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(FOTO/ Reprodução/ Revista Raça). |
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(FOTO/ Reprodução/ Revista Raça). |
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(FOTO/ Reprodução). |
Dados
gerais da campanha de vacinação da Covid-19 apontam resultado positivo e avanço
em todo o país, porém, entre as comunidades quilombolas, incluídas entre os
grupos prioritários, os índices seguem abaixo da média nacional de 45,2%. De
acordo com a segunda edição do Vacinômetro Quilombola, cerca de 60,4% da
população quilombola ainda não receberam a segunda dose da vacina. Dos
1.184.383 quilombolas, apenas 469.972 completaram o ciclo vacinal, o que
representa 39,6% do total.
O
levantamento foi lançado no último mês pela Coordenação Nacional de Articulação
das Comunidades Rurais Quilombolas (Conaq) apoiada pelas entidades Terra de
Direitos e Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam). Esse mapeamento inclui 565
quilombos de 24 estados, com um total de 200 mil quilombolas, e será incluído
em uma ação que já tramita no STF para tratar do assunto.
“Estamos longe de sermos imunizados. Todos esses problemas criam gargalos. Quilombolas estão morrendo por não estarem vacinados”, afirma Kátia Penha, gestora de monitoramento de vacinação da Covid-19 pela Conaq. “Corremos o sério risco de terminar a campanha com quilombolas que não foram imunizados. Idosos acamados que não conseguiram se imunizar. Está muito longe [o momento] de as comunidades serem totalmente vacinadas”, pondera.
Em
comparação, o levantamento mostra que há desnível dos quilombolas em relação à
população indígena, que também é classificada como grupo prioritário no
Programa Nacional de Imunizações (PNI), no qual cerca de 81% já tem o esquema
vacinal completo.
Na
última semana, o país atingiu a marca de 45,25% de toda a população brasileira
completamente imunizada. Quando concentrada na população que possui mais de 18
anos, o índice nacional geral ultrapassa 60%. De acordo com o Ministério da
Saúde, são mais de 95 milhões de brasileiros adultos com as duas doses da
vacina ou com o imunizante de dose única, produzido pela Jansen.
“Temos
relatos de problemas diversos, ligados à organização nos municípios. Chegou ao
extremo de doses destinadas ao povo quilombola acabarem em uso na população
geral”, destaca a gestora.
O
monitoramento realizado pela plataforma LocalizaSUS, baseado na prestação de
contas acerca da vacinação em todo país, identifica que a vacinação de
quilombolas realmente segue em ritmo descompassado. Os dados foram coletados
pelo Plano de Enfrentamento à Covid-19 produzido e atualizado pela Secretaria
Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR).
Desafios
A
representante da área de monitoramento da Covid-19 da Coordenação Nacional de
Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Kátia Penha,
explica que essa essência de atraso no ciclo vacinal se dá principalmente nos
municípios.
Segundo
a gestora, os maiores problemas se relacionam à falta de doses, dificuldades de
transporte, exigência de comprovação de pertencimento à comunidade quilombola.
Outro problema é que no Brasil não existem dados oficiais sobre a população
quilombola. A categoria seria incluída pela primeira vez no Censo 2020, adiado
por conta da pandemia.
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Com
informações do Alma Preta.
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(FOTO/ Divulgação/ LaCITE). |
Nos
dias 27 e 28 de outubro de 2021 acontece na Universidade Federal do Cariri
(UFCA), o III Simpósio de Gestão de Cidades, que tem como tema central “Itinerários
da Ação Pública e os Desafios da Governança Metropolitana”. O evento
acontecerá de forma remota e será transmitido pelo canal do Laboratório de
Estudos em Gestão de Cidades e Territórios (LaCITE) no YouTube.
