19 de março de 2015

Marcha das Mulheres Negras 2015: Contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver



O Comitê Nacional Impulsor da Marcha de Mulheres Negras 2015, reunido em Brasília nos dias 10 e 11 de janeiro, definiu a alteração de data de realização da Marcha das Mulheres Negras 2015 contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver para 18 de novembro de 2015, na capital federal.

A mudança de data é decorrente da avaliação das organizações que integram o comitê nacional sobre:

O recrudescimento do racismo e sexismo e o avanço de forças conservadoras e neoliberais no Estado e na sociedade civil;

A composição de uma agenda contínua de enfrentamento à violência racial e patriarcal em todos os espaços que se façam necessários com respostas contundentes e sistemáticas do movimento de mulheres negras em âmbito local, regional e nacional;
Novas interlocuções políticas que demandam novas estratégias de combate ao racismo e ao sexismo.

Frente a esse quadro político, incorporou-se à Marcha a seguinte agenda de mobilização, nos municípios e nos estados, de Março a Novembro de 2015:

8 de Março: Dia Internacional da Mulher.
21 de Março: Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.
27 de abril: Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica.
13 de Maio: Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo.
25 de Julho: Dia da Mulher Afrolatinoamericana e Afrocaribenha.
18 de Novembro: Marcha das Mulheres Negras 2015, em Brasília.]

No mesmo encontro, o Comitê Nacional assumiu o caráter executivo, sendo composto por: Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Associação das Pastorais Negras (APNs), Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Fórum Nacional de Mulheres Negras, Movimento Negro Unificado (MNU) e União de Negros pela Igualdade (Unegro).

Confira o vídeo

            

O Exemplo de político, só que não: FHC opina sobre popularidade e impeachment



Fernando Henrique Cardoso comentou nesta quarta-feira (18), em entrevista à Rádio Jovem Pan, a baixa popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT), que alcançou seu pior patamar desde que assumiu a Presidência da República, em janeiro de 2011.

Imagem: Rodrigo Dionísio/Frame/Folhapress.
De acordo com o instituto Datafolha, a rejeição ao governo Dilma chegou a 62%. Para FHC, um índice tão elevado de reprovação é um forte empecilho para seguir governando. “Esses números expressam o descrédito do governo. A presidente Dilma tem que enfrentar a realidade, e é uma realidade de desaprovação”.

Rejeições

No passado, FHC precisou lidar com cenário semelhante. Em 1999, também no primeiro ano do seu segundo mandato, o ex-presidente tucano amargou um recorde de rejeição histórico: 65%. Na outra ponta, sua aprovação era de apenas 8%. Dilma, agora, segundo o mais recente Datafolha, tem 13% de bom/ótimo.

A reprovação ao governo FHC, à época, se deu pela desvalorização do Real, alto desemprego e crescimento da inflação. O tucano foi reeleito em 1998 após a compra de votos para aprovar a emenda da reeleição no Congresso Nacional.

Mesmo em 1999, eu nunca perdi a grande maioria do congresso. Não perdi a credibilidade. Uma coisa é a popularidade, outra coisa é credibilidade”, afirmou FHC, ao ser confrontado com os dados.

Em seus piores momentos, além de FHC, outros ex-presidentes alcançaram índices ainda mais preocupantes que o de Dilma Rousseff. Itamar Franco, em 1993, tinha 12% de aprovação na época do escândalo do Orçamento. Fernando Collor, às vésperas do impeachment, tinha apenas 9% de avaliação positiva.

O ex-presidente Lula, por sua vez, é quem herda as melhores avaliações nas medições históricas. Em seu pior momento, no auge do escândalo do mensalão, o petista teve 28% de aprovação.

Impeachment

Questionado sobre um possível impedimento do mandato da atual presidente, FHC disse que, por enquanto, não há razões para tirar Dilma do poder através de meios que não sejam democráticos, embora não tenha descartado completamente a possibilidade.
Nós temos que respeitar as instituições democráticas e a presidente Dilma foi eleita, mas ela está perdendo as condições políticas de governar […] Se aparecerem provas de que Dilma está envolvida nos crimes investigados pela Lava Jato, a lei deve ser cumprida”, disse FHC.

