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Alexandre Lucas. (FOTO | Acervo pessoal). |
Coluna do Alexandre Lucas
Coloquei a bola de cristal, os baralhos e joguei todos os búzios, não obtive nenhuma resposta. O caixa eletrônico do banco foi mais certeiro, apontou extratos e saldos. Esse mês gastei desnecessariamente tentando encontrar a felicidade. Para acelerar o coração: café com canela.
Por
hoje não te peço em casamento, muito menos proponho te encontrar no final da
tarde para o chá, nem depois para jantar, ou um pouco mais tarde para ver a
lua. Vamos se encontrar sem previsões,
mesmo sabendo que você já tem o meu mapa astral, foi fácil, bastou saber que
minha aparição se deu às onze de uma manhã, no dia da consciência negra e um
ano antes da anistia da ditadura militar.
Daqui
a pouco, eu devo ir, talvez para padaria, com aquela desculpa que volto,
algumas vezes voltei. Já não consigo escrever grandes sonhos, não que falte
imaginação, apenas é curto o tempo para olhar o horizonte e massagear o queixo,
as imagens das nuvens têm sido mais demoradas.
As
curvas das esquinas apresentam desejos. Ando muito, os oráculos não me servem,
as bússolas só indicam a localização e mesmo assim ficamos desorientados. A padaria fica bem pertinho, o pão é macio, e
se não tiver apego, nem vou perceber quando sair.
Pode
ser também que a padaria saia fora da história.
Não acredito em milagres e os encontros marcados podem não acontecer. É
tudo tão imprevisível que desconfio de todas as certezas.
Para te acalmar vou sumir por alguns dias, em outros, encher de beijos a tua vontade, lançar nos teus ouvidos incêndios, depois, é depois e o verso da vida é escrito em movimento.
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