23 de junho de 2025

Sete em cada dez trabalhadoras domésticas vivem em exaustão e 64% ganham menos que um salário mínimo

 

(FOTO | Reprodução | Notícia Preta).

Um estudo inédito divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome aponta que sete em cada dez trabalhadoras domésticas remuneradas no Brasil se sentem cronicamente cansadas. O levantamento, realizado em parceria com a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), revela ainda que 57,1% dessas profissionais são chefes de família.

De acordo com os dados, o cenário de sobrecarga está diretamente relacionado às condições de trabalho e renda. A pesquisa mostra que 64,5% das trabalhadoras domésticas ganham menos que um salário mínimo. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada pelo IBGE no primeiro trimestre deste ano, o rendimento médio da categoria é de R$ 1.293, considerando tanto profissionais com carteira assinada quanto aquelas na informalidade.

O levantamento do ministério revela também que 40% das entrevistadas relatam não ter tempo para si mesmas ou para cuidar da própria saúde. A falta de descanso e a pressão gerada pela necessidade de sustentar financeiramente a casa são apontadas como fatores que agravam a exaustão física e emocional.

O perfil das trabalhadoras domésticas no Brasil reflete o cruzamento de desigualdades de gênero, raça e classe. Dados do IBGE mostram que a maioria das mulheres empregadas no trabalho doméstico é negra, compondo um dos grupos mais afetados pela informalidade e pela baixa remuneração no país. Atualmente, apenas cerca de 25% das trabalhadoras domésticas possuem carteira assinada.

A informalidade segue como um dos principais desafios da categoria. A falta de vínculo formal impede o acesso a direitos trabalhistas básicos, como férias, 13º salário, licença médica e aposentadoria. Nas regiões Norte e Nordeste, os índices de informalidade são ainda mais altos, segundo os dados da PNAD.

O estudo também revelou que, além da carga de trabalho formal, muitas dessas mulheres acumulam tarefas de cuidado não remunerado dentro de suas próprias casas, como cuidar de filhos, netos ou pessoas idosas. Essa dupla jornada impacta diretamente a qualidade de vida e amplia a sensação de cansaço constante.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, os dados foram coletados com o objetivo de embasar políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de trabalho e de vida das trabalhadoras domésticas no Brasil. Atualmente, o país tem aproximadamente seis milhões de mulheres atuando no setor, que é historicamente marcado pela precarização e pela falta de reconhecimento social.

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Com informações do Notícia Preta.

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