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A Deputada Dani Balbi (PCdoB - RJ). (FOTO | Octacilio Barbosa | Alerj). |
Julgada, silenciada e criminalizada. A mãe que chora a perda do filho pelas mãos do Estado é a protagonista de “Mãe, preta, reincidente”, primeira obra literária ficcional da poetisa, professora, roteirista e deputada estadual Dani Balbi (PCdoB-RJ), lançada pela editora Oficina Raquel.
A obra é um alerta sobre como o sistema de justiça brasileiro, atravessado pelo racismo estrutural, perpetua a violência contra mulheres negras das favelas e periferias. O lançamento acontece no dia 17 de junho, às 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, na Zona Sul da capital fluminense, com presença das atrizes Zezé Motta, Ayana Dias e Alice Morena.
Do livro para o palco
O texto, escrito em formato cênico, leva ao público personagens que espelham a realidade: a mãe preta, juiz, policiais, promotor, defensora e jurados. No centro da narrativa está uma mulher que perde o filho em uma operação policial e, anos depois, se vê no banco dos réus, vítima de um sistema judicial marcado por desigualdades, provas forjadas e silenciamento das vítimas. Com linguagem ácida, poética e incisiva, a peça convida à reflexão: “quem tem o direito de existir, errar, resistir?”.
A dramaturgia, escrita ao longo de uma década, ganhou fôlego novo graças ao encorajamento do professor e dramaturgo Sérgio de Carvalho, que assina o prefácio do livro. Diretor da Companhia do Latão, fundador do grupo Teatro da Universidade de São Paulo (TUSP) e do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Sérgio é reconhecido como uma das vozes mais importantes da dramaturgia contemporânea brasileira, com um trabalho que articula estética, política e história.
“Seguiremos cada um dos movimentos da Mãe nesse processo estranho. E sua dor será a nossa, antes mesmo que tenhamos a compreensão mais completa de sua história”, escreve ele sobre a peça. A montagem do texto no teatro, prevista para 2026, será dirigida por Vera Lopes, com cenografia de Cachalote Matos.
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Com informações da Alma Preta Jornalismo.
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