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Blog Negro Nicolau defende que municípios destinem 2% do orçamento para a cultura


 

Por Nicolau Neto, editor

O blog Negro Nicolau já veiculou vários textos de entidades culturais que estão lutando para que os municípios destinem 2% do seu orçamento para a cultura. Como uma mídia independente e antirracista, o blog também defende a causa.

É necessário fazer o debate em cada um dos municípios, sobretudo do cariri cearense, para que os 2% não seja apenas um sonho, mas uma realidade. Afinal, garantir mais recursos para esse setor é um caminho para a promoção do desenvolvimento econômico, social, político, territorial e é, pois, um passaporte para o direito à cidade e a cidadania cultural.

Proposta de 2% do orçamento para cultura é apresentada na Câmara de Juazeiro do Norte

 

(FOTO |Reprodução | WhatsApp).

Na última sessão da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte (11/07) foi apresentada pela vereadora Jacqueline Golveia ((MDB) Proposta de Emenda a Lei Orgânica do Município que prevê aplicação de no mínimo 2% do orçamento municipal para cultura. A proposição prevê ainda a criação de observatório das políticas públicas para cultura e a fixação de uma calendário das das comemorativas do município alinhada a educação patrimonial.

A proposta foi subscrita por 14 vereadores, como é previsto a legislação sobre apresentação de Emenda a Lei Orgânica, o que representa dois terço do parlamento juazeirense.

O presidente da Câmara, Capitão Vieira encaminhou a criação de comissão especial para analisar a legalidade da proposta para que possa ir para votação.

A proposta para ser aprovada precisará de 14 votos, em duas votações.

A escritora, advogada, integrante do Coletivo Magote, Luciana Dantas usou a tribuna da Câmara para defender a proposta dos 2%. A advogada disse que é preciso normatizar o percentual de recursos destinados ao setor cultural para atender as demandas e a continuidade das políticas públicas para área. Ela destacou a necessidade de ampliação dos recursos para execução do Plano Municipal de Cultura.

A luta pelos 2% do orçamento para cultura vem sendo fortalecida na região do Cariri. No Crato, a proposta é defendida desde 2012, pelo Coletivo Camaradas e outros segmentos da cultura. Naciolmenre o movimento cultural defende a retomadas das discussões sobre os percentuais orçamentários para cultura. Uma das propostas é a inclusão dos percentuais para municípios, estados e união na regulamentação do Sistema Nacional de Cultura

No próximo dia 19, no Crato, às 17h30, na sede do Pontos de Cultura Casa Ninho será realizada uma reunião como os segmentos da cultura das cidades Crato, Juazeiro e Barbalha.

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Texto encaminhado ao blog por Alexandre Lucas.

Movimento cultural de Juazeiro discute os 2% do orçamento para cultura neste sábado (01)

Movimento cultural de Juazeiro discute os 2% do orçamento para a cultura neste sábado. (FOTO | Reprodução | WhatsApp).

 Por Alexandre Lucas, Colunista

Neste sábado (01), às 14h, no Centro Cultural do Banco do Nordeste, o Coletivo Magote realizará reunião ampliada com os diversos segmentos do setor cultural de Juazeiro do Norte para discutir sobre a destinação de 2% do orçamento municipal para a cultura. A intenção é garantir esse percentual para ser incluído na Lei Orçamentária Anual (LOA) do Município.

O Coletivo Magote, de Juazeiro do Norte visa debater propostas e encaminhamentos aos poderes legislativo e executivo com a seguinte pauta:Garantir dotação consignada na Lei Orçamentária Anual (LOA) do município de Juazeiro do Norte. O movimento defende que a destinação do percentual de 2% do orçamento municipal seja definido por lei permanente e que esses recursos sejam alocados no Fundo Municipal de Cultura, para serem aplicados nos projetos e programas do Plano Municipal de Cultura.

A luta pelos 2% do orçamento para cultura toma agora uma dimensão regional. No Crato, os segmentos da cultura já se organizam desde 2012. Já existe uma conversa entre os movimentos culturais das cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. O movimento procura compreender o orçamento dos municípios e os instrumentos jurídicos para viabilizar de suas propostas.

Nacionalmente o movimento tem ganhando força com a retomada das discussões sobre a criação dos percentuais estabelecido por lei federal e a defesa dos 2% no PPA Plano Plurianual do Governo Lula.

Crato: Sistema Municipal de Cultura e a luta pelos 2%

 

(FOTO | Reprodução | WhatsApp).


Por Alexandre Lucas, Colunista 

O principal marco legal da legislação municipal sobre políticas públicas para cultura no Crato é o Sistema Municipal de Cultura (SMC), o qual norteia os princípios de participação popular, planejamento da política pública e aponta a necessidade de recursos financeiros para a sua execução. O Sistema está amparado numa política de estado, estruturante e compactuada com os entes federativos ( Estado e União). O SMC foi criado em dezembro de 2014. Com menos de 10 anos, caminha a passos lentos, reflexo da conjuntura nacional, que sofreu um processo de desmonte e descontinuidade nos governos Temer e Bolsonaro, mas também pelo olhar distante que fez com que a cultura estivesse fora do orçamento, no sentido de promover a cidadania cultural, desenvolvimento territorial, requalificação e manutenção dos equipamentos culturais. 

