O grave erro de Ciro Gomes


Ciro Gomes é um candidato a presidente deveras interessante.

Sua visão dos problemas brasileiros reúne um conhecimento profundo de economia ao objetivo genuíno de melhorar as condições de vida do povão.

Ciro bate constantemente no rentismo e na concentração de renda absurda do nosso país. Foi linha de frente na luta contra o golpe. É, portanto, um aliado do campo de esquerda.

Dito isto, suas posições sobre a imprensa hegemônica são decepcionantes, para dizer o mínimo.

Ciro participou ontem de um tal “2º Encontro Folha de Jornalismo”. Foi entrevistado pela colunista Mônica Bergamo.

O início é constrangedor. Ciro elogia a Folha e sua dona, a família Frias, por prestar informações plurais e fidedignas.

Apenas o episódio da ficha criminal falsa de Dilma Roussef, divulgada em 2009 pela Folha, desmente espetacularmente os elogios de Ciro. A própria Folha admitiu depois (aqui) que não poderia assegurar a autenticidade da ficha mas complementou, de forma cretina, que a autenticidade também “não pode ser descartada”.

De lá para cá a coisa só piorou. A Folha é um veículo a serviço do capital e faz um jornalismo absolutamente desonesto, muitas vezes bandido, mentindo e manipulando loucamente para atacar a esquerda, além de ter sido uma das grandes propulsoras do golpe de Estado que Ciro tanto combateu, em um conluio aberrante com o sistema de justiça.

A primeira pergunta da entrevista é sobre Lula. O próprio Ciro, após respondê-la, brinca que quer falar um pouco das suas próprias ideias ao invés de falar do ex-presidente, “se não sai na Folha amanhã ‘Ciro mete o pau no Lula'”.

Elementar, meu caro Gomes.

Ciro sacou de pronto qual a grande motivação para que fosse convidado ao evento – gerar manchetes contra Lula a partir de críticas vindas do campo da esquerda – e mesmo assim prestou-se ao lamentável papel.

Perguntado sobre a regulação da mídia, Ciro repetiu a estúpida frase de Dilma e disse que “a melhor regulação da mídia é o controle remoto. (…) Quer mudar de canal? Muda de canal. Não precisa o governo regular”.

Na resposta anterior ele mesmo havia criticado o fato de que a mídia no Brasil é controlada por cinco famílias e uma igreja e tem uma linha ideológica única. Do que serviria o controle remoto, então? Deve ser para a pessoa escolher qual veículo de direita, anti-povo e antidemocrático irá manipulá-la.

Diz que hoje há o contraponto da internet, mas esqueceu de dizer que a brutal concentração de mídia no país tem um poder de fogo incomparavelmente maior do que qualquer post de blog ou em rede social.

A Globo, Folha e demais integrantes da máfia midiática são as grandes responsáveis pelo caos golpista no qual estamos metidos.

Seu papel no golpe de 2016 e na perseguição a Lula é fulcral. Sem a pesada manipulação midiática – a qual só é possível porque não há qualquer regulamentação que faça com que a imprensa expresse a pluralidade política da sociedade – a Lava Jato simplesmente não teria como fazer o que fez.

Por suas falas, Ciro aparenta ignorar tudo isso, o que não me parece provável, dada a sua inteligência. A outra hipótese é que finja ignorar deliberadamente, para talvez tentar angariar alguma simpatia dos barões da imprensa.

Caso a segunda tese seja mesmo a correta, Ciro comete um equívoco grosseiro.

Ele está sendo poupado pela velha mídia até agora porque suas críticas a Lula servem aos interesses da direita.

Assim que Lula estiver definitivamente fora do páreo, as baterias do oligopólio de mídia se voltarão para qualquer candidato do campo progressista.

Ciro cedo ou tarde será o alvo do massacre midiático que ataca impiedosamente qualquer candidato a presidente não alinhado ao projeto político da direita.

O controle remoto não vai ajudá-lo. (Por Pedro Breier, no Cafezinho).

Ciro Gomes. (Foto: Fórum).

Grupo de intelectuais lança movimento pela candidatura de Haddad à presidência



Um pequeno grupo de intelectuais lançou um movimento pela candidatura de Fernando Haddad à presidência em 2018. Em artigo publicado nesta quarta-feira (21), na Folha de S.Paulo, o antropólogo Ricardo Teperman, o engenheiro Luis Rheingantz e o economista André Kwak explicam as razões de sustentação do manifesto “Eu voto no Haddad, me pergunte por quê”.

