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Jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi. (FOTO/ Felipe Gonçalves/ Brasil 247). |
"Não é estranho que partidos de esquerda componham um bloco com a oposição de direita no mesmo dia em que Maia, cedendo a Bolsonaro, tira da pauta a votação da renda emergencial? Além do mais, afirmando que DEM, PSDB e MDB têm compromisso com a democracia?", escreveu o jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi, em seu twitter.
Partidos
de oposição anunciaram nesta sexta-feira apoio ao bloco liderado pelo
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na disputa por sua sucessão ao
comando da Casa, o que levou o deputado a anunciar a formação de uma aliança
com 11 legendas para a disputa.
“Enquanto alguns buscam corroer e lutam para
fechar nossas instituições, nós aqui lutamos para valorizá-las. Enquanto uns
cultivam o sonho torpe do autoritarismo, nós fazemos a vigília da liberdade.
Enquanto uns se encontram nas trevas, nós celebramos a luz”, disse Maia ao
ler o documento, ao lado de líderes e representantes dos partidos.
O
bloco de Maia, que ainda não tem um candidato definido, enfrentará o líder do
PP, Arthur Lira (AL), que é apoiado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Dois
nomes são considerados os favoritos para representar o bloco do atual
presidente da Câmara: o líder do MDB, Baleia Rossi (SP), e o líder da Maioria,
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), mas o PT informou que também apresentará um nome do
próprio partido ou da oposição a ser apreciado pelo grupo.
De
acordo com Maia, o bloco vai dialogar nos próximos dias para definir o nome
“mais da centro-direita, mas que também pode sair do campo da centro-esquerda”
para representar o grupo.
“Da esquerda ou da direita, mas
principalmente que possa representar e manter uma união de partidos com ideias
tão diferentes, mas como grande convergência na defesa da democracia, da
liberdade e das instituições democráticas”, afirmou.
Os
partidos de oposição, que eram considerados fiéis da balança na disputa,
reconheceram as diferenças com a agenda econômica defendida por demais legendas
do bloco, mas exaltaram a união contra o governo.
“Vamos nos unir para enfrentar o inimigo
maior, o inimigo maior da nação brasileira se chama Jair Messias Bolsonaro, e
ele será derrotado na eleição da Mesa da Câmara”, disse o deputado Orlando
Silva, que assinou o documento em nome do PCdoB, em discurso no plenário da
Câmara, acrescentando que a oposição continuará a lutar contra a agenda
econômica defendida por Maia, apesar da aliança.
Também
em discurso no plenário, Arthur Lira acusou Maia de promover uma ditadura no
comando da Casa e disse que os dois nomes cogitados para concorrer pelo grupo
rival também fazem parte da base do governo. Aguinaldo, inclusive, é do mesmo
partido de Lira.
“Essa Casa vive hoje uma ditadura de
representatividade. Não tem rodízio proporcional para os relatórios de MPs,
PLs, PECs, e quando o relator é escolhido ninguém nem sabe”, afirmou.
“Não tem mais função o colégio de líderes
nessa casa, não tem mais o princípio de proporcionalidade para entrega das
matérias”, disse. “Nós estávamos calados o tempo todo, mas agora não mais.”
A
eleição para a presidência da Câmara ocorrerá em fevereiro. Para ser eleito, o
candidato precisa de maioria absoluta dos votos (257) em primeira votação, ou
ser o mais votado no segundo turno.
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