![]() |
(Foto: Reprodução/ CartaCapital). |
Sim,
pouco ou quase nada adiantaria eu escrever a coluna mostrando tudo o que está
acontecendo no Brasil, depois de eleito Jair Bolsonaro e seus escolhidos por
dedos em riste. Fora aqueles que votaram nele, que são parvos burrinhos e ainda
acreditam que algo de bom poderá sair dali. No mais, foram 90 milhões de
brasileiros que não entraram nessa roubada.
Desencontros
a cada dia, desconfortos internacionais, perda de mercados internacionais de
grande magnitude, aposta em nosso maior concorrente nos agronegócios, liberação
acelerada de agrotóxicos, relaxamento nas leis de desmatamento, militares em
vários postos importantes do governo, desmontes no INCRA e na FUNAI, pífia
liberação de armamento à população pouco diferente daquela que sempre existiu,
truques para evitar que o Judiciário aja legalmente contra desmandos de seus
familiares, escândalos não investigados, relativização da COAF como órgão de
controle de operações financeiras suspeitas.
Viram,
pouco, quase nada em longos 20 dias de desrespeito a um povo enganado através
de WhatsApp e antipetismo, em certos Estados da Federação de Corporações,
crônico.
Viram?
Pouco adiantou, quase nada. A manada ainda acredita que agora vai melhorar.
Na
coluna da semana passada, dei-me ao trabalho de expor raciocínios, números e
estatísticas dos perigos que as novas políticas trariam para a agropecuária e o
agronegócio brasileiros. Folhas e telas cotidianas, mesmo as mais
conservadoras, começam a noticiar algumas perdas já acontecidas ou, pelo menos,
anunciadas. Infelizmente, nós, colunistas, opinionistas, articulistas, já nem
sei mais, não temos opiniões e comentários dos leitores e leitoras. O debate
ajuda, quando sério, e que possa se estender mais do que nas redes sociais.
Pena.
A
história que vou contar, para meus estômago e intestino que amanhã serão
literalmente bastante revirados, me chega por oferta de velho amigo, bastante
cordato, mas com uma empolgação que, a liberdade de 40 anos, me permite
considerar ingênua.
Trata-se
de artigo da Veja, escrita por José Roberto Guzzo, jornalista bom até se tornar
sabujo dos Civita ou de quem vier a sucedê-los. Como pode ser “excelente”, na
acepção do amigo, uma coluna que martela um dos pontos mais imbecis da toada
contra a proteção ambiental, o chamado de “que lá eles já destruíram tudo e
agora vêm apitar aqui”. Este lá, o hemisfério Norte.
Tanto
que o artigo, efusivo em lugares-comuns já discutidos no Brasil e em todo o
planeta, pleno de estudos científicos, hoje considerados até pelos renitentes
chineses, leva por título “Farms here, forest there”. Até este é pretencioso,
falacioso e ruinoso.
Li.
Com muito esforço. Precisaria de pouco esforço para rebater seus toscos
argumentos. Mas a preguiça e o desprazer são maiores. Não fossem os exames de
hoje já estaria visitando caboclos, caipiras, campesinos, sertanejos,
ajudando-os a plantar com menos agroquímicos e tóxicos, além de aprender os
ensinamentos de suas ancestralidades culturais.
Se
quiserem ler o “Show Guzzo de Horrores”, sintam-se à vontade.
Inté.
(Por Rui Daher, na CartaCapital).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!