Acompanhe a íntegra do texto:

Em tempos de esgotamento da chamada política tradicional, Fernando Haddad representa renovação ao mesmo tempo em que detém reconhecida experiência na administração pública.

Além disso, é a principal liderança com a transversalidade necessária para reunir a oposição do atual governo. Seu trânsito entre as salas de aula do Insper e os acampamentos do MTST é cada vez mais raro no Brasil polarizado de hoje.

Em suma, ele encarna como ninguém a proposta de quebrar as barreiras ideológicas e dar novo ímpeto ao pacto nacional da Constituição de 1988.

Dentre os legados da era Lula, com a devida exceção da luta contra a fome, o mais notável e de impacto transformador incontestado é a educação, área que Haddad comandou durante quase uma década.

Os inúmeros campi e escolas técnicas inaugurados, associados às cotas, ao Prouni, ao Fundeb e ao Enem transformaram o país, empoderando milhares de jovens.

O caráter inovador de sua gestão em São Paulo está sendo redescoberto graças à resiliência de projetos e realizações como a Controladoria Geral do Município, a renegociação da dívida com a União e as parcerias público-privadas.

Também se nota a percepção (tardia) por parte da opinião pública do acerto de medidas inicialmente polêmicas, como o novo plano diretor e as políticas de mobilidade urbana (diminuição da velocidade nas vias, corredores de ônibus, ciclovias), de direitos humanos, de desenvolvimento sustentável e de democratização do espaço da cidade.

Admirado e respeitado mesmo por antipetistas, está bem posicionado para liderar a transição do partido depois da possível, e deplorável, inviabilização da candidatura de Lula.

Coordenador do programa do PT, tem uma relação de confiança com lideranças tão antagonistas quanto Marina Silva e Guilherme Boulos, Ciro Gomes – que chama a aliança com Haddad de “dream team” -, Fernando Henrique Cardoso para quem Haddad é o melhor interlocutor da esquerda e Manuela DÁvila, do PCdoB, partido que foi parceiro indispensável de sua gestão em São Paulo.

A renovação e a abertura política que definem a atuação de Haddad são as únicas alternativas do PT para evitar a obsolescência – destino que tiveram os partidos sociais-democratas europeus que recusaram a se rever.

O movimento “Eu voto no Haddad, me pergunte por quê” foi criado durante as eleições de 2016. Ao longo do mês de setembro daquele ano, centenas de pessoas se empenharam em defender os avanços de sua gestão conversando com paulistanos pelas ruas da cidade.

O fato de ser uma iniciativa sem vínculo com estruturas partidárias, e tampouco com o candidato, permitia que o diálogo se estabelecesse de maneira mais aberta. Essa independência e liberdade de debate dão força para que o movimento continue ativo desde então.

Haddad se distancia da figura do político profissional pela trajetória acadêmica, à qual retornou após a passagem pela prefeitura; pela franqueza e serenidade de suas colocações; pela parceria produtiva com sua companheira Ana Estela, professora e gestora pública destacada.

Muito mais do que um “plano B”, Haddad tem tudo para ser o líder de uma frente ampla republicana, preocupada mais com os princípios programáticos do que com o velho pragmatismo, que se coloque como alternativa competitiva aos vários cenários regressivos à vista. (Com informações da Revista Fórum).

A renovação e a abertura política que definem a atuação de Haddad são as únicas alternativas do PT, diz manifesto.
(Foto: Agência Brasil).

A “solução” Huck



Desenhar o cenário político brasileiro em 2018 não é tarefa fácil. O velho sentimento antipolítica, nutrido no Brasil há muito, seja pelo abismo que separa Estado e sociedade, seja pela desmoralização quase completa dos políticos de carreira, anda revigorado. Escândalos de corrupção e justiçamentos com direito a espetáculo midiático reacenderam nosso “ódio pela política”.

Isso torna muito imprevisível o cenário para as eleições de outubro. Todo mundo sabe: Lula, se puder ser candidato, é favorito. Também é notório que os esforços do Judiciário para retirá-lo do processo eleitoral são ostensivos. Trata-se, para eles, de completar a tarefa do golpe.

