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(FOTO | Reprodução | Notícia Preta). |
Um estudo inédito divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome aponta que sete em cada dez trabalhadoras domésticas remuneradas no Brasil se sentem cronicamente cansadas. O levantamento, realizado em parceria com a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), revela ainda que 57,1% dessas profissionais são chefes de família.
De
acordo com os dados, o cenário de sobrecarga está diretamente relacionado às
condições de trabalho e renda. A pesquisa mostra que 64,5% das trabalhadoras
domésticas ganham menos que um salário mínimo. Segundo a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada pelo IBGE no primeiro
trimestre deste ano, o rendimento médio da categoria é de R$ 1.293,
considerando tanto profissionais com carteira assinada quanto aquelas na
informalidade.
O
levantamento do ministério revela também que 40% das entrevistadas relatam não
ter tempo para si mesmas ou para cuidar da própria saúde. A falta de descanso e
a pressão gerada pela necessidade de sustentar financeiramente a casa são
apontadas como fatores que agravam a exaustão física e emocional.
O perfil
das trabalhadoras domésticas no Brasil reflete o cruzamento de desigualdades de
gênero, raça e classe. Dados do IBGE mostram que a maioria das mulheres
empregadas no trabalho doméstico é negra, compondo um dos grupos mais afetados
pela informalidade e pela baixa remuneração no país. Atualmente, apenas cerca
de 25% das trabalhadoras domésticas possuem carteira assinada.
A
informalidade segue como um dos principais desafios da categoria. A falta de
vínculo formal impede o acesso a direitos trabalhistas básicos, como férias,
13º salário, licença médica e aposentadoria. Nas regiões Norte e Nordeste, os
índices de informalidade são ainda mais altos, segundo os dados da PNAD.
O
estudo também revelou que, além da carga de trabalho formal, muitas dessas
mulheres acumulam tarefas de cuidado não remunerado dentro de suas próprias
casas, como cuidar de filhos, netos ou pessoas idosas. Essa dupla jornada
impacta diretamente a qualidade de vida e amplia a sensação de cansaço
constante.
De
acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, os dados foram
coletados com o objetivo de embasar políticas públicas voltadas para a melhoria
das condições de trabalho e de vida das trabalhadoras domésticas no Brasil.
Atualmente, o país tem aproximadamente seis milhões de mulheres atuando no
setor, que é historicamente marcado pela precarização e pela falta de
reconhecimento social.
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Com informações do Notícia Preta.
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