Mostrando postagens com marcador Coluna do Alexandre Lucas. Mostrar todas as postagens
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15 de março de 2025

Armamento para o pensamento crítico

 

Alexandre Lucas. (FOTO | Acervo pessoal).

Por Alexandre Lucas, Colunista 

É indiscutível que a palavra escrita é essencial para o desenvolvimento cognitivo, a associação de ideias, a ampliação da memória e da argumentação. A palavra, enquanto produção histórica e social, reflete demarcadores societários e, hegemonicamente, reproduz ideologicamente as ideias das elites dominantes.

24 de fevereiro de 2025

Capitalismo distancia nossos abraços

 

Alexandre Lucas. (FOTO | Acervo pessoal).

Por Alexandre Lucas, Colunista 

Escrevo poesia com a faca na língua. Óculos sujos e letras embaraçadas. A borboleta pousa na nas bananas e o carnaval sacode as minhas dores. Larissa fala de poesia e de ternura quando me ler, mas está distante, o capitalismo distancia nossos abraços.

28 de outubro de 2024

Carta para dois meses

 

Alexandre Lucas. (FOTO | Acervo pessoal).

Coluna do Alexandre Lucas

Coloquei a bola de cristal, os baralhos e joguei todos os búzios, não obtive nenhuma resposta. O caixa eletrônico do banco foi mais certeiro, apontou extratos e saldos. Esse mês gastei desnecessariamente tentando encontrar a felicidade. Para acelerar o coração: café com canela.

27 de setembro de 2024

Encontro de Pontos de Cultura e Fórum da Memória acontecerá neste sábado, em Crato

 

Centro Cultural do Cariri. (FOTO | Reprodução |WhatsApp ).

Por Alexandre Lucas, Colunista 

Dentro da programação do XV Congresso Internacional Artefatos da Cultura Negra acontecerá mais uma edição do Fórum da Memória e Encontro dos Pontos de Cultura do Cariri, neste sábado, 28 de Setembro de 2024, no Pequeno Palco do Centro Cultural do Cariri.

18 de julho de 2024

Cultura Viva, incidência política e nova cultura de sociedade

 

Raimundo José da Silva, mais conhecido como Raimundo Aniceto faleceu no último dia 10 de outubro, na cidade do Crato. (Foto: Samue Macedo)

Por Alexandre Lucas, Colunista

Os movimentos sociais da cultura  historicamente tem  marcado a luta pelo direito à cidade. O processo de articulação e de entrelaçamento com outras organizações e lutas tem provocado tomada de consciência e incidência política.

7 de julho de 2024

Hora de eleger a cultura no Crato

 

Alexandre Lucas (ao centro). FOTO | Cultura Viva).


Por Alexandre Lucas, Colunista

O fortalecimento das lutas dos movimentos sociais de cultura e do avanço das políticas públicas no Crato está intimamente ligado as eleições municipais deste ano. Esse entendimento parte da reflexão da ausência de gestores e parlamentares comprometidos de forma orgânica com a cultura. É necessário colocar a cultura na centralidade do debate político como instrumento de desenvolvimento econômico, social, promoção da cidadania e construção um novo tipo de cultura política.

16 de abril de 2024

Paredão na Expocrato: Um muro neoliberal do Estado

 

(FOTO | Reprodução | Instagram).

Por Alexandre Lucas, Colunista 

A programação da Expocrato é um retrato da indústria restritiva da cultura de massa e da ausência do Estado, enquanto fomentador da democratização da diversidade e pluralidade estética e musical do país, em especial do Nordeste e do Cariri.

30 de março de 2024

A cidade não cabe debaixo do braço

 

Museu Histórico do Crato em ruína. (FOTO | Professor Nicolau Neto).


Por Alexandre Lucas, Colunista 


A ausência de planejamento, controle e participação social sobre o patrimônio arquitetônico,  urbanístico  e ambiental, bem como ações para esses setores, é um perigo eminente para infraestrutura, mobilidade urbana, desastres ambientais, memória afetiva e cultural das cidades.

10 de fevereiro de 2024

O mundo é uma gaiola

 

(FOTO | Reprodução).

Por Alexandre Lucas, Colunista 

Chove. Os pássaros cantam. Neruda se declara para Matilde, em cem sonetos de amor, mas o amor não cabe em um livro. Sinto os pingos escorrendo sobre meus braços como se estivesse me conquistando, ritualizando a antessala da selvageria amorosa.

18 de janeiro de 2024

A Praça do Gesso e o direito à cidade

 

Comunidade do Gesso, em Crato-CE. (FOTO | Reprodução).