Corrupção

Fernando Henrique se mostrou incomodado diante das recentes declarações do atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que afirmou que o ex-presidente tucano ‘abriu as portas da corrupção na Petrobras’ após baixar decreto com o qual a estatal não precisava mais passar todas suas compras por licitações.


Cardoso disse não se considerar o culpado, defendeu o decreto, afirmando ser ‘inviável’ uma empresa do porte da Petrobras agir no mercado apenas com licitações e culpou o PT: “O governo do PT está aí há 12 anos, era só mudar o decreto”.

18 de março de 2015

Novos direitos de domésticos são aprovados com alterações pela Câmara dos Deputados




A Câmara dos Deputados votou ontem, em Brasília, a proposta que regulamenta direitos dos empregados domésticos, com alterações em relação ao relatório apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) e aprovado pelo Senado. A principal modificação, considerada uma derrota para o Governo, foi a derrubada da previsão de que os trabalhadores domésticos só poderiam receber como seguro-desemprego um salário mínimo por três meses.

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, presidiu a sessão que
analisou a regulamentação dos direitos domésticos.
A proposta estabeleceu o pagamento pelo período de três a cinco meses. Como o projeto foi modificado, voltará a ser analisado pelo Senado antes de seguir para sanção da presidente Dilma Rousseff. Apesar das alterações, a expectativa é que o texto de Jucá seja restabelecido ao ser votado no Senado. Segundo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi fechado acordo para isso.

Uma das principais vitórias do Governo foi conseguir manter a contribuição previdenciária do empregador em 12%. No Senado, a proposta havia sido aprovada com a alíquota de 8% e na votação de ontem, houve uma tentativa de restabelecer o percentual. Outra alteração providenciada pelos deputados federais foi estabelecer que o trabalhador que atue por 12 horas seguidas tendo 36 horas sucessivas para o descanso, receba em sua remuneração mensal o pagamento pelo descanso semanal remunerado e pelo repouso em feriados.

Para os vigilantes

Os deputados embutiram um destaque que foi aprovado para que a regra passe a valer também para vigilantes de instituições financeiras. Eles ainda retiraram do texto a previsão de que auditores do Ministério do Trabalho pudessem fiscalizar o cumprimento das regras do trabalho doméstico dentro das residências.

Os parlamentares mantiveram, por outro lado, a proibição de contratar um empregado doméstico para uma jornada menor do que 25 horas semanais. A regulamentação vai viabilizar alterações na relação trabalhista entre os empregadores e os empregados domésticos aprovada em abril de 2013 numa emenda constitucional que ampliou os direitos da categoria.

17 de março de 2015

Representantes da “Casa Grande Midiática” aparecem na lista do HSBC



No dia 27 de fevereiro o Notas Vermelhas perguntava: “Por que O Globo e a mídia hegemônica escondem o ‘Suiçalão’?” Agora está explicado: na lista com os nomes dos donos das contas do HSBC em Genebra (usadas para lavar dinheiro e sonegar imposto) constam barões da mídia brasileira. Mas tem muito mais caroço neste angu.


A lista com os nomes dos correntistas brasileiros do HSBC só estava em poder do grupo Folha e depois do grupo Globo, escolhidos a dedo por uma organização “independente” (ICIJ) de jornalistas investigativos. Os grupos Folha e Globo davam explicações absurdas para justificar a divulgação de apenas alguns nomes. Amaury Ribeiro Jr., autor do livro Privataria Tucana, era membro do ICIJ e também estava atrás dos nomes.

