16 de fevereiro de 2018

Sem Huck e em decadência máxima, FHC quer agora testar dono da Riachuelo


Após Luciano Huck ser impedido pela Rede Globo de ser candidato, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) vai insistir em procurar uma alternativa fora de seu partido para a eleição ao Planalto. Flávio Rocha, dono das Lojas Riachuelo, é a bola da vez.

No fim da tarde de quinta (15), FHC pediu a um conhecido que trabalha com marketing político a realização de uma pesquisa qualitativa sobre nomes para o Planalto. O ex-presidente desconfia da viabilidade do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Hoje ele patina aviação do 10% das intenções de voto.

Rocha vem gostando cada vez mais da ideia de se candidatar, e tem apoio do grupo de direita MBL (Movimento Brasil Livre), próximo da ala do PSDB liderada pelo prefeito paulistano, João Doria. O empresário chegou a ser citado como eventual vice de Jair Bolsonaro (PSC), mas recusou a ideia ao ser sondado.


Sem afinidade com o MBL, FHC preferia um nome mais de centro, mas as opções rareiam no mercado. A atitude de FHC deverá indispor ainda mais a ala alckmista do PSDB com o decano do tucanato. Aliados do governador não digeriram os movimentos públicos dele em favor de Huck. (Com informações do Brasil 247).

FHC quer testar dono da Riachuelo. (Foto: Reprodução/ Brasil 247).

15 de fevereiro de 2018

Desfile de 2018 fez o que a lei 10.639 não conseguiu em 15 anos


Paraíso do Tuiiti promoveu crítica a reforma trabalhista e questionou o fim da escravidão. (Foto: Divulgação).

Duas escolas do Grupo Especial do Rio provocaram uma especial catarse em seu desfile na Sapucaí. O impacto foi maximizado porque visto por dezenas de milhões de pessoas em todo o país pela TV.

Autoras da proeza: a Paraíso do Tuiuti e a Acadêmicos do Salgueiro.

A Tuiuti trouxe o enredo “Meu Deus, Meu Deus, está extinta a Escravidão?” Fala dos 130 anos do fim da escravidão a serem completados em 13 de maio deste ano. A abordagem dos carnavalescos fez lembrar minha tese do 14 de Maio: critica o racismo e mostra como a cidadania ainda é algo a ser conquistado pelos negros no Brasil. Vão além disso ao tratar da conjuntura política, criticando a reforma trabalhista e ironizando os “manifestantes fantoches” do impeachment. Fecham com chave de ouro com o presidente-vampiro cuja faixa presidencial vem com cédulas de dinheiro dependuradas. Criticar a forma como a Abolição se deu no país onde a escravidão mais durou – 354 anos -, numa ópera móvel, que já foi chamada do maior espetáculo da terra, não é pouca coisa. Mexeu fundo com muita gente.

Porém, a Salgueiro veio com um enredo demolidor da narrativa racista que invisibiliza a importância da África e desvaloriza a mulher negra. Seu tema: “Senhoras do Ventre do Mundo” é mais que uma homenagem à mulher negra pois tem um componente de resgate que educadores e educadoras tentam fazer há 15 anos com a aplicação da Lei 10.639 de 2003 sem sucesso efetivo.

De cara, ao trazer a África como o ventre do mundo; a base da civilização humana, como a moderna genética confirma, me tirou o fôlego. Em meus workshops sobre Diversidade Étnico-Racial faço uma ginástica didática enorme para apresentar a Eva Africana – primeiro indivíduo que desmistifica o homo sapiens (Adão na visão bíblica). O que houve a cerca de 70 mil anos foi femina sapiens em África.

Depois, apresentar as rainhas negras em que se destaca Hatsheput, a rainha-faraó do antigo Egito, mais guerreiras e heroínas negras eclipsadas por uma história epistemicida foi catártico de fato. Mas não parou por aí: trouxe as escritoras negras Maria Firmina, a primeira romancista do Brasil, Auta de Souza e Carolina de Jesus – esta última vem sendo resgatada pelo feminisno negro a duras penas. Mas a Pietá negra, simbolizando a mãe dos 23 mil jovens negros mortos violentamente a cada ano na terra brasilis, fechou um desfile didático que ainda não se conseguiu fazer na sala de aula. Anne Rodrigues, uma educadora de Salvador, me confirma que a arte chega melhor onde outras mediações sociais não conseguem. Há forte empatia e o conteúdo torna conhecimento.

