14 de abril de 2018

Grupo de Oposição em Altaneira realiza ato em apoio à candidatura de Idilvan Alencar


Grupo de Oposição em Altaneira realiza ato em apoio à candidatura de Idilvan Alencar. 
(Foto: Reprodução/ Facebook).

O grupo de oposição a administração ao prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues (PT), liderado pelo vereador professor Adeilton Silva (PSD), realizou neste sábado, 14, ato em apoio à candidatura do ex-secretário de Educação do Estado do Ceará, Idilvan Alencar (PDT), a Câmara Federal.

Idilvan deixou a pasta da educação e se filiou recentemente ao partido do presidenciável Ciro Gomes e desde então vem recebendo vários elogios, principalmente da classe de professores por ter feito um bom trabalho na área educacional. O ex-gestor e pré-candidato a deputado federal está de passagem pelo cariri em face das comemorações dos 61 anos de emancipação política de Nova Olinda, sua terra natal.

A ação foi realizada no espaço cedido pela vereadora Silvania Andrade (PT) e contou com a presença de lideranças políticas, como a do o ex-prefeito Antonio Dorival de Oliveira (PSDB), dos ex-vereadores Raimundo Rufino, Zé de Eneas e Lélia de Oliveira, além dos candidatos derrotados a prefeito e vice-prefeita na última eleição municipal, Ricardo Arraes e Rafaela Gonçalves, respectivamente e de simpatizantes ao grupo político em evidência.

Segundo o líder da oposição na Câmara, Adeilton Silva, ao compartilhar imagem da reunião em sua conta no facebook, tudo foi “muito simples, mas de muito coração e desejo de mudança”.  O encontro que foi batizado pelo edil de “segundo ato após a filiação partidária” de Idilvan, recebeu vários comentários elogiosos de internautas.

Também via facebook, Idilvan, afirmou que conversou com “educadores, vereadores e lideranças políticas de Altaneira e aproveitou para agradecer pela forma como foi recebido. “Desde 2007, que gosto de andar por todo o Ceará. E este ano vou aumentar a quilometragem”, disse.

A passagem do pré-candidato por Altaneira foi comentada também por pessoas ligadas a administração municipal. “Desejo sucesso fez uma excelente gestão na educação”, escreveu Ceza Cristóvão, o Secretário de Agricultura e Meio Ambiente. “Idilvan Alencar terá o reconhecimento dos cearenses”, postou a Secretária de Educação, Leocádia Soares.

A redação do Blog não teve informações do teor dos discursos proferidos, mas pelas redes sociais foi possível perceber que o Professor e Diretor da Escola de Ensino Médio Santa Tereza, Paulo Robson, um dos mais entusiastas da pré-candidatura de Idilvan, foi um dos que fez uso da palavra.


Sem candidato, oposição ao governo Camilo na Assembleia enfrenta crise interna


Tasso e Wagner não devem disputar governo. Oposição segue sem definição. (Foto: Julio Caesar).


A oposição no Ceará voltou a esfriar e tem ameaçada a capacidade de articulação para a disputa pelo Palácio da Abolição na eleição de outubro. Sem candidato definido, os opositores ao governador Camilo Santana (PT), na Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), permanecem desmobilizados e sem perspectivas de quais nomes deverão confrontar o grupo do petista para o Governo e o Senado.


A desmobilização é narrada pelos próprios integrantes do grupo. O ex-governador Lúcio Alcântara (PSDB) contou que a oposição sequer se reuniu para traçar as estratégias eleitorais. Uma “comissão” havia sido formada no final de março deste ano pelo senador Tasso Jereissati (PSDB) e prometia iniciar as movimentações em busca de nomes e estratégias eleitorais na Capital e no Interior. Reuniões e visitas pelo Interior iriam ser organizadas pela comissão coordenada pelos ex-governadores Tasso, Lúcio, além do deputado Capitão Wagner (Pros).“Não participei (da reunião da comissão). Acho que nem houve. O que houve foi encontro do Roberto (Pessoa) com o Tasso (Jereissati)”, afirmou Lúcio Alcântara. O POVO procurou o vice-prefeito de Maracanaú para comentar os detalhes do encontro, mas o telefone celular estava desligado.