A situação do Crato, no tocante a efetivação das políticas públicas para cultura, apresenta um cenário desanimador e desafiador. Quando se observa o conjunto dos equipamentos culturais do município detectamos a seguinte situação: os que não estão fechados, apresentam péssimas condições de funcionamento e na sua totalidade, todos necessitam de acessibilidade e requalificação. O que é um grande desafio, tendo em vista que alguns prédios se tratam de arquiteturas antigas e de valor histórico para a cidade, o que impõe mão de obra com especificações técnicas. Outro fato diz respeito à política de fomento que ainda não consegue atender aos segmentos da cultura e as linguagens artísticas, previstas no SMC. 

É neste contexto que se fortalece a luta pelos 2% do orçamento do município para cultura. Essa luta surge a partir de um contexto nacional, com a Proposta de Emenda Constitucional - PEC que ficou conhecida como PEC da Cultura – PEC 150, que previa a seguinte destinação: 2% da União, 1,5% para Estados e no mínimo 1% para os municípios. No contexto das eleições de 2012, os segmentos de cultura do Crato entregaram aos candidatos ao executivo municipal a “carta compromisso com a cultura" que dentre outras propostas estavam : Criação do Sistema Municipal de Cultura, criado em 2014, criação da Política Municipal do Cultura Viva, criada em 2021 e a defesa dos 2% do orçamento para a cultura. 

A luta pelos 2% do orçamento do município para cultura está intimamente vinculada à consolidação do Sistema Municipal de Cultura. Em março deste ano foi realizada a Conferência Municipal de Cultural que teve como missão aprovar as diretrizes para a elaboração do Plano Municipal de Cultura como prevê o SMC, a questão é, como será executado o plano? De imediato a resposta é simples: com dinheiro. Essa questão reafirma a posição de que não é possível promover políticas públicas sem recursos. 

A cultura tem caber no orçamento do município. De acordo com dados da própria prefeitura, nos últimos sete anos foram investidos menos de 1% do orçamento em cultura. Em 2022, foi investido cerca de 0,67%, sendo que aproximadamente 85% foi para folha de pagamento e encargos sociais, o restante foram destinados para outras despesas e a política de fomento. A situação demonstra a fragilidade financeira da gestão da cultura no Crato. 

A execução do Plano Municipal de Cultura tem uma dimensão significativa no caráter de transversalidade da cultura, impactando no desenvolvimento econômico, tendo em vista, que a cadeia da economia da cultura tem ramificações em várias áreas. Outro fator é o desenvolvimento e a integração territorial e social, o fortalecimento da hibridização, diversidade e pluralidade e peculiaridade cultural, estética, artística, que vai do campo  popular ao erudito. 

As condições favoráveis para execução do Plano Municipal de Cultura colocará o Crato dentro do circuito da promoção dos direitos humanos e da cidadania cultural, do intercâmbio das culturas e da ampliação da visão social do mundo. 

O Plano Municipal de Cultura precisa de recurso para ser executado. A garantia de recursos é o substrato para alimentar uma política de estado para cultura e conceber que nos diversos segmentos da cultura existem trabalhadoras e trabalhadores da construção do simbólico. O tempo do pires na mão deve ser enterrado, bem como o discurso de que não se tem dinheiro para cultura.

É hora de colocar a dimensão da transversalidade da cultura, mas para isso exige também, colocar a cultura na centralidade da política, inclusive como forma de contribuir para uma nova cultura política e de combate a concepção reacionária, conservadora, opressora e neoliberal que tenta reduzir o papel dos estado tocante a emancipação humana e na acessibilidade cultural. 

No Brasil, iremos executar duas leis que são frutos da mobilização popular, a Lei Paulo Gustavo, que tem caráter ainda emergencial e de proteção social e a Aldir Blanc II que tem um caráter mais estruturante e visa contribuir para consolidação do Sistema Nacional de Cultura nos próximos anos. Ambas devem ser percebidas como complementares aos recursos dos municípios e estados. O que nos impõe vigilância para que estados e municípios não reduzam os seus investimentos a partir dos recursos próprios. 

No Crato, não vai existir execução do Plano Municipal de Cultura sem ampliação de investimentos. Os 2% do orçamento do município para cultura é vital. Essa deve ser compreensão coletiva para unificar os diversos segmentos da cultura e a gestão municipal na defesa do direito à cidade.

Dividir o pão e multiplicar a cultura, 2% é pouco

 

(FOTO | Reprodução | WhatsApp)

É preciso descoisar as coisas que estão coisadas, pensar a arte e a cultura para além do belo, não se mantém vivo um titulo de cidade da cultura de pé sem manter seus artistas acreditando que é possível viver de arte. Quando se desobjetifica a cultura e se compreende que há uma vida por detrás daquela obra é possível valorizar o trabalhador da cultura, gerar renda e girar a economia da cidade.