Como se não bastasse as duas escolas Rio, três escolas do primeiro grupo de São Paulo em seus enredos homenagearam 3 ícones negros da arte musical: Vai-Vai (Gilberto Gil); Peruche (Martinho da Vila) e Mocidade Alegre (Alcione). Tudo aquilo que a Lei 10.639 nem perto chegou ainda. (Por Helio Santos*, em seu perfil no Facebook).
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*Hélio Santos é professor convidado do Mestrado em Educação da UNEB, presidente do Conselho do Fundo Baobá e presidente do Instituto Brasileiro da Diversidade – IBD. 

Trabalho infantil no carnaval. O que nós temos a ver com isso?



O trabalho infantil é a violação de direitos de crianças e adolescentes mais verificada em grandes eventos, ao lado de outras situações como o consumo de álcool, desaparecimento, violência sexual. Esses são apontamentos do Observatório de Violação dos Direitos das Crianças e Adolescentes no Carnaval de Salvador (2017) e os registros das ações realizadas durante a Copa do Mundo, no Brasil, no âmbito da Agenda de Convergência para Proteção Integral de Crianças e Adolescentes (2014).

A maioria das crianças nesses eventos trabalham na companhia dos pais ou responsáveis que atuam como vendedores ambulantes nos circuitos da festa. Alguns chegam a dormir na rua, nos locais de trabalho, em barracas improvisadas, caixas, papelões. Em meio aos confetes, serpentinas, marchinhas, alegria e diversão, circulam invisíveis entre os foliões.

No Estado de São Paulo, a PNAD 2015 (IBGE) apontou o total de 405.640 crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhando em diferentes atividades. Desse total, 200 mil estão concentradas na Grande São Paulo. E a maior parte, 84% dos adolescentes com idade entre 14 e 17 anos, são meninos que trabalham em atividades urbanas. A pesquisa não consegue diagnosticar de forma precisa o trabalho nas ruas, tendo em vista que a metodologia de entrevista domiciliar dá margem a imprecisões. Em grandes eventos, como o Carnaval, esse trabalho de crianças e adolescentes aumenta, em razão da intensificação de atividades econômicas relacionadas ao evento, como turismo, comércio ambulante, indústria do entretenimento.

O Brasil se comprometeu internacionalmente a eliminar as piores formas de trabalho infantil até o ano 2016 e erradicar totalmente essa prática até 2020. As metas não foram atingidas, tendo sido renovadas perante a ONU até 2025. De outra parte, as alterações legislativas que precarizam relações de trabalho, como a Reforma Trabalhista, facilitando contratações sem vínculos, colocam em maior vulnerabilidade as crianças, que tendem a ser utilizadas como mão de obra no complemento da renda familiar.

O trabalho infantil atinge em maior parte famílias que estão na base da pirâmide social. O ingresso precoce no trabalho normalmente ocorre em atividades perigosas, na informalidade, produzindo um ciclo que se perpetua entre gerações. Pesquisa da OIT no ano 2011 constatou que 95% dos trabalhadores resgatados em condição análoga a de escravo foram também vítimas de trabalho infantil.

São inúmeros os prejuízos físicos, psicológicos e sociais ao desenvolvimento das crianças e adolescentes. É um problema de todos, pois reproduz as desigualdades sociais e raciais históricas, que impedem a construção de uma sociedade efetivamente justa e democrática. Os direitos fundamentais, a proteção integral e prioridade absoluta previstos na Constituição Federal de 1988 devem ser assegurados a todas as crianças e adolescentes.

