O
posicionamento dos deputados das principais bancadas da Câmara refletiu-se no
resultado da votação do parecer de admissibilidade do pedido de impeachment da
presidente Dilma Rousseff, no domingo (17). O cruzamento do mapa dos principais
grupos temáticos da Casa, feito pela Agência Pública, com os votos dos
parlamentares revela que a rejeição à petista foi mais extrema na bancada BBB –
Boi, Bala e Bíblia – e em outras que se identificam com setores empresariais.
Do outro lado, votaram majoritariamente pela permanência de Dilma os grupos que
atuam junto aos direitos humanos e a causas sindicais.
Em ordem decrescente, votaram pelo impeachment as bancadas da bala (88,24%), empresarial (85,32%), evangélica (83,85%), ruralista (82,93%), da mineração (79,12%) e dos parentes (74,49%), formada por deputados com familiares na política. Nesses grupos, o porcentual de apoio ao impedimento foi superior ao valor registrado na votação de domingo, que resultou em 71,54% das manifestações pelo impeachment se considerados todos os deputados, com 367 votos – o que fez com que o processo seguisse para o Senado Federal. A bancada da bala ficou bem próxima desse patamar, uma vez que 71,43% dos seus integrantes votaram “sim”.
Os
dois outros grupos que votaram em maioria contra Dilma não atingiram dois
terços dos votos – índice necessário para a aprovação do parecer de Arantes.
Entre os 228 parlamentares financiados por empreiteiras, 147 votaram pelo
impeachment (64,47%). Já entre os que atuam pela saúde foi um placar muito
apertado: 12 dos 22 votos pró-impeachment (54,54%) e nove pró-Dilma (40,91%).
Houve
ainda uma quase unanimidade favorável à petista no diminuto grupo que atua
pelos direitos humanos. Apenas um dos 24 deputados dessa bancada, Sarney Filho
(PV-MA), se posicionou pela saída da presidente, o que levou a um índice de
rejeição ao impeachment de 95,83%. Entre os 43 deputados da bancada sindical,
35 apoiaram Dilma, ou 81,36%, e oito votaram contra a presidente (18,6%). Os
índices estão bem acima dos magros 26,72% alcançados pelo “não” em plenário,
com apenas 137 apoiamentos.
Em
números absolutos, o apoio dos parlamentares da bancada empresarial foi o mais
expressivo, com o voto “sim” de 186 dos seus 218 integrantes. Em seguida, vem a
dos parentes, que registrou o apoio de 181 dos 243 integrantes. Entre os ruralistas,
que somam 205 deputados, foram 170 manifestações favoráveis ao parecer do
relator, enquanto o impedimento da presidente foi apoiado por 161 dos 192
evangélicos. Vale lembrar que um deputado pode pertencer a mais de uma bancada.
O parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) teve também 30 votos favoráveis da bancada da bala, de um total de 34 parlamentares financiados pelo setor de armas e munições ou ainda aqueles que defendem as propostas mais duras para a segurança pública. O grupo de deputados que apoia a mineração é outro pouco expressivo numericamente, com 24 integrantes, e rendeu 19 votos. Também nanica, a turma da bola, ligada à CBF e a clubes de futebol, dedicou 10 dos 14 votos favoravelmente ao impeachment.
O parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) teve também 30 votos favoráveis da bancada da bala, de um total de 34 parlamentares financiados pelo setor de armas e munições ou ainda aqueles que defendem as propostas mais duras para a segurança pública. O grupo de deputados que apoia a mineração é outro pouco expressivo numericamente, com 24 integrantes, e rendeu 19 votos. Também nanica, a turma da bola, ligada à CBF e a clubes de futebol, dedicou 10 dos 14 votos favoravelmente ao impeachment.
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