![]() |
Sisu vai ser de 28 de fevereiro a 3 de março / Foto: MEC. |
![]() |
Sisu vai ser de 28 de fevereiro a 3 de março / Foto: MEC. |
![]() |
(Alexandre Lucas |Foto | Reprodução) |
Por Alexandre Lucas, Colunista
Pedalava nos pensamentos procurando encontrar um travesseiro. Era um desses dias, em que se olha para o horizonte e parece que ele tem cebolas: os olhos se enchem de lágrimas como se fossem adubar a esperança. Ainda é cedo, é preciso esperar a noite, pedalar mais um pouco, o corpo sua, talvez transpire poesia.
A mala foi desarrumada na tentativa de arrumar a vida. Ainda é cedo, é preciso esperar a noite. Na mala encontrei algumas fotos, tinha sorrisos, mas estava triste. A pulseira de couro estava ali, foi de um período em que sonhava conhecer o Brasil vendendo artesanato ao lado da pessoa amada: adolescente não tem chão. Encontrei as roupas que não uso há anos, presentes para serem esquecidos, mas não temos amnésia para as histórias dolorosas da vida.
O horizonte parece que tem cebola mesmo. Brinco com os dedos aumentando os cachos, talvez seja para rebobinar imagens que nunca existiram e fabricar sonhos. Parece uma calmaria em procissão, mas lembro que no tumulto não se tem procissão. Ainda é cedo, é preciso esperar a noite.
Confiança é algo difícil, após vários bombardeios, talvez seja preciso fechar a janela e colocar a roseira como um despertador. É possível sentir o perfume da rosa e transgredir momentos. Ainda é cedo, é preciso esperar a noite.
A noite vem com timidez e as dúvidas do dia seguinte. Chegou a hora de sentar à mesa, pedir alguns cafés, observar o baralho de palavras, os ventos que passam e os pássaros que insistem em cantar para lua. Perceber a noite vestida de mistério, afrouxar a leveza. Desenhar na palma da mão, isso mesmo, na palma da alma, para que o simples tenha a grandeza da magia. É possível fazer algo diferente.
![]() |
Thiago, Cícera, Nicolau e Verônica (da esq. para a dir e de cima para baixo). (FOTO/ Montagem/ Blog Negro Nicolau/ Reprodução/Redes Sociais). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
A
Rádio Livre Universitária é um projeto cultural que tem como principal
instrumento a comunicação. É uma grande movimentação cultural desenvolvida
dentro da Universidade Regional do Cariri (URCA), campus pimenta, em Crato e
foi idealizada pelo professor do departamento de Ciências Sociais, o Dr. Carlos
Alberto Tolovi.
Nesta
sexta-feira, 25, o programa falou sobre a importância do Dia Nacional da
Consciência Negra, celebrado anualmente em 20 de novembro. Segundo os/as
apresentadores, universitários da própria URCA, o tema é de extrema relevância,
visto que a superação do racismo estrutural é um dever nosso e no mês da
consciência negra é necessário fazer esse tema gerar debate e reflexão em todos os espaços,
especialmente nos acadêmicos.
Eles/as
destacaram que “o programa era especial,
pois os/as convidados são pessoas totalmente inseridas contra o preconceito, a
discriminação e principalmente contra o racismo estrutural de nossa sociedade.
São sujeitos que estão falando a partir
do chão de suas lutas, dos seus engajamentos”. Participaram do programa
os/as professoras Cícera Nunes, Thiago Florêncio, Nicolau Neto e Verônica
Isidório. Os primeiros são professores da URCA e os últimos da rede estadual de
ensino do Ceará.
Os
programa da Rádio Livre são semanais e estão disponíveis na plataforma Spotify,
podendo ser compartilhados nas redes sociais. Segundo Tolovi, os programas
temáticos estão sendo veiculados nas rádios comunitárias.
Clique aqui e confira a programa deste dia 25 de novembro.