Mesmo se conseguir impedir Lula no tapetão, os problemas do establishment brasileiro não estarão resolvidos. Até aqui não conseguiram encontrar uma alternativa eleitoral “segura”. Muitos dos seus representantes chafurdaram em malas e propinas, o que foi demonstrado publicamente com algo mais do que convicções.

As velhas raposas perdem pelo e a popularidade daqueles “de sempre” é desalentadora. Sabem que um candidato com programa similar ao de Michel Temer, isto é, privatizações, cortes de investimentos e ataques frontais a direitos constituídos, tem poucas chances de vencer nas urnas.

Isso talvez explique a bigorna amarrada ao pé de Geraldo Alckmin nas pesquisas. O mesmo argumento explica em parte a popularidade de Jair Bolsonaro, que mobiliza sentimentos antissistêmicos com seus discursos de ódio e intolerância, alguém que vai “acabar com esta bandalheira”.

Vende peixe podre e esconde-se atrás de uma imagem que não é a sua, mas tem encontrado boa audiência. O ex-capitão não é, no entanto e exatamente, um candidato do establishment. Seu flerte com o liberalismo ainda não convenceu a turma do mercado nem o partido da mídia. É preciso encontrar uma solução.

Um candidato do suposto “centro”, da base de Temer, como Meirelles ou Maia, sofre: não pode falar a verdade sobre seu programa, pois não teria a mínima chance. Foi por esta razão que Alckmin afastou-se de Temer como se fugisse de um vampiro.

O governador de São Paulo segue como o plano A do establishment, até que se prove o contrário. Ou melhor, até que as pesquisas de opinião mostrem que ele não decola. E se, de fato, não decolar, precisarão de um plano B, que há meses está no forno.

Alguém que pudesse sustentar uma imagem “de fora” da política, mas ao mesmo tempo mantivesse o compromisso dos “de dentro”; que não esteja envolvido na vida política do País, que consiga mobilizar sentimentos populares e dialogar com todo o Brasil. Que tal um jovem empresário e apresentador da TV Globo? Loucura?

Luciano Huck é um jovem milionário. Foi empresário de entretenimento antes de se tornar celebridade nacional. Conectado com a ideia de empreendedorismo, administra ONGs e financia a produção de filmes, fazendo valer também seu lado de “empreendedor social”. Em seu programa, reforma casas e carros, além de outras pirotecnias que sustentam a sua popularidade.

Tido por alguns como um benfeitor desprendido, consegue entrar na casa do povão e transmitir confiança. Bom menino, trabalhador e cheio de sucesso. Vai transformar essa “lata-velha” num “lar doce lar”.

Elogiado por FHC como alguém que poderia “chacoalhar” a política tradicional, Huck tentou incorporar o “novo”. Há um roteiro escrito e ele esteve tentado a protagonizá-lo. Mas, como diria um velho sábio, sempre tem um porém... Huck não está em um programa de auditório. E não é tão “novo” assim.

Apesar de ter apagado as fotos de suas redes sociais, Huck não poderia fazer esquecer que posou com Aécio em plena torcida na apuração de 2014. Pouco adiantaria dizer que “se decepcionou” com o amigo. Também não poderia negar ser ou ter sido muito próximo de Eike Batista e Sérgio Cabral, que, aliás, fez um decreto para garantir o seu “direito” de manter um casarão em Angra dos Reis que invadiu uma área pública.

Seria ainda lembrado, se fingisse esquecer, do episódio das camisetas utilizadas por crianças com a frase “Vem ni mim que eu tô facin”, à venda no site de uma empresa sua. A mais recente pedrada no telhado de Huck foi a divulgação de um empréstimo tomado no BNDES, com juros subsidiados, para comprar um jato particular. Um pouco incoerente com a ética “renovadora” e “liberal” da estrela global.

Ainda assim, Huck surge (surgia?) como possibilidade real de solucionar um impasse para a ordem. Pode ser um balão de oxigênio para manter a sobrevida da Nova República por aparelhos, ao canalizar imaginariamente a insatisfação geral com a política. Mas, conhecendo os personagens atrás das máscaras, a “solução” seria de curto alcance. (Por Guilherme Boulos, na CartaCapital).


Ao lado de Aécio Neves e Ronaldo, Luciano Huck ganha o prêmio "Os Brasileiros do Ano".
(Foto: Omar Freire/ Imprensa MG).

Nenhuma favela é tão criminosa quanto o congresso”, diz Gregorio Duvivier


Viva a intervenção militar!

