Sete prédios de Altaneira poderão receber placa em fachadas como reconhecimento histórico



Casa de Dona Solidade, localizada à Rua Apolônio de Oliveira, é uma das casas mais antigas de Altaneira.
(Foto: Nicolau Neto/Arquivo Pessoal).

Um decreto presidencial da Academia de Letras do Brasil, seccional Araripe (ALB/Araripe), datado do dia 16 de dezembro de 2018, visa o reconhecimento histórico de Casarões Centenários e Fachadas do Centro Histórico dos municípios que compõem o cariri oeste do Estado do Ceará. 

Segundo o presidente da seccional, Adriano Sousa, a ideia é condecorar por meio de diplomas e placa de mérito de conservação histórica para estes patrimônios culturais e históricos.

Para o professor e membro da Academia, Nicolau Neto, esta ação é de grande valor simbólico e demonstra a preocupação da entidade com a preservação de prédios que com o passar do tempo se tornaram patrimônio histórico, ao manter traços em suas fachadas que remontam ao século passado, a época em que Altaneira ainda era apenas povoado. Em tempo que os lugares de memória e a história não estão merecendo a devida atenção, estamos caminhando na direção contrária, a da valorização e do reconhecimento, pontuou Nicolau.

O Blog de Altaneira registrou na manhã desta quarta-feira (02/01) que mais um prédio histórico de Altaneira perdeu sua fachada original. Trata-se da sede da Câmara Municipal. O jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho descreveu como "mais um atentado ao Patrimônio Histórico de Altaneira". 


A fachada da Câmara Municipal de Altaneira foi total destruída e substituída por uma fachada moderna que não guarda nenhuma referência do antigo prédio que também sediou a Prefeitura Municipal de Altaneira até a o início da década de 1980”, descreveu em seu blog.

No dia 30 de dezembro de 2018, a casa da Senhora Margarida Guedes à Rua Francisco Guedes, nº 313 no município de Potengi, na região do cariri, recebeu a placa Fachada Original.

Em Altaneira, sete prédios poderão receber a fachada de reconhecimento histórico – as casas de Solidade, Zé de Ana, Lira Roque, a bodega de Mauro Plácido, a casa que foi de Né de Almeida e a casa de Manoel Miguel. Elas ficam localizadas nas ruas Apolônio de Oliveira, Carneiro de Almeida e Deputado Furtado Leite, todas no centro da cidade. Possuem como pontos referenciais as residências e, ou comércios de Flávio Coreia (vereador), Petu, Nalmice e Otacílio Caldas.

Pelo decreto, podem ser condecorados “os casarões construídos, em qualquer parte do território municipal, em data anterior ou igual a cem anos”, como as residências do Centro Histórico destes municípios que mantiverem a fachada original.

Segundo o professor e membro da ALB, Evantuil, é necessário fazer uma sondagem nesses prédios e dialogar com as famílias, o que faz com que nem todos recebam a placa. “Só a idade e a originalidade dele não garantem que haja o descerramento de placa. Depende muito da família. Tem família que não quer, que não entende o valor histórico”, disse.  Infelizmente nós temos poucas fachadas” e lembra o casarão de “Chico Bitu”, datado dos anos 40 do século passado, mas que foi destruído.

Evantuil lembra ainda que as casas da Rua Deputado Furtado, do comerciante Roso Bitu até a parte alta do centro, foram construídas nos anos 40. Personagens como Major Alencar, Antônio Branco e o “dono de engenho” João Cardozo, do sítio Baixio, são apontadas por ele como responsáveis pelas construções dessas residências. “As demais foram tudo modificadas”, lamenta.

Confira abaixo outras fotos do arquivo pessoal de Nicolau Neto.

Casa localizada à rua Apolônio de Oliveira.

Casa localizada à rua Apolônio de Oliveira.

Casa localizada à rua Apolônio de Oliveira.

Casa localizada à rua Deputado Furtado Leite.

Casa localizada à rua Deputado Furtado Leite.

Casa localizada à rua Carneiro de Almeida.


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