Depois de escrever uma carta esculhambando a “dona” da lista na ICIJ, e pedindo seu desligamento da organização, Amaury continuou tentando o acesso aos nomes dos correntistas brasileiros. O autor da Privataria Tucana é talvez o mais competente repórter investigativo do Brasil e a lista, tudo indica, já tem outra cópia, desta vez nas mãos certas. Antevendo o que pode acontecer se Amaury estiver de fato com a lista e, de mais a mais, sabendo também que é inevitável que cedo ou tarde a lista caia no domínio público, o grupo Folha e o grupo Globo se anteciparam e divulgaram parte da verdade, apenas como álibi. A tática é sem dúvida inteligente, mas é como a velha peneira tentando tapar o velho sol, não consegue nublar o fato de que buscaram até o último momento sufocar a verdade.
Pesos pesados da mídia na lista

Todos se lembram dos incríveis argumentos da ombudsman da Folha para justificar o vazamento seletivo de nomes da lista, como os de donos de concessões de ônibus no Rio de Janeiro, enquanto outros eram preservados. Mas agora, misteriosamente, o critério foi revisto e o site UOL (Grupo Folha), por exemplo, informa que “ao menos 22 empresários do ramo jornalístico e seus parentes, além de 7 jornalistas, estão na relação dos que mantinham contas na agência do HSBC em Genebra, na Suíça”.

Estão na lista nomes dos proprietários do Grupo Folha (inclusive do atual presidente da Folha de S. Paulo, Luiz Frias), a família Saad – proprietária da Band e a falecida Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho. Sabem o que alegou, na matéria do UOL, a família Frias, sobre as contas na Suíça? Pois não é que eles “informam não ter registro da referida conta bancária”? Agora, imaginem se é qualquer outro - que não seja tucano é claro - que vem com uma desculpa esfarrapada desta. A manchete irônica da Folha de S. Paulo de domingo seria: “Fulano diz que não lembra se tinha conta na Suíça”.

Os caroços do angu

Outros nomes da lista envolvem gente ligada à TV Verdes Mares, à Rede Transamérica, ao Grupo Abril (olha a Veja aí, gente) e à Jovem Pan. O nome do apresentador Carlos Massa, o Ratinho, também está lá. O membro do conselho editorial do grupo Abril (Veja) e um dos colunistas mais raivosos da direita, José Roberto Guzzo, sempre a bradar contra a “corrupção”, também consta da lista, cujo campeão é Aloysio de Andrade Faria, dono da Rede Transamérica, com US$ 120,5 milhões.

Não temos dúvidas de que tem muito mais caroço neste angu. Uma pergunta óbvia, que um jornalista investigativo realmente independente faria seria: qual a relação destas contas com o processo de privatização na era FHC? Como esta, existem ainda dezenas de outras perguntas a serem respondidas. A este respeito recomendamos a leitura de uma interessante especulação feita pelo blog Ponto e Contraponto. De qualquer maneira, com o que já se sabe espera-se para breve que o sempre atento, imparcial e destemido Ministério Público Federal tome rápidas providências. Espera-se, também para breve, uma visita do coelhinho da páscoa.

Pesquisadores acreditam ter encontrado livro que ajudou o rei inglês Henrique VIII a romper com a Igreja Católica




Quando você tem uma ideia mirabolante e quer saber se alguém já teve essa mesma ideia ou quer ver até que ponto ela é viável, o que você faz? Joga no Google, certo? Pois é. Na época do rei Henrique VIII da Inglaterra, as pessoas iam à biblioteca. “Ah, você jura”… Juro! É fácil esquecer que nem sempre a gente teve internet. Um livro era (e ainda é) uma fonte poderosa de informações, capaz de alterar a história de povos inteiros! Um exemplo é a descoberta feita na biblioteca de Lanhydrock, no Reino Unido. James Carley, professor especialista em Henrique VIII, conseguiu identificar, entre as obras que fizeram parte da grande biblioteca do rei, o livro que foi decisivo para a anulação de seu casamento com Catarina de Aragão e a ruptura da Inglaterra com a Igreja Católica na década de 1530.