Chegamos a tal ponto que só o Exército vai pôr fim à roubalheira. Só não entendi por que ela começou no morro do Rio de Janeiro.

Em Brasília, um terço dos congressistas está às voltas com a Justiça. De todas as favelas do Rio, nenhuma tem uma porcentagem tão grande de criminosos quanto o Congresso. Não somente em quantidade, mas em qualidade: duvido que a quantia total de furtos no Rio seja maior que a verba encontrada no apartamento de Geddel.

- Catarina Bessel

"Sim, mas o problema do Rio é o tráfico de drogas." Se o problema fosse exclusivamente esse, também deveriam começar por Brasília. Nenhuma favela do Rio jamais esconderá tanta cocaína quanto o helicóptero daquele senador do PSDB.

Há quem diga que a intervenção no Rio se dá por causa de um clamor popular. Pesquisa feita em 24h pelo governo federal afirma que 83% da população carioca é favorável à intervenção, noticiou o "Globo". Ora, se Temer se importasse, de fato, com o clamor popular, se retiraria imediatamente do cargo. Espanta que o presidente menos popular da história ainda esteja interessado em saber o que o povo pensa. Se a população for consultada, fica muito claro que a metástase a que ele se refere tem nome e sobrenome: o seu.

Depois, resta saber se algum favelado foi ouvido nessa pesquisa. Acho que não se encaixam na categoria "cidadãos" nem "cariocas". Vale lembrar que até o IBGE, um instituto muito mais sério que o governo Temer, ainda sustenta que a Rocinha tem 69 mil habitantes, enquanto a Light registra 120 mil e a Associação de Moradores estima em 200 mil. Se nem o censo subiu a favela, pode ter certeza de que Temer fez essa pesquisa que nem as plásticas da sua cara: a toque de caixa, pagando pra algum amigo.

A estratégia é batida. Assim como nas guerras americanas "ao terror", o governo inventa um adversário para unir a população. No caso dos americanos, escolhe-se um inimigo externo, de preferência bem longe, pro sangue não respingar. O Brasil não faz cerimônia: escolhe os iraquianos aqui mesmo, pela renda e cor de pele. Temos a sorte de ter uma parcela sub-humana da nossa própria população, de quem a morte não comove muito. Em tempos de crise, isso ainda gera economia em passagens aéreas.

Enquanto isso, o inimigo em comum continua sentado na cadeira presidencial. Já que Temer tá interessado em ganhar popularidade, fica a dica: seu desaparecimento é mais popular do que qualquer intervenção. (Por Gregório Gregório Duvivier em sua coluna da Folha de São Paulo. Texto disponibilizado por Manuela D'Ávila em sua página no Facebook).

Gregório Duvivier - "Nenhuma favela é tão criminosa quanto o congresso". (Foto: Divulgação).

‘Botei uma quadrilha ali’, diz senador Telmário Mota ao pedir desculpas a Dilma por ter apoiado golpe


Senador Telmário Mota pede desculpas a Dilma por ter apoiado golpe.
(Imagem capturada do vídeo disponibilizado no final do post).
Único senador a mudar de posição no processo de impeachment que tirou Dilma Rousseff, o senador Telmário Mota (PTB-RR) discursou em plenário nesta terça-feira e se disse arrependido em ter apoiado o golpe.

"Eu, infelizmente, cometi o maior equívoco da minha vida. O maior equívoco político da minha vida foi ter votado a favor desse impeachment, porque agora percebo que botei uma quadrilha ali", discursou.

"Quero até aqui, de público, pedir desculpas, Dilma, porque você foi a melhor Presidenta para o meu Estado. Lamentavelmente, essa quadrilha hoje está sacrificando o meu Estado", acrescentou o parlamentar.

Em sua fala, ele fez duras críticas ao governo Michel Temer pela crise que vive seu Estado com a chegada dos venezuelanos, entre outros problemas locais.

Dois dias antes da votação do impeachment no Senado, em 31 de agosto de 2016, que afastou definitivamente Dilma do poder, Telmário Mota havia dito que a então presidente não havia cometido "nenhum crime" e anunciou seu voto contra o impeachment. Ele mudou de posição no dia 31, no entanto, e votou pelo afastamento. (Com informações do Brasil 247).

