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Ironides Rodrigues ministra aula de alfabetização para jovens e adultos inscritos no Teatro Experimental do Negro. Rio de Janeiro, 1945. (FOTO/Reprodução/Alex Ratts). |
Texto | Nicolau Neto
No
último dia 19 de setembro o Brasil relembrou o nascimento de Paulo Reglus Neves
Freire. O pernambucano mais tarde se tornaria o educador mais conhecido e
influente no mundo.
Por
seus estudos, análises, obras escritas e publicadas, Paulo Freire influenciou o
que o mundo passaria a conhecer como Pedagogia Crítica e acabou por ser
denominado Patrono da Educação.
Uma
das suas obras mais conhecidas é "Pedagogia do Oprimido" e concebeu a
educação como libertadora. Ela, para ele, necessita ser libertadora para poder
cumprir seu papel. Assim, sua prática
didática visava libertar o educando da chamada educação bancária e tecnicista.
Por essa visão, o aluno seria liberto criando o caminho da sua aprendizagem.
Freire se destacou na área da educação popular, voltada tanto para a
escolarização como para a formação da consciência política.
Freire
passou a figurar, por tanto, nos meios acadêmicos como uma referência na área
da educação popular. Por meio dela se valoriza os saberes prévios de cada
comunidade e suas realidades socioculturais na construção de novos saberes.
Sem
desconsiderar a importância de Freire, o professor Alex Ratts, da Universidade
Federal de Goiás (UFG) discordou da tese de que a educação popular começou com
o educador pernambucano.
“A educação popular não começa com Paulo
Freire nos anos 1960. Temos o Teatro Experimental do Negro e Ironides
Rodrigues, nos anos 1940, dentre outrxs”, escreveu o doutor em antropologia
pela Universidade de São Paulo (USP).
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Paulo Freire e Abdias Nascimento. Guiné-Bissau, 1976. (FOTO/Reprodução/Alex Ratts). |
Para ilustrar seu pensamento, Ratts que é umas das referências no Brasil quando o assunto é população afro-descendente, compartilhou duas imagens. A primeira é o encontro de Paulo Freire e Abdias Nascimento no de 1976, em Guiné-Bissau e a segunda é de Ironides Rodrigues ministrando aula de alfabetização para jovens e adultos inscritos no Teatro Experimental do Negro no Rio de Janeiro em 1945. Ratts também cita a obra “Educação, instrução e alfabetização de adultos no Teatro Experimental do Negro. In: História da educação do negro no Brasil e outras histórias”, de Jeruse Romão.
Para
conhecer um pouco de Abdias Nascimento clique aqui.
Aprofunde
seus conhecimentos sobre o Teatro Experimental do Negro clique aqui.
A
ativista do Grupo de Mulheres Negras do Cariri Pretas Simoa, Karla Alves,
também lembrou de Antonieta de Barros que alfabetizou “crianças pobres e
empregadas domésticas em 1922”.
Belíssimo pesquisa Prof Dr Alex Ratts.
ResponderExcluirNecessária... Em tempos da tão essencial reconstrução histórica.
Muito importante registrar as importantíssimas contribuições do TEN.
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