O deputado estadual Roberto Mesquita (Pros) criticou a desmobilização. Segundo ele, não há reuniões para discutir a eleição deste ano. “A movimentação da oposição está ocorrendo só por telepatia. Todo mundo pensando em apresentar chapa, mas não tem nome. Nem tem união das oposições para lançar um nome. Isso prejudica muito”, admitiu o deputado.
  
Mesquita aponta os últimos acontecimentos políticos, relembrando o fato de Tasso ter declarado ao pré-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), que não será candidato ao Governo, e do esfriamento da mobilização do deputado Capitão Wagner (Pros) de bancar a candidatura ao Governo do Estado sem apoio. “Com a negativa do senador e o esfriamento do Wagner, a oposição ficou novamente sem nome”, alerta. A reportagem também procurou Wagner, através da assessoria de imprensa, mas as chamadas não foram atendidas.

O presidente estadual do PSDB, Francini Guedes, tentou colocar panos quentes na crise da oposição. Ele diz que “não tem nada definido” e que podem surgir “outros nomes”. “Não posso dizer quem são os nomes possíveis, depende muito das pessoas. Estou convicto de que teremos candidatos”, garante.


Para Heitor Férrer (SD), que faz oposição de modo isolado aos tradicionais grupos, a articulação deve partir dos dois principais nomes da oposição, como Tasso e Wagner. “Tempo temos para definir como vamos atuar no processo eleitoral. O Governo levou para si quase todos os partidos. Quem tem os olhos fundos tem que chorar mais cedo”, cobrou. (Com informações do O Povo).

13 de abril de 2018

Jair Bolsonaro é denunciado pela Procuradoria-Geral da República por racismo


O deputado e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (RJ) durante ato de filiação ao partido PSL.
(Foto: Pedro Ladeira/ Folhapress).


Pré-candidato à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) nesta sexta-feira (13) pela prática de racismo contra quilombolas, indígenas, refugiado, mulheres e LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

A denúncia contra o deputado se refere a um episódio ocorrido em abril de 2017. Durante discurso no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, ele teria usado expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo diretamente vários grupossociais. Segundo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a conduta do deputado foi "ilícita, inaceitável e severamente reprovável".

Na ocasião, durante palestra, Bolsonaro disse que "afrodescendentes" quilombolas "não fazem nada e nem para procriador (sic) eles servem mais" e que as reservas indígenas e quilombos atrapalham a economia do país.

Segundo a denúncia, Bolsonaro "tratou com total menoscabo os integrantes de comunidades quilombolas" e incitou "a discriminação entre seus ouvintes em relação aos estrangeiros". A peça diz que as manifestações do deputado, "de incitação a comportamento e sentimento xenobófico, reforçam atitudes de violência e discriminação que são vedadas pela Constituição e pela lei penal".

Dodge disse ainda que o deputado se referiu aos quilombolas "como se fossem animais", ao utilizar a palavra "arroba". "Esta manifestação, inaceitável, alinha-se ao regime da escravidão, em que negros eram tratados como mera mercadoria", concluiu.

"O denunciado era capaz à época dos fatos, tinha consciência da ilicitude e dele se exigia conduta diversa, sobretudo por se tratar de um Parlamentar. Estão devidamente caracterizadas nos autos, portanto, a autoria e a materialidade do crime". (Raquel Dodge, procuradora-geral da República, em denúncia contra Jair Bolsonaro).

A denúncia elenca várias frases proferidas pelo presidenciável durante o evento de 2017, entre elas:

"Eu tenho 5 filhos. Foram 4 homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher".

"Alguém já viu um japonês pedindo esmola por aí? Porque é uma raça que tem vergonha na cara. Não é igual essa raça que tá aí embaixo ou como uma minoria tá ruminando aqui do lado".

"Isso aqui é só reserva indígena, tá faltando quilombolas, que é outra brincadeira. Eu fui em um quilombola em El Dourado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais. Mais de um bilhão de reais por ano gastado com eles".

Danos morais e possibilidade de prisão

Na denúncia, a PGR pede que ele pague no mínimo R$ 400 mil por danos morais coletivos. Caso seja condenado pelo crime, o parlamentar poderá cumprir pena de um a três anos de prisão, segundo a PGR.