Além
do LaCITE, o Laboratório Interdisciplinar de Estudos em Gestão Social (LIEGS) e
o Laboratório de Estudos Urbanos, Sustentabilidade e Políticas Públicas
(LAURBS) fazem parte da realização do evento. O Simpósio conta ainda com o
apoio do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), do
Laboratório de Estudos em Violência e Segurança Pública (LEVIS-UFCA), do Grupo
de Estudos Ambientais da Universidade Regional do Cariri (GEA-URCA), do
Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual do Ceará
(PPGA-UECE) e do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
“Esta 3° edição vai acontecer em um momento único e delicado da história brasileira. Ainda estamos no meio de uma pandemia que deixou, até o momento, quase 600 mil mortos. Além disso, a democracia e o estado de direito são alvo de ataques frequentes. Com isso, o Simpósio quer fomentar o debate para identificar alternativas e estratégias que os estados, municípios e a sociedade civil podem tomar no que diz respeito ao protagonismo na ação pública e territorial. Espera-se que o balanço crítico do momento presente nos possibilite reavaliar as raízes e a multidimensionalidade dos problemas atuais, bem como desenhar cursos de ação que apontem para outros horizontes e reavivem a nossa capacidade de imaginar e construir outros futuros possíveis para as nossas cidades.”, diz o professor Raniere Moreira, coordenador do LaCITE e docente do curso de Adminsitração Pública e Gestão Social da UFCA.
A
programação completa está disponível na página do evento. Também se encontra no
link outras informações, bem como o formulário para as inscrições. O evento é
gratuito e se propõe a ser um ambiente de convergência, congregando estudantes,
professores, pesquisadores, gestores públicos, representantes de movimentos
sociais, organizações da sociedade civil e demais interessados na discussão das
questões urbanas e da gestão das cidades, notadamente no contexto da Região
Metropolitana do Cariri – RM Cariri. O propósito central do evento, de acordo
com a organização, é o fortalecimento de um espaço plural para o debate de
ideias e a construção de alternativas de ação.
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Com
informações do Portal Badalo.
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(FOTO/ iStock). |
No
dia 12 de outubro, no Santuário Nacional de Aparecida - localizado município de
mesmo nome no interior de São Paulo - milhões de fiéis se reúnem em homenagem à
padroeira do Brasil, representada pela imagem de uma mulher negra. Entre os católicos, Nossa Senhora Aparecida é
muito requisitada por seus fiéis que precisam de ajuda em momentos de aflição.
A
santa se tornou conhecida após o episódio em que sua imagem foi encontrada
pelos pescadores João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia em 1717, no rio
Paraíba do Sul, em São Paulo. Outras versões dizem que essa imagem encontrada
era de Nossa Senhora da Conceição, feita em terracota, com 36 centímetros de
altura e 2,5 quilos.
Ela
veio em dois pedaços: primeiro o corpo e depois a cabeça. A partir desse
encontro ela se tornou ‘Aparecida’. O nome se encaixou perfeitamente e o
episódio se tornou um milagre. Segundo teóricos, a santa teria sido jogada na
água por alguma pessoa que pretendia se livrar da imagem, que já estava
quebrada. Existem pessoas que dizem que um santo quebrado atrai má sorte.
De
acordo com o infográfico criado pelo site do Santuário Nacional e a
historiadora Teresa Pasin, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi esculpida
por volta do ano 1600. “O que sabemos é que a provável pessoa que teria feito a
imagem foi o frei Agostinho de Jesus, em 1600, que se ocupava em modelar na
argila imagens pequenas para ficar dentro de casa da Imaculada Conceição”,
afirma.
O
padre Lucas Emanuel enaltece a beleza e o mistério da padroeira negra. “A
imagem apareceu no momento em que muitos negros eram escravizados. As
divindades não concordam com a escravidão, ao contrário disso, elas querem que
todos nós tenhamos dignidade e liberdade”, pontua.
A
santa libertadora
O
babalorixá Dhill Costa, do Ilé Ọdẹ Maroketu Àṣẹ Ọba, ressalta a ligação da
imagem da santa com uma figura de "libertação" dos negros escravizados.
De acordo com ele, existe também uma representação de liberdade para as
mulheres, que tanto já sofreram com a perseguição.
"Ela é dita como libertadora pela sua audácia feminina, ser a mãe de Jesus, ser destemida, foi uma mulher liberadora, uma mulher de resistência, corajosa, audaciosa, e a mulher brasileira representa muito isso hoje. Ela apareceu em um rio numa imagem preta, o que destaca também o sofrimento da mulher preta", considera.
Associação
com Oxum
Nas
regiões Sudeste e Centro-Oeste do país é comum a associação da padroeira à
orixá Oxum, cultuada pelas religiões de matriz africana e conhecida como a
rainha das águas calmas, símbolo de fertilidade e proteção das mulheres. O
babalorixá, no entanto, explica que se tratam de figuras de religiosidades
distintas.