Por Alexandre Lucas, Colunista 

A luta pelo direito à cidade é o reconhecimento de uma cidade negada, essa é a premissa  que movimenta  sonhos, retrocessos  e  conquistas que  reconfiguram as paisagens de habitat humano. Na comunidade do Gesso, no Crato-CE, a luta pelo direito à cidade vem sendo pautada como estratégia de integração de uma parte da cidade que historicamente foi excluída do processo de urbanização e humanização.

11 de janeiro de 2024

Cultura Viva para além da cidadania e participação social

Integrantes do Reisado São Francisco liderado por Mestre Dodô. (FOTO | Reprodução).

 

Por Alexandre Lucas, Colunista 


Cidadania cultural e participação social são elementos fundantes da Política do Cultura Viva - Pontos de Cultura, como instrumentos de afirmação e ampliação de direitos e  composição de uma nova visão  de política pública. Iniciada em 2004 e estabelecida dez anos depois como Política de Estado ( Lei 13.018/2014, que institui a Política Nacional do Cultura Viva), essa experiência apresenta aspectos que vão para além da democratização do acesso aos bens culturais e a produção artística. 

A cidadania cultural como reconhecimento de direitos historicamente negados a maioria da população é ingrediente substancial para análise da realidade concreta e apontamento das demandas sociais. A expressão de cidadania cultural parte da mesma premissa do conceito de democracia cultural que reside no entendimento de como a produção simbólica é criada, dividida e distribuída entre as classes sociais distintas e antagônicas, separadas primariamente por um recorte desigual de economia.

Efetivar o conceito de cidadania cultural com os mecanismos controle e participação social é uma das premissas da Política do Cultura Viva. Esse deslocamento do controle e do planejamento da política pública, já garantido na constituição de 1988, começa a ganhar corpo e resignificar a forma de transferir recursos, reconhecer e  legitimar processos simbólicos, ampliar diálogos e ganhar capilaridade social em escala, fatores essenciais para o  reposionamento político das camadas populares e a  incidência política. 

A política do Cultura Viva tem a dimensão de reconhecer o campo de disputa política e autonomia dos movimentos socioculturais, o que se apresenta como algo contemporâneo e marcado por conflitos de entendimentos, mas foi essa dimensão que proporcionou que o Cultura Viva tivesse  as condições para  criar redes de articulação para além das localidades de atuação dos Pontos de Cultura. Essa perspectiva teve consequências para olhar  dos gestores de cultura e dos  movimentos sociais. O que pode ser constado pela dimensão latino-americana do Cultura Viva, resultado do caráter democrático de alguns  governos  e da oxigenação e resistência das organizações populares. 

A partir desta relação vão se aprofundando novas práticas de intercâmbio e fortalecimento político a partir dos territórios e identidades. 

Na historiografia brasileira das políticas públicas, o Cultura Viva se apresenta como uma política de  ruptura que diverge da visão oficiosa, coercitiva e tolerada de cultura alinhada a um concepção elitizada e excludente. O idealizador do Cultura Viva, o historiador Célio Turino no seu livro: Ponto de Cultura - O Brasil de Baixo para Cima  destaca   "A questão da cultura na construção de um novo espaço público envolve 
a quebra de hierarquias e a edificação de novas legitimidades. Uma política pública de acesso à cultura tem que ir além da mera oferta de oficinas artísticas, 

espaços e produtos culturais; precisa ser entendida em um sentido amplo, expresso em um programa que respeite a autonomia dos agentes sociais, fortaleça 
seu protagonismo..."  Essa dimensão revolucionária do Célio aponta um caminho de tomada do poder político dentro das estruturas do governo. 

Esse entendimento apresenta o caminho do conflito e do dialogo como parte da construção da política pública que cabe o povo no debate e no orçamento. A inclusão dos Pontos de Cultura no orçamento representa um dos pilares edificantes para promoção da cidadania cultural, mas é preciso de um norte político que diga qual tipo de  sociedade que ser construir para a classe trabalhadora.

5 de janeiro de 2024

Escola de Tempo Integral e a precarização do ensino

 

Alexandre Lucas. (FOTO | Acervo Pessoal).


Por Alexandre Lucas, Colunista

A (e)deforma do Ensino Médio e a Escola de Tempo Intregral, no modelo posto se equiparam na mesma perspetiva pedagógica de manutenção do modo de produção capitalista, no sentido ofertar mão de obra esquartejada de conhecimento e guiada para atender os interesses do mercado. É necessário desmontar a propagada institucional e das instituições financeiras que defendem essa proposição, a qual desvia a função social da escola pública comprometida com a socialização do conhecimento científico, filosófico e estético produzido historicamente pela humanidade.