Procurado pela reportagem na noite desta sexta, Bolsonaro disse que não estava sabendo da denúncia e questionou: "mais uma? Para mim é novidade".

Ele disse ter respondido ao procedimento preliminar da PGR. "Depois da resposta, eles decidem se encaminham [denúncia] para o Supremo ou não", explicou, sendo informado de que a denúncia foi apresentada. "Então vamos responder", afirmou.

Em seguida, classificou o episódio como uma brincadeira. "Eu conheço o cara, rapaz. Eu falei ao cara, afrodescendente, eu brinquei com ele. Eu falei: 'pô cara, tu pesa aí oito arrobas', acho que eu falei. Foi uma brincadeira que eu fiz”, declarou.

"Vamos ver o que o Supremo diz, né? O Supremo pode arquivar também ou bota em votação e me coloca como réu. As duas coisas podem acontecer", acrescentou.

As informações são do Uol. Clique aqui e confira integra da matéria.

ABA promoverá III Formação para Comunicadores da Rádio Altaneira FM


Mais de vinte pessoas participaram da II Formação em 2015. (Foto: Arquivo/ Nicolau Neto).


A Associação Beneficente de Altaneira – ABA, entidade mantenedora da Rádio Comunitária Altaneira FM promoverá neste domingo, 15, a III Formação para jovens comunicadores e comunicadoras.

A formação envolverá apenas aqueles que desejam fazer parte da equipe e aqueles que iniciaram de forma recente suas atividades no único veículo radiofônico do município. Ao contrário da última formação há dois anos, esta não terá a certificação, mas visa de igual modo contribuir na capacitação dos formandos e das formandas.

O encontro se dará durante todo o dia 15, na sede da Rádio, e será ministrado por este professor, blogueiro e atualmente vice-presidente da ABA. Temas como os fatores que permitiram o surgimento do rádio e os grupos sociais a que eles estavam ligados; o que permitia ser transmitido ou não; os mecanismos de filtração das informações; os impactos que o rádio provocou na sociedade brasileira; a evolução deste veículo a partir do surgimento da TV; sua popularidade; os fundamentos da comunicação e, claro, um passeio pelo surgimento da emissora radiofônica em Altaneira.


'O mundo precisa saber que Lula é um preso politico', diz Guilherme Boulos em Lisboa


"A luta democrática não tem fronteiras", disse pré-candidato do Psol na capital portuguesa. (Foto: Reprodução).


Em discurso realizado em Lisboa, o pré-candidato pelo Psol à Presidência da República Guilherme Boulos afirmou que é preciso urgentemente construir uma campanha internacional para “quebrar o silêncio da mídia brasileira” sobre  a escalada de violência e graves retrocessos democráticos no Brasil. “O mundo precisa saber que Lula é um preso politico. Tamo junto, porque a luta democrática não tem fronteiras”, disse Boulos no debate O Futuro das Lutas Democráticas: Em defesa da democracia brasileira, organizado pela Fundação Saramago e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Segundo ele, o primeiro desafio a se enfrentar na crise é “construirmos uma ampla frente democrática brasileira e internacional pra resguardar a democracia”.

Um dos coordenadores do debate, o sociólogo Boaventura de Sousa Santos falou do desmantelamento da democracia brasileira. “Estamos a viver tempos que Antonio Gramsci caracterizou como tempos monstruosos. Quem podia imaginar que a vibrante democracia brasileira estaria a ser desmantelada da forma violenta como está. Que o presidente mais brilhante da história do Brasil, que deixou a Presidência com mais elevada taxa de aceitação, estivesse hoje preso em uma masmorra e ainda por cima ilegalmente?”

Ele lembrou o a violência “da lei e da rua” que vitimou a vereadora Marielle Franco, do Psol, assassinada no dia 14 de março no Rio de Janeiro. “Marielle presente!”, bradou Boaventura.

Em fala emocionante, a deputada Catarina Martins, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, afirmou: “O que está a acontecer no Brasil (é a escolha entre) justiça e democracia ou fascismo. Quem pensa que não tem a ver conosco, está muito enganado. A prisão de Lula é mais um passo neste golpe terrível, grotesco, e é por isso tão importante dizer: Lula livre!”.

