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Jovens são os que mais se declaram negros no Brasil, diz pesquisa. (FOTO/ Yadira G. Morel/Getty Images). |
O
Google, junto com a Mindset-WGSN e o instituto Datafolha, divulgou uma pesquisa
na semana passada com os temas mais urgentes para os negros no Brasil. A lista
de problemas por conta da cor da pele é extensa, afinal, o racismo se desdobra
e gruda em várias partes da nossa vida. Mas, com esse levantamento, foi
possível ter uma noção maior do que é mais urgente para nós.
Para
chegar ao resultado, foram entrevistados 1.225 no Brasil inteiro. Só que para
confirmar a participação na pesquisa, elas precisavam se autodeclarar como
pretas ou pardas, que somando forma a população negra. Pela pesquisa, vivemos
em um país com 58% de negros, sendo 69% se reconhecem como pardos e 31% como
pretos.
Se
você é branco, pode ser mais difícil entender o quão complexo pode ser o
simples fato de assinalar a sua etnia em um cadastro, por exemplo. Moreno,
pardo, café com leite, mulato… Os jeitos de falar sobre a nossa cor da pele são
inúmeros, alguns são ofensivos e outros escutamos até de maneira “carinhosa”
desde criança. A real é que isso só dificulta a aceitação de quem somos, e não
é de hoje, viu? É um papo de quatrocentos anos.
Mesmo
com um certo medo de se identificar ou chamar alguém de “negro” ou “preto”, as
pessoas que mais se identificam dessa maneira são os jovens de 16 a 24 anos. A
explicação? Internet e ativismo! Afinal, agora conseguimos nos conectar uns aos
outros e ver nossa voz potencialidade e espalhada por aí.
Outro
dado que a pesquisa mostra é que, entre os jovens, o tema mais urgente é o
“Genocídio da população negra”, que para os entrevistados no geral é o terceiro
mais importante. Infelizmente, o medo de perder a vida ainda está longe de ser
resolvido. Segundo o Mapa da Violência, divulgado pela ONU, os jovens negros
são os que mais morrem no país, sendo uma vítima fatal a cada 23 minutos.
A
ordem dos temas mais urgentes, segundo a pesquisa, ficou assim: 1º lugar,
mercado de trabalho; 2º lugar, racismo estrutural e institucional; 3º lugar,
feminismo negro; 4º lugar, genocídio da população negra; e 5º lugar , políticas
afirmativas.
E o
que esperar desses dados? Bom, até os próprios representantes do Google
reconhecem que as informações não foram “a descoberta da América”, mas que
servem como um material para alertar quem tem o poder de mudança em mãos.
Ah,
antes de terminar, vamos estrear aqui a nova seção aqui na coluna, “o que
estamos fazendo”. Para começar, a indicação de hoje é o novo CD do Emicida,
AmarElo. São 11 músicas inéditas, sendo que algumas contam com participações
especiais de Drik Barbosa, Larissa Luz, Pabllo Vittar, Majur e mais uma galera
incrível. Inclusive, na última quarta-feira, 27, o álbum teve sua estreia no
Theatro Municipal, em SP. E foi emocionante ver que, mesmo com dificuldades,
estamos ocupando cada vez mais os lugares que desejamos, e não os que restam.
Dá uma olhada no clipe da música AmarElo, que dá o nome ao álbum.
Quer
deixar sua indicação de artistas, projetos sociais, histórias ou qualquer coisa
feita por pessoas negras? É só me mandar um e-mail ou mensagem por direct nas
redes sociais. Ah. Sugestões de pautas para a coluna também são sempre
bem-vindas.
__________________________
Com informações
do Capricho.
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