25 de dezembro de 2023

O coração foi consumido

 

Alexandre Lucas, Colunista. (FOTO | Acervo Pessoal).

Alexandre Lucas, Colunista

Comi o coração sem pressa e no exercício da fome. Bebi da lua e do desequilíbrio da noite em goles gelados.  Embriagado   fiz do profano, o sagrado. Subir aos céus em mastro firme. Toquei as estrelas e escorreguei na boca.

14 de dezembro de 2023

Uma política pública de cultura para classe trabalhadora

 

Alexandre Lucas (FOTO | Acervo Pessoal).

Por Alexandre Lucas, Colunista

Faz-se necessário se posicionar sobre qual perspectiva de política pública para cultura  se alinha  aos  interesses da classe trabalhadora. O Brasil  enfrenta  um cenário de reconstrução nacional,   numa conjuntura que apresenta  uma composição  de disputa no governo federal,tanto pelas forças da esquerda como também pela própria direita, a qual  até pouco tempo   balançava as bandeiras do bolsonarismo e do  fascismo. O oportunismo da direita não saiu do plantão. Do outro  lado,  continuam acesas e em movimento as forças que representam os interesses das elites econômicas e do conservadorismo com forte capilaridade popular. A direita amplia a presença de seus militantes e intelectuais  orgânicos no chão das periferias brasileiras, nos  centros urbanos, nos aldeamentos e quilombos. 

No âmbito dos movimentos sociais, da gestão e do parlamento é preciso criar uma frente de unidade que congregue  as diversas forças democráticas e populares,  reforce a necessidade de unificar os movimentos identitários em torno de um projeto civilizatório de nação e que ao mesmo tempo garanta a autonomia, identidade e peculiaridades destes movimentos.

A política pública para cultura não deve ser percebida neutra e desvinculada dos interesses ideológicos, pelo contrário esses são elementos centrais para repensar um projeto civilizatório para a cultura que se  vincule à construção de um novo tipo de sociedade baseada na democracia radical da produção simbólica e  da economia para partilha da justiça social e da solidariedade humana. 

A cultura deve estar no centro do debate e da ação política, como política de estado estruturante e compreendida pelo seu caráter transversal. A gestão da política cultural não pode ser uma caixa fechada, resumida exclusivamente ao Ministério, às secretarias estaduais e às municipais de cultura.  A gestão da cultura deve ser estruturada numa dimensão intersetorial para se criar uma nova cultura política e reposicionar novos agentes políticos comprometidos com a classe trabalhadora. As escolas públicas,  por exemplo  devem ser compreendidas como principais equipamentos de difusão cultural do país. Investir na arquitetura das escolas para abarcar espaços de circulação e fruição estética e garantir que os professores e professoras  das áreas de linguagens artísticas tenham formação na área é subverter a ordem posta na maioria das escolas brasileiras. 

É preciso também sair do discurso do popular para classe trabalhadora, isso é um risco que  pode negar a ciência e reduzir o acesso da produção historicamente produzida pela humanidade para as camadas populares. A produção erudita negada à classe trabalhadora deve se tornar  popular para conjunto da sociedade.  O Popular não deve ser negado, mas servir  como ponto de partida para ampliar a visão social de mundo e apropriação da ciência,  da qual fomos excluídos, explorados e oprimidos.

A descentralização de recursos públicos deve fomentar novas culturas políticas de articulação em rede, ampliação da acessibilidade e desmontagem  do caráter excludente e elitizada dos circuitos das artes, fomentar novos   repertórios e a luta pelo direito à cidade,  reposicionar  político e socialmente e  atentar para reparação histórica à classe trabalhadora. 

A política de editais ainda carrega uma lógica excludente e  ligada a uma visão de mercado. Os recursos ainda se concentram nas mãos de poucos  e  fortalecem um circuito restrito baseado "de artista para artista". 

A defesa da Política Nacional do Cultura Viva continua na ordem do dia. O Cultura Viva que ficou conhecido pelos Pontos de Cultura precisa ser fortalecido e entrar no centro do debate político como política pública e movimento (duas questões distintas  que se entrelaçam) marcada por uma perspectiva política de radicalização da democracia cultural e por conseguinte de descentralização de recursos para classe trabalhadora produzir e sobreviver. 

Os trabalhadores e trabalhadoras da cultura representam  é outra questão que tem ganhado força no debate das políticas públicas. Está na hora de lutar por uma legislação que  garanta a seguridade e proteção social para esse segmento da sociedade. 

Reconstruir uma política nacional passa por consolidar o Sistema Nacional de Cultura em conjunto com os estados e municípios e garantir um   percentual mínimo de recursos de forma permanente  para execução dos  planos de cultura, nas  esferas municipais, estaduais e federal.