Segundo Catarina, “quem ficar calado é cumplice do fascismo”. “Solidariedade, democracia, liberdades democráticas, é desta matéria que somos feitos”, concluiu.

O ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro Tarso Genro também reforçou o caráter do encarceramento do ex-presidente dizendo que ele “é um preso politico”. Sua prisão foi “engendrada para tirar da disputa eleitoral aquele que é o maior líder da história recente do Brasil”. Segundo Tarso, esse “é um costume da elite oligárquica, atrasada, reacionária do Brasil”. Ele citou os exemplos dos ex-presidentes Getúlio Vargas, João Goulart e Juscelino Kubitschek como vítimas dessa mesma oligarquia no passado.

Tiros e ódio

Boulos disse que o Brasil passa pela crise democrática mais grave desde o período da ditadura (1964-1985) no país. “Ela se expressa com uma escalada de violência política, com tiros, intolerância, ódio sendo destilado no lugar do debate político, que teve como principal expressão o assassinato brutal e covarde da Marielle.”

À plateia que lotou o Teatro Capitólio, na capital portuguesa, Boulos falou sobre a judicialização da politica que hoje toma conta do Brasil, com perseguições a Lula e lideranças de esquerda por parte de juízes e tribunais. “A maior expressão dessa judicialização é a prisão do ex-presidente Lula, que ocorre sem qualquer prova”, acrescentou.

Segundo o ativista, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o sistema se caracteriza pelo “antagonismo”, que encarcera Lula sem provas, mas ignora o presidente Michel Temer, “com provas, malas e gravações”, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), “que ameaçou até de morte um suposto delator” e continua no Senado. “Se (Sérgio) Moro quisesse fazer politica, que fosse ser candidato à presidência da República e encarasse um debate democrático com o povo brasileiro.”

Boulos contou ainda ao público sobre momentos que passou com Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. “O que Moro e os juízes que encenaram essa farsa queriam era destruí-lo psicológica e politicamente. E Lula, poucas horas antes de ser preso, mostrou que estava em plena forma.”

"A única coisa que reclamo é o Moro não esperar um dia a mais para eu ver o jogo do Corinthians", disse Lula, segundo Boulos. “O que ele queria era uma foto, indo pelo mundo afora, com Lula preso ao lado de policiais. Mas o que conseguiu foi uma foto do Lula carregado por milhares de pessoas saindo do Sindicato dos Metalúrgicos.”

Nesta quinta-feira, o egípcio Mohamed El-Baradei, Prêmio Nobel da Paz em 2005, em nome da Agência Internacional de Agência Atômica, aderiu à campanha para que Lula receba o Prêmio Nobel da Paz em 2018. A campanha foi iniciada pelo argentino Adolfo Perez Esquivel, Nobel da Paz em 1980. Até o início da noite de hoje, havia mais de 215 mil adesões. (Com informações da RBA).



12 de abril de 2018

A Reforma da Câmara de Altaneira e a instabilidade dos discursos dos vereadores


O projetista Francisco Aldo apresentando Planta da Reforma da Câmara de Altaneira.
(Foto: Reprodução/ Facebook da Câmara).


Não é de hoje que os discursos dos parlamentares de Altaneira estão de difícil entendimento. Para aqueles que não costumam acompanhar regularmente as sessões daquela casa legislativa, parece que tudo caminha na mais absoluta normalidade. A oposição está a exercer o papel que lhe cabe - fiscalizar, cobrar, denunciar – e, aqueles e aquelas edis que compõem a base de sustentação da gestão do prefeito Dariomar Rodrigues (PT) de igual modo também – fiscaliza menos, cobra menos e tece vários elogios.  

Mas não é bem assim que os fatos vêm se desenrolando. A Câmara está mais parecida com uma extensão do paço municipal do que propriamente com uma casa a executar o que lhe cabe regimentalmente. A exceção da moção do ex-presidente Lula aprovada por maioria na última sessão, quase todas as proposições em destaque no ambiente legislativo têm tido poucos debates e raríssimos posicionamentos conflitantes.

