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Reforma da Previdência motiva paralisações e protestos em Altaneira. (FOTO/Paulo Robson). |
Texto | Nicolau Neto
O
ato começou por volta das 09h00 da manhã no Calçadão da cidade onde professores,
estudantes e servidores públicos aguardavam o outro grupo que saíram em
caminhada da Escola de Ensino Fundamental 18 de Dezembro.
“Essa reforma, ou melhor, essa deforma da
previdência retira direitos dos trabalhadores que
foram conquistados com muita luta. Nós não estamos reivindicando nenhum direito
a mais. Estamos lutando para assegurar o que já temos”, disse o professor e
diretor da Escola de Ensino Médio Santa Tereza, única no município.
O
professor Luís Júnior, da mesma instituição, destacou que o momento é muito
importante para mostrar o descontentamento do povo com a reforma, mas afirmou
que a educação também está sendo atingida. Segundo ele, “o Ceará possui ótimos resultados na educação, mas se os cortes do
governo federal continuarem não terá mais o que comemorar”.
Francisco
Rodrigues, conhecido popularmente por Chico Bagaceiro, presidente do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Altaneira (STR), frisou que a reforma retira
direitos e dificulta a aposentadoria do homem e da mulher do campo. “Por isso, temos que nos mobilizar e
continuar organizado”, finalizou.
O
agricultor Cícero Marcolino também demonstrou descontentamento com a reforma e
com a classe política. “Essa reforma que
ai está não atende aos interesses do povão e só estamos passando por isso
porque a classe política é corrupta e não há valorização dos professores”,
pontuou.
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Professor Nicolau Neto durante ato contra a reforma da Previdência. (FOTO/Luíz CDs). |
O
historiador, professor, palestrante e blogueiro Nicolau Neto fez uma análise
dos impactos negativos que, se aprovada, a reforma trará para a população
brasileira e destacou a importância que as mobilizações e os atos de rua
possuem.
Para
Nicolau, a reforma do jeito que foi apresentada possui caráter elitista e
machista. Elitista porque não acaba com os privilégios como fazem crer os
principais veículos de comunicação porta-vozes do governo federal. Ao
contrário, mantêm intactos os privilégios daqueles e daquelas que ganham altos
salários e retira direitos dos/as que ganham apenas um salário mínimo. É
machista quando ao invés de diminuir o tempo de contribuição das mulheres está
propondo ampliar. “Todos nós sabemos que
somos uma sociedade machista e que por isso mesmo as mulheres ainda em pleno
século 21 continuam tendo dupla, tripla e até quádrupla jornada”, disse.
Em
que pese ao professores e professoras, Nicolau destacou que essa classe é uma
das mais atingidas pela reforma.
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Estudantes, professores e servidores públicos de diversos setores em ato contra a reforma da Previdência na Rua José Rufino de Oliveira. (FOTO/Nicolau Neto). |
“Com a força das mobilizações e dos protestos
realizados nos últimos dias algumas mudanças já foram feitas no texto que vai
para análise e possível votação, como a retirada do Benefício de Prestação
Continuada (BPC) onde a ideia era reduzir para R$ 400,00, a retirada do regime
de capitalização, a revisão do abono (antes apenas para quem recebia até um
salário mínimo), a exclusão de estados e municípios da reforma, mas temos que
ficar atentos e mobilizados para que os direitos dos trabalhadores rurais sejam
assegurados e que os professores sejam retirados da proposta previdenciária
pretendida pelo governo federal”, destacou Nicolau.
O
professor aproveitou o momento para destacar a importância da participação das
crianças no ato. “Estão dando um exemplo
e participando de uma verdadeira aula de cidadania”, concluiu.
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Evantuil durante ato contra a reforma da Previdência. (FOTO/Nicolau Neto). |
Para
o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Altaneira (Sinsema) -
entidade responsável pela organização do ato -, o professor José Evantuli, a
mobilização contou com “a adesão da educação que foi totalmente paralisada”. De
acordo ele, “o governo federal odeia pobres, por isso uma reforma dessa
natureza”.
O
sindicalista fez um balanço e uma avaliação da manhã de protesto.
“A minha avaliação do movimento de Greve hoje
é muito positiva. O que vimos foi a boa participação dos educadores, gestores e
principalmente dos ALUNOS que deram uma aula Cidadania, colocando em prática a
aprendizagem da sala de aula com seus professores. Uma semente do amanhã para
fazer o enfrentamento da Luta por direitos”, memorou.
Para
ele o momento é de mobilização e de luta da população “para dizer NÃO ao desmonte do Pais, a política entreguista do Bolsonaro
e a Extrema Direita, cortes de verbas nos setores populares, viés ideológico, a
deforma da Previdência, e por fim, a politica Anti Povo e Anti Pobres”.
O
sindicalista agradeceu aos oradores professores Paulo Robson, Luis Junior,
Nicolau Neto, Francisco Rodrigues e o popular Cicero Marcolino.
O
evento da manhã contou com apoio da AFAPECI na logística e demais colaboradores
e a estimativa é que cerca de trezentas pessoas tenham participado.
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