Às vésperas do 7 de setembro, Bolsonaro corre para dar base militar aos EUA


(FOTO/Reprodução/CartaCapital).

Jair Bolsonaro vai participar do desfile militar do Dia da Independência pela primeira vez como presidente. Seu nacionalismo está desafiado pela tentativa do governo de selar, e depressa, um acordo com os Estados Unidos para os americanos usarem um centro de lançamento de foguetes no Maranhão. Um acordo, aliás, que teve o voto contra do deputado Jair Bolsonaro em 2001.

O atual governo, ultraliberal e autoritário, transformou nossa política externa em instrumento de total subordinação a outros interesses estrangeiros, como ficou patente no acordo firmado com os Estados Unidos para utilização da Base de Alcântara e no acordo Mercosul-União Europeia.” É o que diz o manifesto inaugural da Frente Popular e Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional, lançada em 3 de setembro, no Congresso.

Um dia após o surgimento da Frente, os deputados aprovaram, por 330 a 98 votos, a proposta de votar com urgência o acordo sobre Alcântara, uma forma de acelerar a decisão final. Circula na Câmara que Bolsonaro quer tudo aprovado a tempo de seu filho Eduardo levar a notícia debaixo do braço para Washington quando se tornar, caso o Senado aprove, embaixador nos EUA.

Apesar do aval à urgência, a votação do acordo no plenário da Câmara ainda depende de Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente da Casa, descascar um abacaxi. A oposição de esquerda rachou no tema: PSB e PCdoB apoiam, o PDT oscila e PT e PSOL rejeitam. Para atrasar a decisão, a psolista Áurea Carolina (MG) foi à Justiça, e o petista Arlindo Chinaglia (SP) aponta “fraude” presidencial.

Chinaglia diz que o acordo aprovado pela Comissão de Relações Exteriores estava incompleto. Faltaria o trecho com a orientação operacional para a polícia e o socorro emergencial atuarem em Alcântara. Pelo acordo geral, o Brasil aceita que só americanos andem na base. Os deputados souberam da orientação operacional pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.

Um dia após Pontes ir à comissão, em abril, o líder do PSB, Tadeu Alencar (PE), questionou o presidente do colegiado. Que é Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A resposta do governo partiu do Ministério das Relações Exteriores. O trecho faltante foi enviado como um documento avulso, para ser anexado ao acordo submetido ao Congresso.

“Fomos enganados na comissão”, disse Chinaglia na votação da urgência. “É de muita gravidade, visto que houve uma fraude. Ficou parecendo que o presidente teria enviado a matéria, e não a enviou.”
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Com informações de CartaCapital. Clique aqui e confira íntegra da matéria.

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