Quase tudo lá tem sido aprovado por unanimidade. O que é, no mínimo, incompreensível, ante ao que era testemunhado nos bastidores e nas próprias sessões de tempos não muito distantes. Vale destacar que poucas alterações no quadro foram verificadas na última eleição. O que mudou realmente foram os quantitativos. Se antes o lado oposicionista era maioria, agora não mais.

No entanto, a oposição fervorosa de antes agora está com um discurso mais desanimado e acolhedor. Nada de extravagância e de ir com muita sede ao pote. As vezes testemunha-se que até ficam com sede. A situação, por sua vez, faz o que lhe é cabível fazer.

Mas ultimamente nota-se que o que mais tem marcado os dois lados é a mudança corriqueira de opinião. Os lados estão volúveis demais. Ora são a favor de um tema, ora não. Em sessão se posiciona com muito vigor sobre um assunto, na outra aquela mesma matéria volta à pauta, mas não se percebe os argumentos de quem antes se posicionou – contra ou a favor. O silêncio impera. Muda-se de opinião como se muda de roupa. Essa tem sido a melodia que se escuta na câmara.

Prova disso é a reforma do prédio que segundo dados colhidos na sessão do último dia 04 do mês em curso, está orçada em R$ 120.000 (cento e vinte mil reais). Mesmo sem questionar de fato a necessidade da obra, o líder da oposição, o vereador Adeilton (PSD) criticou o alto valor. O preço da obra, não entanto, foi negado pelo presidente Antonio Leite (PDT).

Discutida na reunião ordinária do dia 04, o tema voltou a ter visibilidade manhã desta quarta-feira, 11, antes, portanto, da sessão. No ensejo, segundo informações postadas na conta da Câmara no Facebook, o projetista Francisco Aldo apresentou aos parlamentares a planta da reforma do prédio. Não foi informado o valor da obra, tão pouco quanto custará aos cofres públicos. Entretanto, nada foi discutido acerca da temática durante a sessão.

A ambiguidade política de Ciro Gomes. Por Luis Felipe Miguel


Ciro no Fórum da Liberdade, onde foi acusado de dar uma "pescotapa" em um membro do MBL, o youtuber Mamãefalei. (Foto: Reprodução/ DCM).


Ciro Gomes tem, sim, algum prestígio eleitoral. Tem uma retórica explosiva que projeta a imagem de “cabra corajoso” e ganha adeptos.

Mas o que quer Ciro Gomes? Sua ambiguidade em relação à perseguição contra o presidente Lula o coloca objetivamente do lado de lá da linha divisória que separa quem defende a democracia e quem compactua com o arbítrio no Brasil.

Ciro é um político experiente e atilado. Sabia perfeitamente o que estava fazendo quando deixou de prestar solidariedade pública a Lula em São Bernardo. “Ah, mas ele estava em Harvard com Anitta”. Pois é. Ele sabia perfeitamente o que estava fazendo.

Depois ele dá declarações chochas contra a seletividade da Lava Jato e as manobras do STF, mas faz questão de defender a prisão antes do trânsito em julgado e de declarar que não acredita que Lula seja um prisioneiro político. Fica claro que ele não quer fechar as portas para o eleitorado antipetista. Cálculo eleitoral esperto? Talvez. Mas tentar acessar este eleitorado sem enfrentar seus preconceitos é dar curso livre à criminalização da esquerda, que é o ponto de chegada do antipetismo.

Ciro não pôde ir a São Bernardo, mas foi a Porto Alegre. Esteve ontem no Fórum da Liberdade, que é o evento central do esforço de propaganda do ultraliberalismo (em sua versão neofeudal, “libertariana”) no Brasil. A edição deste ano, além de uma sessão especial contra o governo da Bolívia, conta com estrelas do quilate de Leandro Narloch, Rodrigo Constantino, Lya Luft (esqueçam a escritora sentimentaloide, ela é há décadas uma feroz defensora do latifúndio) e ninguém menos que Sérgio Moro. Ciro participou de uma mesa com os candidatos presidenciais da direita – João Amoedo (Novo), Henrique Meirelles (PMDB?), Flávio Rocha (MBL), Marina Silva e Geraldo Alckmin. Jair Bolsonaro, convidado, não foi. O que um candidato que quer ocupar o campo da esquerda foi fazer num evento desses, legitimando-o?