"Existe
o sincretismo religioso na Umbanda que é uma religião afrodescendente. Já no
Candomblé há Oxum, que é uma divindade africana enquanto Nossa Senhora
Aparecida não é uma divinidade, é uma santa cristã. O Candomblé e o
Cristianismo são completamente diferentes", esclarece.
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Com
informações do Alma Preta.
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(FOTO/ Reprodução). |
Dia
12 de Outubro é Dia de Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil. Dia 12 é
também o Dia das Crianças. Nessa data é inevitável não ser invadida por um
sentimento nostálgico, as reminiscências dos tempos da infância nos acompanham
ao longo da vida. Como é bom ser criança e sentir seguro, protegido, amado,
cuidado e feliz.
Eu
tive a sorte de ser criança nos anos 90, e só quem viveu sabe como era
importante as brincadeiras daquela década. Nós não tínhamos internet, a gente
se divertia com a imaginação. Justamente por não viver exposto a tanta
(des)informação a gente se permitia ser mais humano e mais ingênuo.
Muita
sorte eu tive e tenho de ter uma família que sempre se importou comigo e com
meus irmãos, que sempre nos respeitou como crianças e fez de tudo para que cada
fase da nossa vida fosse vivida na sua plenitude e integralidade. Dá saudades
dos tempos de criança onde tudo era possível. Eu podia ser estilista, atriz,
professora, modelo ou simplesmente criança e, ainda assim continuava sendo
feliz.
Hoje
em dia a sensação que eu tenho é que as crianças estão pulando etapas da vida,
estão sendo expostas a muita informação sem necessidade e se preocupando cedo
demais com problemas que não lhes compete. As redes sociais como um todo têm
robotizado a infância, dancinhas de tik tok e outros apps fazem das crianças
todas iguais e padronizadas de uma forma ruim e capitalista.
É lamentável que a infância, uma fase tão importante e significativa esteja sendo tratada de forma negligente e a gente precise apelar para estatutos em defesa dos direitos essenciais dessa população. Esse texto que era pra descrever relatos de lembranças dos tempos de criança acabou virando uma espécie de manifesto da infância.
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(FOTO/ Reprodução/ Netflix). |
Por Alexandre Lucas, Colunista
O
Cultura Viva enquanto política pública e posteriormente como política de
estado, o qual ficou conhecido a partir dos Pontos de Cultura, é
substancialmente uma metodologia e campo de disputar para repensar a relação da
sociedade civil e o poder público, no tocante, ao reconhecimento, o
aparecimento e a legitimação do protagonismo dos sujeitos e de suas
organizações, nos territórios e nos lugares.
O
Cultura Viva coloca em evidência o conflito, as contradições e a fragilidade do
conceito de gestão democrática e participativa, em especial, no âmbito dos
municípios, onde as disputas são mais acirradas.
Reconhecer
o papel e o protagonismo dos movimentos sociais na deliberação das políticas
públicas, no controle social e no aparecimento da comunicação institucional
continua sendo um desafio, um espaço para ser conquistado.
Decolonizar
parece ser um termo conveniente para romper com uma lógica de pensamento
hegemônico de política pública baseada na negação deliberada do aparecimento
das vozes e ações oriundas da sociedade civil, o indeferimento do conflito e da
contradição com tática política de silenciamento dos movimentos sociais e o
equivocado discurso de gestão democrática e participativa que não se sustenta
quando se apresentam as vozes das contraposições, das discordâncias e das
oposições.
A
democracia não é um conjunto de iguais, pelo contrário, é um caminho
divergente. É na divergência que se constrói a democracia, dito de outra forma,
é com a participação de diversos e
divergentes sujeitos e organizações
sociais que se constrói uma gestão democrática e participativa. Não se constrói
democracias entre iguais, pelo contrário se alicerça a ditadura ou
distanciamento do conceito democracia que não é uno, mas que está longe ser um
conjunto de compreensões de iguais.
O
Cultura Viva enquanto perspectiva de política pública e de movimento social tem
muito para nos ensinar sobre gestão democrática e participativa. Precisamos
ficar atentos e desmascarar as tentativas constantes de ataques à democracia
ventiladas e orquestradas de forma mais nítida e robustas pela direita
representada por um discurso que elege a participação e a democracia como
inimigas.
