Menos
de vinte e quatro (24) horas depois do prefeito de Nova Olinda, Afonso Sampaio
(PSD), autorizar o trabalho pelas vias públicas dos agentes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), moradores já contestaram a utilidade do
órgão.
Um
dos mais críticos da operacionalidade dos serviços a ser prestado pelo
Departamento de Trânsito no âmbito municipal foi o estudante de design de
produto da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Márcio dos Santos.
Para
o universitário, “Nova Olinda não precisa de um Demutran”, mas “de coerência e
transparência nos serviços que buscam ser aplicados”. Ao esmiuçar seus
argumentos, Márcio foi taxativo ao afirmar que os serviços a serem prestados
pelo órgão é cabível a “cidade grande” e que quando aplicados a uma cidade
pequena as ações advindas destas serão aproveitadas “por uma pequena classe”,
ao passo que os “que se encontram a margem do centro da cidade sofrerá, será
marginalizado e esquecido pelos gestores públicos”.
Ainda
segundo ele, o desenvolvimento do município deve passar necessariamente pela
oferta “de um bom salário para esses todos” e enfatizou que existe “famílias que
sobrevivem com menos da metade de um salário mínimo” e outras “que moram em
áreas de risco e insalubres” e outras ainda “com crianças fora da escola”. Ele
realça que todos estas pessoas estão esquecidas e indaga “e a gestão para essas
pessoas, onde está”?
O
universitário destaca que “os gestores deveriam buscar solucionar primeiro os
pequenos problemas ou aqueles problemas mais latentes, para que depois pudessem
ter argumentos para aplicar um ‘grande serviço para a cidade’”.
A nota foi compartilhada na sua rede social facebook neste sábado, 24, e
recebeu dezenas de curtidas e comentários elogiosos a sua postura.
“Boas palavras Márcio Dos Santos, São poucas as pessoas do nosso município que assim como você enxerga o social do município, uma cidade antes mesmo de edificações ou seja estruturas físicas é feita de pessoas e essas pessoas precisam de respeito e de pelo menos uma vida digna", disse Miguel Barros. (texto retirado tal qual foi postado).
Outro
internauta, Adeeh Miranda, foi além e disse “José Márcio pra vereador #2020”.
Ao
justificar a operacionalidade do Demutran o prefeito Afonso afirmou ser “necessário mudar o comportamento dos
condutores para reduzir os acidentes de trânsito com vítimas fatais” e que “a
educação é o caminho para mudar a cultura da imprudência”.
Abaixo
integra da nota de Márcio dos Santos
“Aos que acreditam que o desenvolvimento de
uma cidade pode ser medido por serviços e ações de cidade grande aplicados numa
cidade pequena, não se enganem. Pois quando se aplicam essas ações e serviços
sempre serão voltados e aproveitados por um pequena classe, e mais uma vez,
aqueles que se encontram a margem do centro da cidade sofrerá, será
marginalizado e esquecido pelos gestores públicos. Desenvolver uma cidade é
fazer dela uma cidade igual para todos.
O desenvolvimento em uma cidade como
Nova Olinda, deve ser buscado através de serviços para as populações que são
marginalizadas, não significa esquecer a classe média, mas fortalecer as ações
para as classes menos privilegiadas. O desenvolvimento deve ser buscado através
de um bom salário para esses todos, tem famílias que sobrevivem com menos da
metade de um salário mínimo; tem famílias que moram em áreas de risco e
insalubres; famílias com crianças fora da escola. Todos eles esquecidos, e a
gestão para essas pessoas, onde está?
Os gestores deveriam buscar
solucionar primeiro os pequenos problemas ou aqueles problemas mais latentes,
para que depois pudessem ter argumentos para aplicar um "grande serviço
para a cidade".
Nova Olinda não precisa de um Demutran,
ela precisa de coerência e transparência nos serviços que buscam ser aplicados”.
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Agentes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) de Nova Olinda tem serviço autorizado pelo prefeito Afonso Sampaio nesta sexta-feira, 23. (Foto: Divulgação/ Portal do Município). |