Acho muito improvável que Ciro se disponha a uma conversa séria com a esquerda. Para mim, sua estratégia é apostar nessa ambiguidade e com ela chegar no segundo turno contra alguém como Alckmin ou Bolsonaro, quando o apoio da esquerda virá de graça. Vai dar certo? Não sei. Os planos infalíveis de Ciro Gomes costumam ter o mesmo destino daqueles do Cebolinha.

Torço para que não dê certo porque, francamente, é cilada, Bino. (Com informações do DCM).

'Não vamos descansar um só momento até que Lula esteja solto', diz presidenciável Guilherme Boulos


Guilherme Boulos disse ser preciso colocar limites, pois os fascistas não farão isso por conta própria.  (Foto: Mídia Ninja).

Na véspera de ir a Curitiba e depois a Portugal, denunciar no exterior as ilegalidades da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos voltou a defender a liberdade do petista e destacar as arbitrariedades de sua detenção.

Não podemos ter receio de dizer que Lula é um preso político”, afirmou, durante ato em homenagem a Nadir Kfouri e Marielle Franco, realizado nesta terça-feira (10), em São Paulo. Para ele, é evidente o objetivo político de excluir o ex-presidente do pleito eleitoral de outubro.

Nesta quinta-feira, o pré-candidato do Psol à presidência estará em Lisboa, ao lado do ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e da deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), também pré-candidata à presidência. A Fundação José Saramago (FJS) e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES) promovem, no Teatro Capitólio, um encontro para debater o futuro das lutas democráticas e em defesa da democracia brasileira.

Além dos convidados brasileiros, participarão do encontro Cristina Narbona (PSOE-Espanha), Pablo Iglesias (Podemos/Espanha), Catarina Martins (Bloco de Esquerda/Portugal) e Ana Catarina Mendes (PS/Portugal). A coordenação do debate ficará a cargo de Boaventura de Sousa Santos (CES) e Pilar Del Rio (FJS). O encontro será aberto ao público.

Sem limites

Quem serão os próximos? Se não botarmos limites, eles não se limitam por si próprios”, alertou Boulos. As divergências entre os partidos políticos do campo progressista, segundo ele, são uma “virtude e não problema”. Porém, afirmou que a gravidade do momento não pode impedir as forças de esquerda de estarem lado a lado para barrar a escalada fascista em curso no Brasil. “Temos que ter grandeza de apresentar um projeto de futuro, junto com o desafio de enfrentar os retrocessos.”

Enfático, Boulos disse que o momento não pode ser de acomodação. “Não vamos descansar um só momento sem honrar a consciência democrática de Nadir Kfouri. Não vamos descansar um só momento sem cobrar a justiça por Marielle. E não vamos descansar um só momento até que Lula esteja solto.”

O ato realizado no Tucarena, anfiteatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), teve como objetivo entregar o título de cidadã paulistana pós mortem para Nadir Kfouri, ex-reitora da universidade reconhecida por sua luta contra a ditadura. Planejado em 2017 pelo mandato da vereadora-suplente Isa Penna, e do vereador Toninho Vespoli, ambos do Psol, a homenagem a Nadir Kfouri transformou-se também num ato em memória da vereadora carioca Marielle Franco, assassinada no último dia 14 de março.

Boulos disse imaginar se a geração da ex-reitora da PUC, que lutou contra a ditadura civil-militar e pela redemocratização, um dia pensou se 30 anos depois ainda haveria assassinato e prisão política no Brasil. “É como se fosse um passado que não passou. O passado precisa de memória e justiça, porque sem isso, os fantasmas sempre voltam.” Para o líder do MTST, é justamente a falta de memória e de justiça no país a licença que permite a Jair Bolsonaro (PSL-RJ) frequentemente elogiar torturadores como Carlos Alberto Brilhante Ulstra.

Olhando para Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco, Boulos disse que não permitirá “a segunda morte” da vereadora carioca, se referindo às detrações e notícias falsas que tentam manchar e diminuir sua imagem. “As ideias de Marielle são à prova de bala. Vamos ter que estar à altura dessa responsabilidade histórica.” (Com informações da RBA).