Em
entrevista exibida nesta sexta-feira, 2, pela RedeTV!, o presidente Michel
Temer defendeu que haja um candidato a sua sucessão que defenda as medidas
aprovadas pelo seu governo, como o teto dos gastos, a reforma trabalhista e a
reforma do ensino médio. "Vou estar
de olho nisso", avisou.
Além
disso, ele ressaltou que todos os políticos que são a favor dessas medidas
devem se unir em torno de uma única candidatura, para que a chance de vitória
seja maior. "É preciso ter um
candidato que represente uma ultrafacção", disse o presidente. "Muitas candidaturas vão diversificar a
opinião atenta do eleitor", alertou.
Temer
disse ainda que duvida que alguma candidatura de oposição ao seu governo, seja
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou outro nome apoiado pelo petista,
faça uma campanha contra as suas reformas.
"Quem for de oposição e quiser combater o nosso governo terá de dizer que é contra o teto dos gatos, que vai gastar à vontade, que é contra a reforma do ensino médio, que é contra a modernização trabalhista, contra a queda da inflação e a queda dos juros. Terá de dizer que é contra uma porção de coisas que nós fizemos. Duvido que alguém venha a assumir uma candidatura dizendo isso, porque isso se incorporou ao nosso sistema", disse.
Para
o presidente, os nomes que podem defender o seu governo "estão se convencendo" de que é
preciso ter uma candidatura única para enfrentar a esquerda. Disse também que
será positivo para o Brasil que haja um candidato que defenda o seu governo e
outra que seja contra, para simplificar a decisão do eleitor.
Temer
reconheceu que Lula é um líder popular e que a última pesquisa de intenção de
voto, que o mantém na liderança, mostrou que o petista, se for candidato, terá
muitos votos, apesar da condenação em segunda instância pelos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. "São votos que se revelam hoje, mas que podem não se revelar amanhã",
disse.
Sem
citar o nome do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), outro pré-candidato à
Presidência, Temer disse que o eleitor brasileiro "não gosta de radicalismos". "Todo e qualquer radicalismo o brasileiro sempre repudiou e vai
continuar repudiando. Ele vai perguntar: qual é o programa? O que vai fazer por
mim? Eu confio nele? Tem que ir com a cara do candidato", disse.
Aposentadoria
O
presidente disse ainda que a suspensão da sua aposentadoria por dois meses, em
razão do fato de não ter feito a chamada prova de vida, lhe agradou por ter
sido uma mostra de que foi tratado "como
brasileiro", independentemente de ser o presidente da República.
"É um tratamento igualitário que
engrandece as instituições", disse.
Temer
recebe aposentadoria por ter sido procurador do Estado de São Paulo e ficou sem
receber o dinheiro nos meses de novembro e dezembro porque não fez a prova de
vida, procedimento que obriga o aposentado a comparecer anualmente para provar
que está vivo e continuar recebendo o benefício. "No meu caso, pode-se ver diariamente que continuo vivo",
brincou o presidente.
O
presidente disse que espera que esse tipo de burocracia mude, para que seja
mais fácil ao aposentado provar que está vivo. "Quem sabe o meu exemplo possa servir para isso", disse. Em
nota, o Palácio do Planalto explicou que Temer não fez a prova de vida por
falta de tempo.
Os
jornalistas que conduziram a entrevista aproveitaram o tema para perguntar
sobre a saúde do presidente, que passou por três cirurgias no ano passado, uma
no coração e duas na uretra. Ele garantiu que está muito bem e disse que os
procedimentos cirúrgicos melhoraram muito a sua qualidade de vida. "Convivia com mal estar, mas hoje não tenho
mais", afirmou.
Segurança Pública
De
acordo com o presidente, o governo federal estuda formas de intervir mais
diretamente na questão da segurança pública dos Estados, e para isso avalia a
criação de um ministério específico para o tema e até mesmo mudanças
constitucionais.
Na
entrevista, o emedebista lembrou que a segurança é uma atribuição dos Estados e
municípios, mas que a União passou a ter que atuar mais diretamente nos últimos
anos, enviando até mesmo o Exército em algumas situações, para situações de
emergência em lugares como Espírito Santo, Rio de Janeiro, Amazonas e Rio
Grande do Norte.
"Primeiro mudamos o nome do Ministério da
Justiça e Cidadania para Justiça e Segurança Pública. Agora estamos estudando
criar um Ministério de Segurança Pública" para interferir mais na
questão, disse Temer. "Não será
improvável que tenhamos que modificar a Constituição" para isso,
emendou.
Segundo
o presidente, uma ideia que também está sendo debatido é a de realizar reuniões
semanais com representantes do governo e secretários estaduais de segurança
pública para coordenar os esforços na área. Ele acrescentou que um dos focos
será os presídios, onde foram registradas várias rebeliões desde o fim de 2016.
Venezuela
O
presidente afirmou também que a relação entre o Brasil e a Venezuela é uma
relação "entre Estados" e que vai continuar apoiando o povo
venezuelano, mas denunciando as ações do governo de Nicolás Maduro.
Na
entrevista ao programa RedeTV News, o emedebista descartou ainda qualquer tipo
de apoio a uma intervenção no país vizinho. (Com informações da Agência Estado e do O Povo).
![]() |
Temer concede entrevista ao telejornal Rede TV News com Boris Casoy e Amanda Klein. (Foto: Marcos Corrêa/ PR). |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!