18 de junho de 2025

A Prefeitura e o Sítio Urbano do Gesso

 

Sítio Urbano do Gesso. (FOTO | WhatsApp).

Por Alexandre Lucas, Colunista

O Sítio Urbano do Gesso é tratado pela Prefeitura Municipal do Crato como um projeto particular de uma organização, embora tenha sido reconhecido pela Lei Municipal nº 3.612/2019. O Sítio demanda da gestão municipal cuidados, orientação e fomento para o desenvolvimento dessa área verde urbana, localizada às margens da linha férrea. A lei, proposta pelo Coletivo Camaradas, prevê que essa experiência seja replicada em outras áreas da cidade.

No entanto, o que se observa é a negligência total dos dois últimos prefeitos. 

Vejamos: 

- Em 2023, o Coletivo Camaradas apresentou ao Conselho Municipal de Meio Ambiente e Mudança do Clima um projeto para revitalizar parte do Sítio. Aprovado pelo Conselho, o projeto não obteve resposta da Prefeitura até o momento. 

- Outro projeto, que visava formar agentes ambientais, sequer foi adequadamente apresentado ao Conselho. 

- Uma proposta de alteração da Lei do Sítio Urbano do Gesso  se encontra na Prefeitura e propõe criação do Conselho Gestor composto por movimentos e um um universidades e disponibilização de servidor para manter serviços de limpeza e rega.

Diversos ofícios foram encaminhados ao gabinete do prefeito, mas o silêncio prevaleceu como opção política. 

Apesar da realização de semanas do Meio Ambiente, nenhuma delas contemplou o Sítio Urbano do Gesso, mesmo diante das reivindicações. 

O Crato integra o Programa Cidades Resilientes, mas não há diálogo com movimentos sociais nem discussões sobre áreas verdes urbanas. 

Essa postura desrespeita as Leis Municipais nº 4.176/2024 (Política Municipal de Educação Ambiental) e nº 4.177/2024 (Política de Arborização Urbana). O Sítio Urbano do Gesso está diretamente ligado a essas políticas e deveria ser tratado como parte integrante da infraestrutura urbana do município. 

Além disso, o Plano Diretor do Município prevê a revitalização da Praça da RFFSA, associada ao Sítio Urbano do Gesso, destacando a necessidade de consolidar e expandir esse modelo. 

Diálogos com universidades e movimentos sociais são estratégias essenciais para demonstrar o potencial quantitativo e qualitativo do Sítio, bem como seu papel emergente nas políticas ambientais e urbanas contemporâneas. Esse é um dos caminhos que tem sido percorridos.

Apesar dos esforços para estabelecer canais de diálogo e construção coletiva, a atual gestão municipal ignora tais iniciativas. As ações (ou a falta delas) das últimas duas gestões – ambas sob prefeitos filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT) – desrespeitam movimentos sociais, a esquerda e os próprios princípios do PT. 

O Sítio Urbano do Gesso não é um projeto pessoal, mas uma necessidade urgente em tempos de crise climática e defesa da vida humana. Sua implementação e manutenção são questões de interesse público e devem ser priorizadas. 

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