O Crato foi um dos municípios contemplados com a Lei Aldir Blanc, que proporcionou aos cratenses possibilidades de planejamento e execução de trabalhos, além da geração de renda e fomento à economia. Cerca de 88 agentes culturais / grupos tiveram acesso a recursos públicos voltados a cultura no Crato através da Lei Aldir Blanc entre o fim de 2020 e inicio de 2021.

Quando se pensa em politica pública para cultura, nunca na história do Brasil tivemos tanto dinheiro investido em vidas e que por ventura vida em abundância através da arte e da cultura como foi a Lei Emergencial da Cultura, a Lei Aldir Blanc.

Através desta lei foi possível circular renda por diversas mãos e diversos lares, Joãos, Cíceros, Ismaeis, Marias e Josés, Brasil adentro passaram de voluntários, carregadores de cadeiras, a profissionais remunerados da cadeia econômica da cultura.

Sim, 2% ainda é pouco, precisamos de boa vontade e mão na massa para tornar um percentual fixo, justo e leal ao título de cidade da cultura. Precisamos de uma politica de Estado que garanta vida e abundância para os fazedores de cultura.

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Ricardo Silva

Fazedor de arte

Geógrafo 

Especialista em Educação Pobreza e Desigualdades Sociais

Crato: 2% do orçamento para cultura, ainda é pouco

 

(FOTO/ Reprodução).

Por Alexandre Lucas, Colunista

O município do Crato ( CE), em 2022,  gastou do orçamento municipal 0,67%, cerca de 85% deste percentual foi gasto com folha de pagamento e encargos sociais, menos de 15% foi destinado para fomento e outras despesas da pasta. Nos últimos sete anos, o investimento no setor cultural não chegou a 1%. O resultado destes números tem incidência direta no processo de sucateamento dos equipamentos culturais e na política de fomento artístico-cultural.

O Crato, cidade conhecida como “capital da cultura”, conceito elitista, inadequado e excludente demonstra contradições e equívocos. Atualmente o conjunto dos  equipamentos culturais do Município estão fechados ou apresentam condições inadequadas para uso: Museu Histórico e de Artes Vicente Leite, Teatro Salviano Arraes, Centro Cultural do Araripe, Estação da Cidadania, Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, Biblioteca Central e Luiz Cruz e anfiteatro da Praça do Cruzeiro. A ausência de espaços em condições de funcionamento contribui para dificultar a democratização estética, artística, literária e cultural da mesma forma que a redução dos investimento em fomento prejudica a cadeia econômica da cultura e a fruição estética.

Os percentuais investidos no setor cultural do Crato demonstram  que são insuficientes pela dimensão populacional do município que atualmente tem mais 133 mil habitantes e está situado numa região efervescente de pluralidade e diversidade cultural,  marcada pela convivência, contraste e hibridismo do popular e do erudito, dos terreiros e das academias, da dança clássica e do reisado, do cordel e das teses acadêmicas , dos arranha-céus e da Chapada do Araripe, essa complexidade de elementos exigem maior investimento.  Se pegarmos como recorte a população e dividimos pelo valor gasto em 2022 (R $2.939.338,61), teríamos um investimento menor que R$ 2,00 por habitante/mês. Lógico que  essa matemática não dá conta da dimensão simbólica na vida da população, mas pode instigar o processo de reflexão sobre aquecimento e desaquecimento na economia da cultura, no sentido de aprofundar o debate sobre  as condições de sobrevivência das trabalhadoras e trabalhadores da cultura. 

Desde 2012, o  movimento cultural defende a  destinação de 2% do orçamento para a cultura. Neste  mesmo período, o movimento já defendia a criação do Sistema Municipal de Cultura e a implementação do Cultura Viva Municipal. O Sistema foi criado em  2014 e a Lei  Cultura Viva ( Pontos de Cultura) em 2021. Dois marcos legais dos segmentos culturais capazes de estruturar a política pública para a cultura no Município, entretanto, o arcabouço jurídico ainda não encontrou as condições políticas e econômicas favoráveis  para  impulsionar  a democratização da política cultural.

A grande questão é criar políticas  de estado para cultura,  visando evitar que elas sejam demolidas no trânsito dos governos.

A pauta dos 2% tomou conta do debate na  última Conferência Municipal de Cultural que teve  como tema “Uma Política Pública para o Crato: Implementação do Plano Municipal de Cultura” que aconteceu nos dias 24 e 25 de março e deverá elaborar o documento referência para a cultura do Município para os  próximos 10 anos. A conferência aprovou duas propostas relativas aos 2%: a primeira é a inclusão dos 2% na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO para ser implementada em 2024 e a outra  é a elaboração de lei que cria a destinação de percentual de 2% do orçamento para a cultura, sendo  50% para o fomento artístico-cultural. 

A luta pelos 2% do orçamento para a cultura representa uma estratégia para colocar o Plano Municipal de Cultura dentro do orçamento do município e ao mesmo tempo ir consolidando o Sistema Municipal de Cultural. Os 2% é uma trincheira de luta para o promover o desenvolvimento econômico, social, territorial, o direito à cidade e a cidadania cultural.