            

Verbas públicas para Globo aumentaram 63% em 2017




A grande imprensa golpista, como todos já sabem, esqueceu completamente de monitorar os gastos federais com publicidade. Durante a era Lula, a mesma imprensa passava o pente fino, todos os meses, na publicidade federal, caçando investimentos na mídia alternativa.

Cabia à Folha, em particular, este triste papel, sempre tentando produzir sensacionalismo com as migalhas que o então governo, acuado pela própria mídia, investia em alguns veículos “não-alinhados” à narrativa golpista. Chegava a ser quase engraçado. Os jornalistas descobriam que os governos Lula e Dilma tinham torrado bilhões de reais na Globo, mas a manchete era sempre para as verbas mixurucas que iam para um grupo reduzido de blogs, desde sempre estigmatizados como “pró-PT” (a mídia tucana jamais chamaria a si mesma de “mídia anti-PT”, ou mídia pró-PSDB”).

Assim que houve o golpe, a primeira medida do governo Temer foi cancelar qualquer verba de publicidade destinada à mídia alternativa. A ilegalidade não incomodou os cavalheiros do STF, nem o Ministério Público, até porque cabe a mídia alternativa o papel de fazer a crítica à meganhagem entranhada nas instituições do sistema de justiça.

Folha, Globo e Estadão publicavam e republicavam a decisão de Temer de criar uma “lista negra”: a partir de então, somente os grandes veículos passaram a receber recursos federais.
Uma pesquisa feita hoje pelo Cafezinho junto ao banco de dados da Secom, cujos dados são abertos, verificou que somente os gastos publicitários da presidência da república e dos ministérios, na Globo, sem considerar a publicidade das estatais, que permanece em sigilo, totalizaram R$ 52 milhões em 2017, um aumento de 63% sobre o ano anterior, e de 77% sobre 2015.

Os valores são líquidos, ou seja, já descontados os tributos.

Segundo especialistas ouvidos pelo blog, quando os recursos das estatais forem computados, esses números devem se multiplicar por quatro ou cinco.

Conforme anunciado oficialmente ao final do ano passado, o governo Temer decidiu cortar investimentos em áreas essenciais da saúde pública. As despesas com saneamento básico, por exemplo, deverão sofrer um corte extremamente brutal, passando de R$ 1,4 bilhão em 2017 para R$ 16,5 milhões (sic) em 2018.

Os recursos repassados às universidades, para pesquisa e tecnologia, para saúde, educação, infra-estrutura, estão sofrente cortes radicais no governo Temer.

Em se tratando da Globo, porém, dinheiro não falta.

PS: O banco de dados da Secom revela ainda que a Lide, revista de João Doria, prefeito de São Paulo, ganhou dois presentes generosos do governo federal: em junho de 2017, foram pagos R$ 61.718; em julho, mais R$ 42.594. Ambos são valores líquidos, já descontados os impostos. Esses valores correspondem exclusivamente aos gastos da presidência da república e ministérios. Não contabilizam as estatais. De maneira que, se as estatais forem contabilizadas, essas despesas podem se multiplicar por quatro ou cinco. (Por Miguel do Rosário, em O Cafezinho).

Ao lançar novo escritório de "jornalismo", os irmãos marinho brindaram com nosso dinheiro. João Dória também ganhou presentinhos do governo federal. (Foto: Reprodução/ O Cafezinho).

Retirada em definitivo da PEC da Previdência é derrota sem tamanho para os golpistas, diz presidente da CUT


O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou na tarde desta segunda-feira (19) que a determinação de retirada definitiva da proposta de "reforma" da Previdência da pauta do Congresso Nacional representa "uma derrota sem tamanho para os golpistas. É uma vitória que mostra a força dos trabalhadores brasileiros". A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 foi arquivada por determinação do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Assim, pode não mais ser posta em pauta este ano.

"Isso é resultado da mobilização dos trabalhadores organizados. Tiramos a jóia da coroa dos golpistas. Essa que era a principal cobrança dos bancos que apoiaram o golpe", disse Vagner.

Ele ressaltou as inúmeras mobilizações, paralisações e manifestações realizadas pelas centrais sindicais e os movimentos sociais desde que o governo enviou a PEC para o Congresso Nacional, em dezembro de 2016. "Demonstra que tivemos imensa capacidade de enfrentar o golpe e a destruição do Estado democrático de direito. Fizemos lutas importantíssimas e esse é o resultado", afirmou.

