![]() |
Bolsonaro e Moro na posse presidencial. (FOTO/Presidência da República). |
Mesmo
sem acreditar em provas e duvidar da idoneidade, o ex-juiz Sergio Moro divulgou
a delação do ex-ministro Antonio Palocci a seis dias do primeiro turno da
eleição presidencial, em 2018, para que fosse feito uso político de adversários
contra o que ele classificou para procuradores da Lava Jato como “omerta petista”.
“Russo comentou que embora seja difícil
provar ele é o único que quebrou a omerta petista”, disse o procurador
Paulo Roberto Galvão a seus colegas num grupo de mensagens do aplicativo
Telegram em 25 de setembro. Os diálogos foram divulgados nesta segunda-feira
(29) pelo jornal Folha de S.Paulo, em parceria com o site The Intercept.
Russo
é o apelido usado pelos procuradores da Lava Jato para se referir a Sergio
Moro. Omerta é o código de honra dos mafiosos italianos, casso de corrupção que
é usado frequentemente por Moro para comparar com o trabalho da Lava Jato.
Pouco
mais de um mês depois, Moro abandonou a magistratura para ser ministro da
Justiça e Segurança Pública no governo Jair Bolsonaro.
Uso eleitoral
Moro
divulgou a delação de Palocci no dia 1º de outubro, uma semana após o
comentário reproduzido por Paulo Roberto Galvão no Telegram e uma semana antes
do primeiro turno das eleições presidenciais.
No
dia 1º, o assunto ocupou quase nove minutos do Jornal Nacional, da TV Globo. A
reportagem citou duas vezes a ligação do ex-presidente da Petrobras José Sérgio
Gabrielli com a campanha do então candidato presidencial do PT, Fernando
Haddad, que aparecia em segundo lugar na corrida eleitoral, bem atrás do
favorito, Jair Bolsonaro (PSL).
Nos
dias seguintes, a delação de Palocci foi noticiada com destaque pela Folha e
por outros jornais e ganhou visibilidade na propaganda eleitoral no rádio e na
televisão.
Os
dois últimos programas da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) mencionaram as
acusações do ex-ministro, dizendo que ele havia mostrado por que era preciso
impedir a volta do PT ao poder.
Colhendo os frutos
Em
sua defesa no Conselho Nacional de Justiça, 15 dias depois de divulgar a
delação, Moro afirmou que a delação de Palocci incluía “outros depoimentos, alguns mais contundentes” e acrescentou que
aguardara a apresentação das provas de Palocci à polícia para evitar que a “divulgação prematura” da delação
prejudicasse as investigações.
Um
mês depois de apresentar essas explicações, Moro abandonou a magistratura para
ser ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Duas semanas
depois, o TRF-4 soltou Palocci, que estava preso em Curitiba havia dois anos, e
determinou seu recolhimento em prisão domiciliar, monitorado por tornozeleira
eletrônica.
___________________________________
As
informações são da Revista Fórum.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!