Para tanto, cada um tem que fazer a sua parte. É necessário romper o silêncio, acionar os órgãos de defesa e proteção (Ministérios Públicos, Conselhos Tutelares, Defensoria Pública, outros) através dos canais de denúncia (Disque 100). O Poder Público e a atividade empresarial que se beneficiam do resultado econômico dos grandes eventos, têm responsabilidade em prevenir a ocorrência de violações de direitos de crianças e adolescentes, assegurando condições dignas de trabalho àqueles que fazem a grande festa acontecer, evitando a ocorrência do uso da mão de obra infantil.

O trabalho infantil é uma grave violação de direitos humanos da criança e do adolescente. Impede que a criança tenha o seu desenvolvimento saudável, impondo a esta obrigações e responsabilidades de um adulto, colocando em risco a sua saúde e às vezes a própria vida. É preciso desnaturalizar essa situação que atinge em sua maioria crianças negras, vítimas também do racismo estrutural presente na sociedade.

Os direitos fundamentais devem ser assegurados a todas as crianças e adolescentes e não apenas a uma parcela da população. Já nos alertava o grande líder sul-africano, Nelson Mandela, “Não existe revelação mais nítida da alma de uma sociedade do que a forma como essa trata as suas crianças”. Uma sociedade assentada no princípio democrático, de igualdade e não discriminação precisa cuidar de suas crianças. Por isso, não podemos aceitar o trabalho infantil. É uma luta por direitos, igualdade e democracia. (Por Elisiane Santos*, no Negro Belchior).
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*Elisiane Santos é Procuradora do Trabalho, Coordenadora do Fórum Paulista de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil em São Paulo, Vice-Coordenadora da COORDIGUALDADE (Coordenadoria de Combate à Discriminação do Ministério Público do Trabalho), Especialista em Direito do Trabalho pela Fundação Faculdade de Direito da UFBA, Mestre em Filosofia pelo Instituto de Estudos Brasileiros da USP.

Em tempos de indigências, duas figuras que nunca se deve esquecer



Certa vez presenciei uma divertida conversa entre o senador Darcy Ribeiro, recém-chegado ao Senado, e o então deputado constituinte Florestan Fernandes.

Darcy dizia em tom de brincadeira a Florestan que na eleição seguinte ele devia deixar a câmara baixa (Câmara dos Deputados) e se candidatar à câmara alta (Senado Federal).

Venha pra cá, Florestan! Isso aqui é um pedaço da corte! No Brasil, o lugar mais próximo do céu é o Senado da República. Aqui a gente tem tudo que quer. Basta desejar alguma coisa que aparece um funcionário para lhe servir. Os dois estavam impressionados com os ares monárquicos da Praça dos Três Poderes”.

O professor Florestan dizia que, apesar de tudo, um dos pontos mais interessantes para se observar o Brasil era o Congresso Nacional e que no Plenário chegavam fragmentos políticos, sociais e culturais do país trazidos por cada parlamentar.

Disciplinado, cumpria rigorosamente os horários das sessões. Sentava-se na mesma cadeira e prestava atenção nos discursos de cada um com o devido respeito, apesar da grande maioria das intervenções serem de baixíssimo nível. Às vezes pedia aparte e debatia os assuntos com a erudição do cientista social que era, cumprindo sua função parlamentar. O burburinho do Plenário abrandava para ouvir o mestre.

Ao mesmo tempo era um homem despojado, almoçava todos os dias no restaurante dos funcionários. Não costumava ir ao mais frequentado pelos parlamentares.

Ele era tão cuidadoso com a própria conduta que certo dia, em São Paulo, passou mal em casa à noite, chamou um táxi e foi para o hospital do servidor. Dona Myriam, mulher dele, preocupada, ligou para Florestan Fernandes Júnior, que estava na TV e pediu para que ele fosse ao hospital acompanhar o pai.

Quando o filho chegou, o professor Florestan estava numa fila enorme para ser atendido. Ele sofria de hepatite C, doença que havia se agravado e lhe causava crises muito fortes.

Florestan Júnior perguntou por que ele, como deputado, não procurou o hospital Albert Einstein, o Sírio Libanês, ou outro que pudesse atendê-lo com rapidez e em melhores condições. Ele respondeu que era servidor público e que aquele era o hospital que teria que cuidar dele.

