![]() |
Sítio Urbano do Gesso. (FOTO | WhatsApp). |
Por Alexandre Lucas, Colunista
O Sítio Urbano do Gesso é tratado pela Prefeitura Municipal do Crato como um projeto particular de uma organização, embora tenha sido reconhecido pela Lei Municipal nº 3.612/2019. O Sítio demanda da gestão municipal cuidados, orientação e fomento para o desenvolvimento dessa área verde urbana, localizada às margens da linha férrea. A lei, proposta pelo Coletivo Camaradas, prevê que essa experiência seja replicada em outras áreas da cidade.
No
entanto, o que se observa é a negligência total dos dois últimos
prefeitos.
Vejamos:
- Em
2023, o Coletivo Camaradas apresentou ao Conselho Municipal de Meio Ambiente e
Mudança do Clima um projeto para revitalizar parte do Sítio. Aprovado pelo
Conselho, o projeto não obteve resposta da Prefeitura até o momento.
-
Outro projeto, que visava formar agentes ambientais, sequer foi adequadamente
apresentado ao Conselho.
-
Uma proposta de alteração da Lei do Sítio Urbano do Gesso se encontra na Prefeitura e propõe criação do
Conselho Gestor composto por movimentos e um um universidades e
disponibilização de servidor para manter serviços de limpeza e rega.
Diversos
ofícios foram encaminhados ao gabinete do prefeito, mas o silêncio prevaleceu
como opção política.
Apesar
da realização de semanas do Meio Ambiente, nenhuma delas contemplou o Sítio
Urbano do Gesso, mesmo diante das reivindicações.
O
Crato integra o Programa Cidades Resilientes, mas não há diálogo com movimentos
sociais nem discussões sobre áreas verdes urbanas.
Essa
postura desrespeita as Leis Municipais nº 4.176/2024 (Política Municipal de
Educação Ambiental) e nº 4.177/2024 (Política de Arborização Urbana). O Sítio
Urbano do Gesso está diretamente ligado a essas políticas e deveria ser tratado
como parte integrante da infraestrutura urbana do município.
Além
disso, o Plano Diretor do Município prevê a revitalização da Praça da RFFSA,
associada ao Sítio Urbano do Gesso, destacando a necessidade de consolidar e
expandir esse modelo.
Diálogos
com universidades e movimentos sociais são estratégias essenciais para
demonstrar o potencial quantitativo e qualitativo do Sítio, bem como seu papel
emergente nas políticas ambientais e urbanas contemporâneas. Esse é um dos caminhos
que tem sido percorridos.
Apesar
dos esforços para estabelecer canais de diálogo e construção coletiva, a atual
gestão municipal ignora tais iniciativas. As ações (ou a falta delas) das
últimas duas gestões – ambas sob prefeitos filiados ao Partido dos
Trabalhadores (PT) – desrespeitam movimentos sociais, a esquerda e os próprios
princípios do PT.
O Sítio Urbano do Gesso não é um projeto pessoal, mas uma necessidade urgente em tempos de crise climática e defesa da vida humana. Sua implementação e manutenção são questões de interesse público e devem ser priorizadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!