Outra cultura política é possível e a classe trabalhadora que lute! 

13 de dezembro de 2023

Os vazios não nos habitam

 

Alexandre Lucas. (FOTO | Acervo Pessoal).

Por Alexandre Lucas, Colunista 

Dedilhar teus lábios como se escrevesse sabores. Sentir o suspiro com um manifesto desesperado de bem querer. Revirar os lençóis, os pudores e tocar o terremoto que se faz a partir do teu ventre, depois sair como quem viu imagens nas nuvens, inesperadas e passageiras.

São cinco horas da manhã. A cama está vazia como todos os dias. A rede balança, enquanto tomo coragem para iniciar os trabalhos. Tive sonhos de carne e intervalos, acordei quase mar, sol e lua. Acordei. 

Maiakovski estava encostado na estante. Os trabalhadores distantes da poesia, mas os sonhos existiam, os de ontem e os de amanhã.

É hora de sair. Hoje, a calça está mais apertada e vou de mochila, carrego a fome e os sonhos paridos da ausência, porque nunca estamos vazios.

28 de novembro de 2023

As linhas de domingo

 

Alexandre Lucas. (FOTO | Acervo Pessoal).

Por Alexandre Lucas, colunista

As roseiras estão dançando na varanda. O vento é pouco, mas suficiente para as folhas se movimentarem. Toca uma música espremida de dor, enquanto, desce do outro lado da linha, talvez, as lembranças geladas de uma tarde quente. O homem sentado conta suas mentiras e bebe suas verdades.

25 de novembro de 2023

Racismo gastronômico como política de estado

 

Alexandre Lucas. (FOTO | Acervo pessoal).

Por Alexandre Lucas, Colunista

O acesso a comida numa sociedade economicamente  antagônica inevitavelmente tem a sua circulação desigual. Se alguns comem,  outros passam fome. Numa sociedade de consumo, a comida garantia da vida é mercadoria, antes de ser um direito. Essa questão tem uma íntima ligação com o conceito de racismo gastronômico.

14 de novembro de 2023

17 de outubro de 2023

Conferências de cultura e a luta por participação, planejamento e dinheiro

 

Irmãos Aniceto. (FOTO | Samuel Macedo).

Por Alexandre Lucas, Colunista

Reordenar a política nacional de cultura, a partir de intenso debate nos estados e municípios brasileiros é a tarefa central no processo de articulação e reoxigenação dos movimentos sociais de cultura dentro da construção da Conferência Nacional de Cultura. O que está em jogo é a defesa sem concessões  de uma política de estado para cultura que foi interrompida nos últimos anos. Neste sentido,  três questões devem ser tratadas como prioritárias: Consolidação do Sistema Nacional de Cultura, ampliação imediata da Política Nacional de Cultura Viva e a garantia  permanente e com percentuais mínimos de aplicação de recursos nas  esferas  estaduais, municipais e federal.

26 de junho de 2023

Movimento cultural de Juazeiro discute os 2% do orçamento para cultura neste sábado (01)

Movimento cultural de Juazeiro discute os 2% do orçamento para a cultura neste sábado. (FOTO | Reprodução | WhatsApp).

 Por Alexandre Lucas, Colunista

Neste sábado (01), às 14h, no Centro Cultural do Banco do Nordeste, o Coletivo Magote realizará reunião ampliada com os diversos segmentos do setor cultural de Juazeiro do Norte para discutir sobre a destinação de 2% do orçamento municipal para a cultura. A intenção é garantir esse percentual para ser incluído na Lei Orçamentária Anual (LOA) do Município.

O Coletivo Magote, de Juazeiro do Norte visa debater propostas e encaminhamentos aos poderes legislativo e executivo com a seguinte pauta:Garantir dotação consignada na Lei Orçamentária Anual (LOA) do município de Juazeiro do Norte. O movimento defende que a destinação do percentual de 2% do orçamento municipal seja definido por lei permanente e que esses recursos sejam alocados no Fundo Municipal de Cultura, para serem aplicados nos projetos e programas do Plano Municipal de Cultura.

A luta pelos 2% do orçamento para cultura toma agora uma dimensão regional. No Crato, os segmentos da cultura já se organizam desde 2012. Já existe uma conversa entre os movimentos culturais das cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. O movimento procura compreender o orçamento dos municípios e os instrumentos jurídicos para viabilizar de suas propostas.

Nacionalmente o movimento tem ganhando força com a retomada das discussões sobre a criação dos percentuais estabelecido por lei federal e a defesa dos 2% no PPA Plano Plurianual do Governo Lula.