Perguntou também por que ele estava na fila, em vez de procurar diretamente o atendimento de emergência. Ele disse que estava na fila porque tinha fila e que todas as pessoas estavam ali em situação semelhante à dele, com algum problema de saúde, e que ele não tinha direito de ser atendido na frente de ninguém.

Percebendo a gravidade da situação, o filho foi ao plantonista. O professor Florestan só saiu da fila depois que o médico insistiu para que ele entrasse, deitasse numa maca e fosse medicado.

Na parede onde a maca estava encostada havia um quadro de avisos. Enquanto tomava soro na veia, olhando ao redor, viu afixado no canto do quadro um recorte de jornal amarelado pelo tempo. Apontou o dedo e disse ao filho:

– Olha, é um artigo meu, publicado no jornal Folha de S. Paulo. Nesse eu defendo a saúde pública.

Como nos meses seguintes as crises tornaram-se cada vez mais fortes e frequentes, os médicos que cuidavam dele decidiram fazer transplante do fígado.

Na época, Fernando Henrique Cardoso, seu ex-aluno na USP e amigo pessoal de muitos anos, era presidente da República e ficou sabendo que o professor Florestan faria a cirurgia.

Imediatamente ligou para ele, ofereceu traslado e a realização do transplante no melhor hospital de Cleveland, nos Estados Unidos. Florestan tinha alta comenda do país, a Ordem de Rio Branco, que lhe facultava certas prerrogativas.

Florestan agradeceu a gentileza de Fernando Henrique e disse que não poderia aceitar o privilégio. Que aceitaria se ele fizesse o mesmo com todos os brasileiros em situação mais grave do que a dele.

Em seguida ele fez o transplante em São Paulo e morreu no hospital por complicações pós-operatórias provocadas por erro humano.

Nesse momento de indigência moral e de decadência institucional do país, em que autoridades como magistrados, procuradores, parlamentares, ministros, o presidente da República, posam com exuberantes imposturas, usam e abusam dos cargos e funções públicas que ocupam para tirar proveitos próprios, lembrar de homens públicos e intelectuais de grandeza ética como o professor Florestan Fernandes e o professor Darcy Ribeiro talvez ajude a arejar o ambiente degradado da sociedade brasileira pelo golpe de Estado. (Por Laurez Cerqueira, em seu blog).

Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes. (Imagem/ Reprodução/ Pragmatismo Político).

Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-Ce. “Aos espectadores”, por Adriano de Sousa*


 AOS ESPECULADORES

A tradição não deve ser quebrada, não pode ser quebrada; mas, para toda regra há exceção.

A Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-CE nasce em Araripe representando as cidades de Santana do Cariri, Altaneira, Potengi, Araripe, Campos Sales e Salitre, regional Cariri-Oeste, e quebra a tradição das homenagens sempre às mesmas pessoas.

Um município não se faz apenas com prefeitos, vereadores, comerciantes e coronéis que jamais conheceram os salões da Guarda Nacional. Muito embora reconheçamos que um município se faz pela boa administração desses sobre a mão de obra dos populares.

A Seccional Araripe-CE, da Academia de Letras do Brasil, objetiva registrar tudo o que for digno de registro de agora em diante e resgatar o que nos falta em moral e bons costumes, vividos em outros momentos. Seguindo por essa via, far-se-á necessário as homenagens e os devidos reconhecimentos às pessoas envolvidas no processo de criação e desenvolvimento da nossa história.

A Seccional Araripe-CE conta com 29 membros perpétuos, todos escolhidos por mérito próprio; conta com 29 patronos devidamente escolhidos pelos membros e, em alguns casos, escolhidos pela presidência da Seccional Araripe; todos os patronos de reconhecido mérito. Portanto, não vejo necessidade de pensamentos, versões, indagações e questionamentos contrários a esses objetivos.

Acreditamos na seriedade do nosso trabalho, quando percebemos que há incômodo em alguns populares. Isso nos atesta que estamos no rumo certo. Continuaremos.