Capa do livro "Work of Ninety", do frade William of  Ockham.
(Foto: divulgação/stevem Kaywood/National Trust)
O livro identificado contém um resumo das teorias do filósofo e teólogo medieval William of Ockham. Apesar de um pouco danificada, a obra sobreviveu à destruição em um incêndio que atingiu a biblioteca em 1881 e ainda tinha a folha de rosto com o número “282″, que Carley identificou como correspondente ao inventário de livros feito em 1542, cinco anos antes da morte de Henrique VIII.

A obra do padre e filósofo, publicada em 1495, foi parar no meio da coleção do rei da Inglaterra porque os seus assessores estavam reunindo evidências para dar base ao divórcio de Henrique com sua esposa Catarina (que naquela época não era permitido). A intenção era que o rei pudesse casar com Ana Bolena para que ela gerasse herdeiros do sexo masculino. Ockham escreveu, em latim, sobre os limites do poder do papa e a independência da autoridade de monarcas (justamente o que Henrique VIII buscava). Diversas páginas do livro estão marcadas pelos secretários para que o rei pudesse ler, incluindo uma seção destacada cujo título pode ser traduzido como “Quando é permitido deixar de obedecer ao papa”. :O

O livro tem anotações raras feitas pelos secretários de Henrique VIII. 
(Foto: divulgação/stevem Kaywood/National Trust).
E foi isso que o monarca inglês resolveu fazer. Em 1532, ele começou a retirar seu apoio à Roma e, no ano seguinte, apesar da recusa da anulação de seu primeiro casamento, ele se uniu à Ana Bolena (que nessa época já estava com suspeitas de gravidez). Claro, a Igreja Católica não curtiu e declarou que Catarina de Aragão ainda era a rainha de direito da Inglaterra, e Henrique VIII respondeu como famoso “Ato de Supremacia”, estabelecendo a si mesmo como o chefe da Igreja Anglicana (e de quebra abocanhando todas as propriedades romanas do território inglês).

Para o pesquisador James Carley, o livro foi fundamental para a ruptura definitiva da Igreja da Inglaterra com a Igreja Católica. “O livro é importante não somente pela sua origem, mas também pelas notas inseridas nele feitas pelos secretários de Henrique VIII e sem dúvida destinadas para que ele próprio as lesse. Tais notas chamam a atenção exatamente para as questões relevantes às políticas do rei nos anos que antecederam a ruptura com Roma”, contou o especialista ao jornal The Guardian.

16 de março de 2015

Dona Angelita, Mestre da Dança do São Gonçalo, fala sobre atuação deste Grupo em Altaneira


O sítio Taboquinha, do município de Altaneira, foi palco no último sábado, 14, de uma apresentação do grupo de São Gonçalo, durante os festejos de São José.

Dona Angelita cede entrevista a Francilene Oliveira, do
Notícias em Destaque, e fala sobre a atuação do Grupo do
São Gonçalo. Foto:  Brendo Rodrigues.
Um dos símbolos de cultura viva no município e coordenadora do grupo, Dona Angelita, em entrevista a reportagem do jornal “Notícias em Destaque”, da Rádio Comunitária Altaneira FM, falou sobre a formação da equipe e sua receptividade nas comunidades por onde atua. 

Segundo informações divulgadas no blog da emissora, o São Gonçalo em Altaneira, enquanto grupo, surgiu ano passado visando a apresentação durante a Mostra Sesc  Cariri de Culturas, em Crato, por meio do ponto de Cultura Projeto Arca.

Para Dona Angelita, a equipe tem boa receptividade por onde passa. Ela destacou a união dos membros que é mesclado, adultos e jovens.  São (16) dezesseis, 12 (doze) mulheres e 04 (quatro) homens.

A Dança do São Gonçalo encontra sua origem em Portugal. No século XIII era realizada no interior das igrejas de São Gonçalo e tinha como referência o 10 de janeiro. Em Porto, por exemplo, o ato de se dançar nas ocasiões de comemoração a São Gonçalo era chamado de Festa das Regateiras, ocasião em que participavam as mulheres que queriam se casar. A dança era realizada dentro da igreja, o que nos remete à Idade Média e Moderna em Portugal. Nos dias de hoje muitas dançam com chapéus de ouro conhecido como chapel do peão.

