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Barbalha ganha núcleo do Movimento Negro Unificado

 

Barbalha ganha núcleo do Movimento Negro Unificado. (FOTO | Reprodução | MNU-CE).

Por Nicolau Neto, editor

No último dia 28 de julho, o Movimento Negro Unificado do Ceará fez publicar em suas redes sociais a informação de que a região do cariri será uma das extensões de atuação do movimento.

Com o título “cresce o Movimento Negro Unificado (MNU) no Cariri”, foi destacado que o município de Barbalha terá um núcleo. A reunião que ensejou o ato se deu no dia anterior (27) e foi vista como “mais uma conquista para a luta contra o racismo no Cariri”, além de representar “um marco significativo na busca por igualdade racial e justiça social na região”.

A reunião contou com várias personalidades, incluindo professores (as), lideranças comunitárias e “um guardião de rezas e energias, que se uniram em prol da causa”, diz a nota do MNU-CE.

Com o núcleo em pleno funcionamento, o MNU em Barbalha está preparado para enfrentar o racismo em todas as suas formas, não apenas na cidade, mas também em todo o Cariri cearense. O compromisso é promover a conscientização, o diálogo e ações concretas para combater a discriminação racial e garantir a inclusão e o respeito mútuo entre todas as pessoas”, destaca outro trecho.

Um dos integrante do recém construído núcleo no município afirmou que é chegada “a hora de fazer o que sabemos fazer de melhor: lutar contra o racismo e trabalhar por uma sociedade mais justa e igualitária", afirmou um dos membros do novo núcleo”.

A missão do MNU é “promover a valorização da cultura negra, defender os direitos das pessoas negras e combater qualquer forma de discriminação racial. A criação do núcleo em Barbalha é mais um passo rumo à construção de uma sociedade mais inclusiva e livre de preconceitos”.

Movimento Negro Unificado comemora 45 anos

 

Movimento Negro Unificado comemora 45 anos de luta e resistência. (FOTO | Divulgação | MNU).

Há 45 anos, em 7 de julho de 1978, o Movimento Negro Unificado (MNU) tomava as escadarias do Theatro Municipal de São Paulo, no centro da cidade, após fundar o grupo em 18 de junho do mesmo ano, em pleno regime militar. O ato público reuniu aproximadamente duas mil pessoas com uma missão em comum: combater o racismo.

O ato histórico marcou o começo de um movimento que a partir do ativismo e da organização e articulação política, colaborou para diversas conquistas para a população negra brasileira. Desde a sua criação, o MNU tem se firmado como uma importante referência de luta e resistência.

Segundo Priscilla Mina, de 41 anos, que faz parte do MNU há mais ou menos dez anos, o lançamento do movimento em frente ao Theatro, foi uma quebra de barreiras. “Principalmente por sermos negros, e historicamente, aquele não ser normalmente o nosso lugar. Então foi um momento muito emocionante e que abriu portas para estarmos onde quisermos“, disse ela.

A ativista destaca quais são as conquistas mais significativas do MNU ao longo dos anos. “As maiores conquistas foram: a lei de cotas, a lei que obriga o ensino da cultura e história afro-brasileira e o dia 20 de novembro, dia da consciência negra“, conta Priscilla.

A ativista também afirma que de forma bem ativa, o MNU atua realizando reuniões de equipe, com os ministérios em Brasília levando as propostas, e também na rua. Segundo ela, há muitas discussões dentro do movimento quanto ao que mais pode ser feito, principalmente no âmbito político, e destaca a importância de ter pessoas negras tomando as decisões sobre a população negra.

 Quando a gente fala sobre as leis que envolvem a gente, são feitas por pessoas brancas. Então eu acho que nada mais justo que nós estejamos lá no poder“, diz Priscilla.

O lançamento do MNU contou com grandes nomes da luta antirracista, entre eles, Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez, Abdias do Nascimento, Hamilton Cardoso.

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Com informações do Notícia Preta.

Há 40 anos nascia o Movimento Negro Unificado (MNU)


Há 40 anos nascia o Movimento Negro Unificado (MNU). (Foto: Reprodução/ Douglas Belchior).

Há exatos 40 anos, no dia 7 de Julho de 1978, nas escadarias do Teatro Municipal, nascia o Movimento Negro Unificado (MNU). Hoje, nossos mais velhos, ao lado da juventude negra, se reúnem no mesmo lugar para celebrar essa trajetória e planejar os próximos passos da nossa luta. A única certeza que temos é que o caminho para uma sociedade mais justa ainda é longo.

Para muitos intelectuais, o MNU é a fundação do movimento negro moderno no Brasil. No Século XX, entre as muitas entidades e formas de resistência que tivemos, duas ganham um natural destaque. Na primeira metade do Século XX, a Frente Negra Brasileira, que apesar de todas suas contradições, articulou a população negra no pós abolição da escravatura e chegou, inclusive, a participar de uma corrida presidencial.

Depois do golpe de Getúlio Vargas, e ainda durante o regime militar, jovens negros decidiram se reunir para construir uma entidade que enfrentasse as desigualdades e o racismo no Brasil. Se os relatos são sombrios sobre a repressão durante a ditadura, imagine a audácia daqueles de jovens negros e periféricos de construir uma organização política de combate ao racismo, que na época era vista como uma “criação da esquerda”. Admirável, né?

Mais do que isso, é preciso ressaltar as muitas figuras que passaram pelo MNU. Aqui, já assumo que cometerei uma injustiça, por não citar todas, mas me arrisco a enunciar Lélia Gonzalez, Abdias do Nascimento, Milton Barbosa, Neuza Maria Pereira, Hamilton Cardoso, Regina Lúcia dos Santos, José Adão Silveiro, entre muitos/as outros/as.

Em debate sobre a história do MNU, Regina Lúcia dos Santos contou um pouco do legado do MNU.

Era impensável há 40 anos imaginar a juventude enfrentando o racismo estrutural do modo como está colocado. Hoje, ao irmos a qualquer periferia, podemos ver a juventude com cabelos naturais negros, por exemplo, e combatendo o genocídio. Isso tudo é o legado. E é muita coisa”.

Por isso, recordar a resistência dessas figuras e conhecer a história do MNU é a possibilidade de sonhar e construir uma sociedade mais justa, democrática, sem o racismo, machismo, e a LGBTfobia. (Com informações do Douglas Belchior).