Passamos por um primeiro movimento no dia 05 de agosto, para apresentação da academia aos seus membros. Deste ponto em diante nos preparamos para a posse coletiva dos acadêmicos e a instalação oficial da Seccional Araripe-CE, já previamente agendada para o mês de outubro/2017. No evento de posse e instalação teremos outras homenagens e, posso assegurar, nenhuma delas será redundante. Elevaremos sob os nossos mais importantes símbolos acadêmicos os nomes os quais a história ainda não deu o devido reconhecimento.

Aos acadêmicos, peço que se preparem para o evento. Será da maior magnitude que pudermos.

Aos especuladores, peço desculpas. A nossa proposta não será mudada, pois são perpétuas tanto quanto os acadêmicos e seus patronos.

Francisco Adriano de Sousa”     

* Adriano é um dos oito presidentes das seccionais municipais e regional, lhe sendo incumbido a de presidir esta sede recentemente instalada.


Francisco Adriano de Sousa, presidente da Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-Ce. (Foto: Divulgação).

14 de fevereiro de 2018

Aprovado reajuste salarial dos professores e novo valor para servidores de Altaneira



A Câmara de Altaneira, em reunião ordinária na manhã desta quarta-feira, 14, aprovou o reajuste salarial de 1,9% para servidoras e servidores efetivos e inativos, bem como o dos profissionais do magistério.

O reajuste, proposto pelo poder executivo se deu após acordo com o Sindicato de Servidores Municipais de Altaneira (SINSEMA), conforme destacou o vice-presidente desta entidade, o professor José Evantuil em seu Blog Mandíbula. Segundo ele, a direção do sindicato protocolou ofícios junto aos setores responsáveis “cobrando aumento salarial” e que em reunião promovida no último dia 03 “lançou a Campanha Salarial 2018”.

O Projeto de Lei 002/2018 que discorre sobre esse reajuste ao receber parecer de admissibilidade da Comissão Permanente da casa, não encontrou nenhum posicionamento em contrário, mas apenas ressalvas. Tão loco o relator da comissão, o vereador Flávio Correia (SDD) ter reconhecido que o texto não cabia mudanças e ter pedido apoio para sua aprovação, o vereador professor Adeilton (PSD) afirmou que tinha recebido diversos questionamentos durante a semana por servidores acerca do percentual do reajuste. A justificativa dada, segundo o parlamentar, é que o valor acrescido está de acordo com o efetivado pelo governo federal que ficou em 1,8%. O parlamentar afirmou ainda que seria possível dar o mesmo reajuste que foi disposto para os profissionais do magistério (6,81%), “tendo em vista que este último é também uma proposta nacional”.

Na mesma linha de raciocínio, discorreram os parlamentares Devaldo Nogueira (MDB) e Zuleide Oliveira (PSDB).

Sem discursos que fossem diferentes aos expostos para o texto supracitado, foi aprovado também por unanimidade o Projeto de Lei N° 003/2018 reajustando o piso salarial do magistério municipal em consonância com o concedido nacionalmente em 6,81%.


Câmara de Altaneira aprova reajuste salarial dos servidores. (Foto: Júnior Carvalho)








Paraíso do Tuiuti é vice-campeã na Sapucaí e 'campeã do povo' nas redes sociais



Apesar de sagrar-se vice-campeã no carnaval carioca, a escola de samba Paraíso do Tuiuti é aclamada nas redes sociais como campeã do povo nesta quarta-feira (14). Tão logo foram consolidados os resultados do jurado, a quadra da escola em São Cristovão, na zona central do Rio de Janeiro, passou a comemorar o resultado como se fosse campeã. No twitter, a #TuiutiCampeãDoPovo ficou entre os assuntos mais comentados do país.

A Tuiuti entrou na Sapucaí no primeiro dia de desfiles do grupo especial do carnaval carioca para conseguir o melhor resultado de sua história. O desfile polêmico foi consagrado por "lavar a alma" do povo brasileiro, como dizem muitos internautas. Além de um samba-enredo nota 10 sobre a continuidade da escravidão no país mesmo após a abolição, ganharam destaque fantasias e alegorias com críticas políticas.