Atualmente, no Brasil, não há dia determinado para a manifestação cultural religiosa e nem fazem mais festas, romarias para o santo. Esta manifestação pode ser encontrada em quase todas as partes desse país, com variações coreográficas bastantes diversificadas, tomando diferentes formas de execução. Segundo seus participantes, dança hoje é organizada em pagamento de promessa devida a São Gonçalo. O promesseiro é quem organiza a função, administrando todo o processo necessário à realização deste ritual. É realizada dentro de casa ou em local coberto, onde se arma um altar com a imagem deste santo e outros de devoção do promesseiro. Em frente a este altar é que se desenvolve toda a dança.

Por ter proferido declarações homofóbicas, Levy Fidelix é condenado a pagar R$ 1 milhão



Sentença da juíza Flavia Poayres Miranda, da 18ª Vara Cível paulista, condenou o ex-candidato à presidência da República Levy Fidelix a pagar uma indenização de R$ 1 milhão em razão de manifestações homofóbicas proferidas durante debate entre os candidatos à presidência da República, realizado pela TV Record, em 28 de setembro do ano passado. Ainda cabe recurso à decisão.

A Defensoria Pública de São Paulo ingressou em outubro de 2014 com uma ação civil pública por danos morais contra Fidelix e seu partido, o PRTB e, na última sexta-feira (13), foi publicada a decisão. A quantia relativa à indenização deve ser destinada para o Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBT para ações de promoção de igualdade.

A ação também solicita que o ex-candidato e seu partido arquem com os custos da produção de um programa que promova os direitos da população LGBT, com a mesma duração de sua fala e na mesma faixa de horário da programação. Além disso, fixa multa diária no valor de 500 mil reais por cada dia de descumprimento da ordem judicial.

Durante o debate na TV Record, em resposta ao questionamento de Luciana Genro (PSOL) sobre casamento homoafetivo, Fidelix afirmou que “dois iguais não fazem filho, e aparelho excretor não reproduz”. Ele também associou a homossexualidade à pedofilia e afirmou que gays precisavam de atendimento psicológico “bem longe daqui”.

Confira aqui a íntegra da decisão.

Mídia internacional vê 'classe média branca' por trás de protestos anti-Dilma



Os grandes protestos contra o governo realizados neste domingo em várias partes do Brasil ganharam destaque na imprensa estrangeira nesta segunda-feira. Muitos jornais enxergaram um "protagonismo da classe média branca" nas manifestações.

"Centenas de milhares de brasileiros predominantemente brancos e de classe média tomaram as ruas ontem" para pedir o impeachment da presidente e, alguns, um golpe militar, publicou o britânico The Guardian.

Já o espanhol El País noticiou, na capa do periódico, que "os protagonistas das marchas pertencem às classes médias mais educadas". Foram, segundo o jornal, "médicos, professores, advogados e estudantes bem preparados e informados".

Na argentino Clarín, destacou-se que o deputado federal Paulinho da Força (SD-SP) foi "o único que levou grande número de manifestantes que não são nem brancos nem ricos para a manifestação".

O diário destacou, porém, que Paulinho - líder da Força Sindical e um dos únicos a defender abertamente o impeachment da presidente- foi hostilizado por manifestantes que apenas "toleram" a camada social de trabalhadores representada por este político.

Os jornais noticiaram também a baixa popularidade da presidente e associaram o fato à crise econômica e à operação Lava Jato, entre outros.

O New York Times seguiu esta linha e destacou os desafios que o governo enfrenta com a "estagnação da economia, um escândalo de corrupção e uma revolta de algumas das figuras mais poderosas de sua coalizão".

No domingo, diversos manifestantes protestaram com cartazes em inglês com o objetivo de obter atenção da mídia internacional.