança tradicional surgiu dos toques da quebra da casca do coco por negros
escravizados.
Para
dona Edite, manter o grupo por tanto tempo é um sinal de que a dança já faz
parte de sua vida. E mais que isso, é um ato de amor voltado para sua
comunidade.
"Hoje a gente vê que a comunidade aceita,
apoia, valoriza, porque é o povo da comunidade que forma o grupo e nós formamos
o grupo com a comunidade", salienta.
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Com informações do Brasil de Fato.
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