A escola levou para a avenida uma representação do presidente Michel Temer (MDB) vestido de vampiro em uma fantasia chamada "Vampiro Neoliberalista". Levou também manifestantes como fantoches, com roupas análogas à da seleção brasileira, o que virou símbolo das manifestações pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2015; e patos com cifrões nos olhos, representando o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ao impeachment, além de criticar a reforma trabalhista capitaneada por Temer.

Agora, a Paraíso da Tuiuti realiza mais um desfile no sábado (17), junto das campeãs do carnaval carioca. O diretor de carnaval da escola, Thiago Monteiro, disse que a conquista do vice-campeonato foi o resultado do trabalho de um grupo. “Acabamos de mostrar que, com trabalho e dedicação, [a escola] pode ser competitiva. Parabéns para o grupo", afirmou.

A escola de samba campeã do carnaval de 2018 no Rio de Janeiro é a Beija-Flor de Nilópolis. A escola apresentou o enredo "Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu”, baseado no livro de terror Frankenstein, de autoria de Mary Shelley, que completou 200 anos.

Na obra, um cientista dá vida a uma criatura construída com partes de pessoas mortas, tornando-se uma figura feia. No desfile, a figura foi usada para críticas a problemas sociais como corrupção e desigualdades.

Em uma disputa apertada, a campeã ficou apenas um décimo à frente da segunda colocada, a Paraíso do Tuiuti.

As escolas de samba foram avaliadas em nove quesitos: alegorias e adereços, bateria, fantasia, samba-enredo, comissão de frente, evolução, harmonia, mestre-sala e porta-bandeira e enredo.  (Com informações da RBA).

A Paraíso do Tuiuti realiza mais um desfile no sábado, junto das campeãs do carnaval carioca. (Foto: Mídia Ninja).



Vasconcelos, Carnavalesco da Tuiuti faz uma sugestão aos manifestoches: “Seria bom as pessoas pararem para pensar”


Jack Vasconcelos, carnavalesco da Tuiuti, deu entrevista para o jornal O Dia. Algumas perguntas e respostas:

O DIA: Seu desfile teve tom crítico à política vigente. O senhor é filiado a algum partido político ou um cidadão inconformado o atual governo?

 Sou um inconformado por natureza, todo artista tem esse inconformismo dentro dele. Se a arte não proporcionar o pensamento, a discussão, ela não tem muita função.

O presidente vampiro do neoliberalismo foi entendido por todos como sendo Michel Temer. A última ala como uma crítica à Reforma Trabalhista. Foi um posicionamento político?

Sou formado pelo ensino público, fui uma criança de escola pública, me formei em uma federal, em Belas Artes. Então, a população ajudou a me formar, foi dinheiro público que ajudou a pagar meus estudos e a manter as instituições em que me formei. Preciso de alguma forma retribuir para a população esse investimento. É a maneira que eu posso prestar o serviço a ela (à sociedade), através da minha arte. Acho que é bom as pessoas se posicionarem mesmo. Acho bacana que o Carnaval tenha esse espaço e papel.

Acha que a Sapucaí é um bom espaço para isso?

No Carnaval as pessoas liberam aquilo que guardam dentro delas durante o convívio social educado e civilizado no resto do ano. E o Carnaval sempre foi o espaço para esse tipo de ideia, para as pessoas colocarem para fora o que sentem, aquilo que elas querem gritar. E na verdade o que eu sou é uma antena. Vou captando essas ideias, anseios à minha volta e construindo o meu trabalho. Porque o meu trabalho representa uma comunidade, os anseios de parte da população.

(…)

Algumas pessoas disseram que se sentiram desrespeitadas. O senhor teve esta intenção?

Sinto muito (se alguém se sentiu ofendido). Seria bom as pessoas pararem para pensar antes de tomar a decisão de seguir uma moda ou algo que uma campanha de jornal ou de TV diga para elas fazerem. (com informações do DCM e do O Dia)



Jack Vasconceleos, carnavalesco da Tuiuti. (Foto: Reprodução/ DCM).