Projeto de Lei em tramitação na Assembleia prevê punições para torcedores e clubes (FOTO/Fausto Filho / CSC). |
Um
projeto de lei que começa a tramitar nesta quarta-feira (16), na Assembleia
Legislativa do Ceará (AL-CE), prevê que pessoas que realizarem atos de racismo
e homofobia em eventos esportivos sejam proibidas, por um ano, de frequentar
estádios e demais locais de competição no Ceará. O texto prevê ainda punição
para clubes e responsáveis pelos locais de realização das partidas.
O
projeto foi apresentado pelo deputado estadual Leonardo Araújo (MDB) e se
baseia em manifestações racistas sofridas pelo jogador do Flamengo Gabriel
Barbosa, conhecido como Gabigol. Caso aprovada, a matéria seguirá ainda para a
sanção do governador Camilo Santana (PT).
Após
uma partida contra o rival Fluminense, no último dia 2 de fevereiro, pelo
Campeonato Carioca, Gabigol disse ter escutado gritos de "macaco" vindo da torcida
adversária. O próprio Fluminense apresentou uma denúncia no Tribunal de Justiça
Desportiva do Rio de Janeiro para apurar os fatos.
LEI NO CEARÁ
A
proposta de Leonardo Araújo, portanto, quer coibir manifestações racistas e
LGBTfóbicas nos estádios do Ceará. Na mensagem, que será ainda votada pelos
deputados, o parlamentar destaca que "considera-se
racismo e LGBTfobia o ato resultante de discriminação ou preconceito por conta
da raça, cor, etnia, orientação sexual e identidade de gênero".
O
projeto prevê que os clubes e os responsáveis legais pelos espaços "serão punidos administrativamente por ação
ou omissão, desde que tenham ciência dos atos proibidos por esta lei"
Os
valores arrecadados pela aplicação das multas serão revertidos em favor de
fundos de apoio ao esporte no Ceará.
Uma
vez feita a identificação do torcedor ou de grupo de torcedores responsáveis
pelas práticas discriminatórias, o autor ficará ainda impedido diretamente de
adentrar em estádios por um ano. A depender do caso, se não for possível a
identificação, a multa administrativa será agravada em até 30%.
SANÇÕES
A
proposta estabelece ainda que os clubes façam campanhas de prevenção, inclusive
"fixando placas educativas, em
locais de ampla visibilidade, de preferências nos telões, de combate ao racismo
e LGBTfobia, nas partes internas e externas de estádios e ginásios
poliesportivos".
O
clube que descumprir a lei, caso entre em vigor, estará sujeito às seguintes
penalidades:
I -
Interdição de seu estádio, ginásio ou recintos;
II -
Aumento progressivo da multa em casos de reincidência.
"O Brasil, atualmente, está indo na contramão
dos países europeus, que se preocupam com a causa racial e punem severamente
clubes, instituições ou torcedores que atentam contra a honra e a imagem de
seus respectivos jogadores e colaboradores", destaca o deputado.
Leonardo
Araújo diz também que "a medida é
pioneira no Estado e é necessária, na medida que contribui para a promoção do
desporto, incremento de políticas públicas de respeito e igualdade em todo o
ambiente social".
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Com informações do Diário do Nordeste.