 |
(Foto: Reprodução/Aventutas na História). |
Comer
com as mãos, arrotar, defecar ou urinar publicamente são hábitos banidos de
nosso convívio. Porém, as práticas em torno das necessidades fisiológicas,
assim como o uso da água e da indumentária, percorreram uma longa estrada antes
de serem adestradas. E a educação do corpo teve que se dobrar às fórmulas de
contenção, contrariando o desejo e os apelos da “natureza”. “Lavado”?
Significava “limpo com água ou outro licor”! A palavra “higiene”, por exemplo,
não constava nos dicionários do século 19, momento em que muitos viajantes
estrangeiros passaram por aqui. Nem por isso o tema lhes passou despercebido.
Casas? Essas eram “repugnantemente sujas”, segundo a inglesa Maria Graham.
Ainda piores eram as cozinhas, fossem de pobres ou de ricos: “Um compartimento
imundo, com chão lamacento, desnivelado, cheio de poças d’água, onde em lugares
diversos armam fogões, formados por três pedras redondas onde pousam as panelas
de barro em que cozinham as carnes”, horrorizou-se John Mawe.