Após destinação proporcional de recursos de financiamento nas eleições entre negros e brancos, perfil de candidato muda de homem branco para homem negro

 

(FOTO/ Reprodução).

O perfil dos candidatos nas eleições de 2020 mudou quando comparado ao pleito de 2016. Nas eleições anteriores, a cor de pele mais comum era a branca. Hoje o perfil é: homem, negro, casado, com 46 anos e ensino médio completo.

Esta é a primeira vez desde 2014, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a coletar dados de raça, em que o candidato médio é negro.

São mais de 548 mil candidatos registrados para participar das eleições deste ano. De todas as candidaturas , 49,9% são de pessoas que se declararam pardas ou pretas. De acordo com o IBGE, o conjunto de negros é formado pela somatória de pretos e pardos. Já os brancos representam 47,8% do total. Além disso, 0,4% se declaram indígenas e outros 0,4%, amarelos. Não há informação de raça de 1,6% dos registros.

Mais de 25 mil candidatos mudam raça declarada nesta eleição. 40% passam de brancos para negros. Essa mudança no perfil ocorre coincidentemente após o ministro Ricardo Lewandowski determinar a divisão proporcional de recursos e propaganda eleitoral entre candidatos negros e brancos, em setembro deste ano.

Segundo Lewandowski, as políticas públicas tendem a incentivar candidaturas de pessoas negras prestam homenagens aos valores constitucionais da cidadania e da dignidade humana.

A criação da cota financeira para negros chegou a gerar debate sobre brechas nas regras –incluindo a subjetividade da autodeclaração e eventuais tentativas de burlá-la.

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Por Thais Bernardes, no Notícia Preta.

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