O
deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) acredita que a exposição de uma hora e
40 minutos, feita ontem (4), pelo advogado-geral da União, José Eduardo
Cardozo, na apresentação da defesa da presidenta Dilma Rousseff na comissão
especial do impeachment, pode influenciar votos de indecisos. Para o
parlamentar, porém, a peça da defesa não deve ter efeitos sobre o relatório que
será apresentado por Jovair Arantes (PTB-GO) no próprio colegiado.
Alencar: "Tenho quase certeza que o relatório está preparado, inclusive com orientação de Cunha". |
“Naquela comissão há um jogo de cartas
marcadas. O relatório que Jovair Arantes já vai apresentar provavelmente amanhã
não deve levar em consideração a defesa de Cardozo. Tenho quase certeza que é
um relatório já preparado, inclusive com orientação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ)”,
diz Alencar.
Mas
o deputado considera que a defesa de Cardozo impressionou e isso pode trazer
efeitos. “De fato, o silêncio raro
naquele ambiente, sempre tumultuado, e os comentários até de quem já se definiu
pelo impeachment, mostraram que ficaram muito impressionados com a capacidade
de articulação e com a vinculação entre o jurídico e o político, inclusive com
a explicação do objeto da denúncia, sobre os créditos orçamentários
suplementares e as tais pedaladas.”
Se
a o país tivesse “um parlamento menos
aferrado a interesses consolidados”, diz o deputado, a defesa de Cardozo
poderia mudar o processo. “Mas, em
benefício da dúvida, se houver de fato alguns indecisos, eles terão um arsenal
de razões, pela exposição de Zé Eduardo, para votar contra esse impeachment.”
Ontem,
após a fala de Cardozo na comissão, Chico Alencar publicou uma série de
postagens no Twitter. “Está explicado por
que defensores do impeachment queriam impedir que José Eduardo Cardozo viesse
contestar o pedido de destituição da presidente”, afirmou. “Foi uma aula magna de Constituição,
legislação sobre impeachment e mudanças na jurisprudência. Calou um plenário
habitualmente ruidoso.”
Embora
tenha ressaltado que seu partido faz “oposição programática e de esquerda (ao
governo Dilma), desde os tempos que tinha alta popularidade”, e que o governo
“é indefensável”, ele afirmou na rede social que “este impeachment, baseado em 'pedaladas fiscais' e impulsionado por
entidades empresariais e pela mídia hegemônica, não se sustenta”. “Sem provas robustas de crimes de
responsabilidade e corrupção, não apoiamos impeachment contra governante
eleito, ainda que impopular.”
O advogado-geral da União afirmou enfaticamente, em sua defesa: “Digo aos senhores que neste caso, por não existir fato ilícito, nem ato doloso, o processo de impeachment equivaleria ao rasgar da Constituição de 1988. O Brasil não pode conviver com esse tipo de ruptura constitucional”.
O advogado-geral da União afirmou enfaticamente, em sua defesa: “Digo aos senhores que neste caso, por não existir fato ilícito, nem ato doloso, o processo de impeachment equivaleria ao rasgar da Constituição de 1988. O Brasil não pode conviver com esse tipo de ruptura constitucional”.
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