Por lado os setores do campo democrático e progressista, incluindo setores da esquerda, precisam aprofundar o debate sobre a necessidade do protagonismo dos sujeitos e de suas organizações na construção e deliberação das políticas públicas, tendo em vista que é notório, ainda, uma visão romanceada de democracia por alguns setores, baseada em concepções negacionistas do conflito, da contradição e da luta de classes. O diálogo e o consenso não é em hipótese alguma uma homogeneidade numa sociedade dividida antagonicamente em classes sociais irreconciliáveis.
Qual
a necessidade do protagonismo dos sujeitos e de suas organizações na
deliberação das políticas públicas? Se queremos aprofundar os mecanismos de
participação e de acessibilidade das políticas públicas, minimamente os
espaços, os micros espaços de poder, precisam ser compartilhados. Neste sentido
é preciso também mudar a direção do holofote da comunicação institucional,
democratizar a comunicação é um ato político, que orienta quem deve
protagonizar as narrativas.
Historicamente,
os sujeitos e suas organizações foram excluídos do direito de participar e decidir
sobre as políticas públicas e consequentemente de aparecer enquanto
construtores da democracia. Isso não é um detalhe, é uma deliberação.
Participar, decidir e aparecer é indispensável para que os movimentos sociais ocupem outro lugar na esfera da política pública. Afinal, é sempre importante entender que a comunicação cumpre uma função política central na ocupação dos espaços de poder e isso nunca foi detalhe.
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(FOTO/ Reprodução). |
O corte de R$ 600 milhões nos recursos previstos para o Ministério da Ciência e Tecnologia reforça o equívoco de quem afirma que o governo Bolsonaro acabou. Pelo contrário, ele segue a todo vapor no seu principal objetivo: desconstruir o país para reconstruí-lo à sua imagem e semelhança. E na realidade paralela do bolsonarismo, ciência muitas vezes é um problema, não a solução.
Entidades científicas avisam que a tungada - realizada pelo Congresso Nacional a pedido do ministro da Economia, Paulo "Ilhas Virgens" Guedes - reduzirá o financiamento e, por conseguinte, a produção de conhecimento no Brasil. No ano em que a ciência nos salvou do charlatanismo, do curandeirismo e do negacionismo, ela recebe um cuspe na cara como agradecimento.
O Brasil ficou menor durante a pandemia porque o governo e seus aliados deram as costas para médicos e cientistas, promovendo tratamentos e remédios ineficazes, atacando o isolamento social, afirmando que vacinas transformariam pessoas em jacarés ou matariam adolescentes, fazendo experimentos em cobaias humanas.
O epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas, calcula que mais de 400 mil das 600 mil mortes foram desnecessárias.
O bolsonarismo elabora seus planos visando às suas necessidades políticas e econômicas, da reeleição ao lucro fácil. Qualquer entrave colocado no caminho de seus objetivos é atacado violentamente. Nesse contexto, a ciência, que expõe as mentiras de Bolsonaro, tem sido asfixiada - o orçamento do CNPq, que financia a pesquisa nacional, neste ano, é 38% do que era em 2013.
A tragédia é que Bolsonaro está nos condenando a um apagão de conhecimento nas próximas décadas, uma vez que projetos científicos não são ligados e desligados do dia para a noite. A redução no orçamento para pesquisa não apenas atrapalha processos em andamento, mas desestimula os novos cientistas a persistirem na carreira.
O mais desconcertante é que para além de cortes por necessidades orçamentária, a porrada de R$ 600 milhões nos recursos a serem destinados ao ministério e ao CNPq faz parte do projeto de desmonte do governo Bolsonaro. O presidente, que vê os fatos como inimigos, precisa reduzir o país a cinzas para reergue-lo sob novas bases.
Nós temos é que desconstruir muita coisa. Desfazer muita coisa. Para depois nós começarmos a fazer. Que eu sirva para que, pelo menos, eu possa ser um ponto de inflexão, já estou muito feliz
A declaração dele, dada a lideranças de extrema direita em um jantar nos Estados Unidos em março de 2019, vai ao encontro da desconstrução de um país minimamente iluminado pela razão e por fatos por um baseado em superstições e mentiras, no qual ele próprio possa ser, como diria o Evangelho de João, capítulo 14, versículo 6, o caminho, a verdade e a vida.
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Por Leonardo Sakamoto em seu blog. Leia a íntegra aqui.