Para o presidente da CUT, os sindicatos e movimentos sociais conseguiram desmentir a ideia de que a Previdência iria acabar e vencer o debate "contra a Globo, os empresários e os dólares que irrigaram a campanha em defesa da reforma".

Freitas avalia que a intervenção federal decretada pelo governo de Michel Temer  teve por objetivo construir uma "saída honrosa" para a derrota na tentativa de aprovar a PEC 287. Ele não descarta, porém, que isso possa servir para um novo movimento de consolidação do quadro de ruptura democrática. "Não podemos jogar fora a hipótese de estarem construindo uma saída militar para manutenção do golpe. No entanto, essa retirada de pauta escancara que o governo Temer, mesmo comprando os deputados, não tinha votos", defendeu.


Com a decisão do presidente do Senado, 190 PECs deixam de tramitar, entre elas a do fim do foro privilegiado. A decisão vale até 31 de dezembro, mesma data do decreto de intervenção. Se o decreto for revogado, as PECs podem voltar a tramitar. Porém, o presidente do Senado descartou que possa haver uma suspensão temporária apenas para votar a "reforma da" Previdência. (Com informações da RBA).

Presidente da CUT diz que retirada da PEc da Previdência é uma derrota para os golpistas. (Foto: Mídia Ninja).

Professores da rede municipal de Nova Olinda receberão capacitação em Língua Portuguesa


Por meio de um convênio firmado na última quinta-feira, 15, no Centro de Eventos José Ariovaldo Sampaio, entre o Instituto Federal do Ceará, campus de Crato, e a Prefeitura de Nova Olinda, cerca de 100 professores da rede municipal serão capacitados em um curso de atualização em Língua Portuguesa. As informações são do Diário Cariri.

O curso será iniciado ainda este mês e a ideia é que, no futuro, a formação seja ampliada para outros municípios da região do Cariri.

Segundo o Diário Cariri, as aulas ficarão sob a responsabilidade do professor de português e servidor do IFCE no Crato, Augusto Monteiro. Para este professor, a finalidade é contribuir para o aperfeiçoamento do ensino fundamental do município.

O IFCE tem a preocupação de capacitar esses professores para que eles tenham um conhecimento mais aprofundado e mais contextualizado da língua portuguesa. Os professores de ensino fundamental precisam ter outro olhar sobre a língua, principalmente no aspecto da contextualização, para fazer do aluno um participante no processo criativo”, realçou o docente.

Augusto explica que o curso é composto de 240 horas de aulas práticas e teóricas, influenciadas pelo contexto em que alunos e professores estão inseridos. “É um estudo bem aprofundado da língua portuguesa, mas sem complicação, de modo que, ao fazer o curso, os professores terão um conhecimento maior da teoria que envolve a área”, completou.

Com professores mais bem capacitados na rede básica de ensino, os alunos se sairão melhor na sala de aula. Uma boa interpretação de texto, por exemplo, ajuda-os a compreender com mais facilidade o conteúdo e as questões de outras disciplinas, como ciências e matemática.

O diretor-geral do IFCE no Crato, Joaquim Rufino Neto, explica que a atualização em Língua Portuguesa é um curso de Formação Inicial e Continuada (FIC), uma das modalidades de ensino ofertadas pelo instituto. “Ações do tipo devem ser feitas de forma gradativa, por meio desse ‘braço’ do governo federal, no sentido de levar à melhoria da educação de nível básico nos nossos municípios”.

Monteiro e Rufino indicam que a formação deve ainda preparar os professores – e, como consequência, os alunos – para a reforma no ensino. Com a mudança do ensino médio determinada pelo governo federal, as escolas passarão a oferecer, nos dois últimos anos, formação aprofundada em curso técnico ou em áreas eletivas como linguagens e suas tecnologias ou matemática e suas tecnologias, entre outras. Embora o ensino médio não seja responsabilidade da gestão municipal, a preparação no ensino básico é fundamental para os anos seguintes da educação.


A expectativa pelo desenvolvimento do ensino no município é compartilhada pela secretária de educação de Nova Olinda, Ana Célia Matos: “Foi fantástica a iniciativa. Nós professores precisamos estudar bastante e o curso vai fortalecer o conhecimento da nossa equipe de educadores”.

Professores e professoras da rede municipal de Nova Olinda durante realização da Jornada Pedagógica 2018.
(Foto/ Divulgação/ Portal do Município).