![]() |
Prefeitura do Rio reinaugura estátua de João Cândido em destaque na Praça Marechal Âncora - Reprodução/Imagem retirada do site O Globo. |
A estátua de João Cândido, que entrou para a História como o “Almirante Negro”, liderança na Revolta da Chibata, foi reposicionada nesta terça-feira na Praça Marechal Âncora, no Centro do Rio, de frente para o mar. A peça, que ficava escondida atrás da estação do VLT no final na Praça Quinze, foi restaurada pela Secretaria Municipal de Conservação para ganhar mais visibilidade e passou a ocupar um espaço 300 metros adiante de onde estava.
O secretário de Governo e Integridade Pública, Tony Chalita, afirmou que as adaptações foram feitas para dar um local de protagonismo ao monumento, que merece esse espaço.
– É um compromisso dar Prefeitura do Rio fazer esta reparação, ouvir a sociedade civil e dar visibilidade a personagens tão importantes na história da cidade e do país. Fizemos as adaptações do espaço para dar um local de protagonismo para esse herói nacional que foi João Cândido – disse.
Nascido em 1880, João Cândido Felisberto era filho de escravizados que vieram para o Brasil. Quando jovem, aos 14 anos, entrou para a Marinha. O apelido de Almirante Negro veio após ter liderado o primeiro levante da Revolta da Chibata em uma das embarcações militares atracadas na Baía de Guanabara, a Minas Gerais.
A Revolta da Chibata aconteceu em novembro de 1910 e foi uma rebelião contra os maus-tratos sofridos pelos marinheiros brasileiros. O movimento queria o fim dos castigos físicos aplicados por comandantes, em sua maioria, brancos, a marujos considerados indisciplinados. As posições mais baixas da corporação eram ocupadas por negros e pobres, aqueles que sofriam os castigos.
Os manifestantes afirmavam que caso as punições físicas não chegassem ao fim, a cidade do Rio de Janeiro seria bombardeada. O governo brasileiro aceitou as condições dos marinheiros, mas após o fim da revolta começou a perseguir aqueles que manifestaram contra as medidas autoritárias dos comandantes.
Um dos perseguidos foi João Cândido, que foi expulso das Forças Armadas, preso e chegou a ficar internado em um hospício. O Almirante terminou seus dias como pescador e morreu em 1969.
A homenagem emocionou o filho do Almirante Negro, Adalberto Cândido, mais conhecido como Seu Candinho, que tem 84 anos e lembrou dos tempos difíceis passados por seu pai.
–A estátua ficou escondida depois que foi construído o terminal do VLT na Praça Quinze e já estava até sem a placa de identificação. Agora, está num espaço mais bem localizado. O meu pai foi muito perseguido pela Marinha e agora esse reconhecimento deixa a todos nós, da família, muito orgulhosos – comentou Cândido.
A imagem já passou por outros lugares antes de ficar sem protagonismo na atrás da estação do VLT da Praça Quinze. Até 2008, esteve no Museu da República, no Catete, também sem o destaque que merece.
Realizada pela Gerência de Monumentos e Chafarizes, da Secretaria de Conservação, a revitalização aconteceu em duas etapas. Depois de transferido para a Praça Marechal Âncora, o pedestal ganhou revestimento em granito e uma placa informativa. Além disso, a figura em bronze de tamanho natural, assinada pelo artista Valter Brito, passou por limpeza e aplicação de resina protetiva.
A iniciativa faz parte do projeto de revitalização dos monumentos da Praça Quinze, feito pela Prefeitura para celebrar o Bicentenário da Independência. Foram restauradas também as estátuas de D. João VI e General Osório, o chafariz do Mestre Valentim e o Marco à Fotografia, que estavam no local.
___________
Por Leonardo Nogueira, no O Globo e reproduzido no Geledés.
![]() |
Idilvan Alencar (PDT | Ceará). Foto | Reprodução). |
Começa hoje (24) e vai até o dia 26 deste mês, o Encontro de Lideranças, realizado pela Escola de Governo Blavatnik, da Universidade de Oxford, em parceria com a Fundação Lemann, que reunirá líderes políticos, governamentais, terceiro setor e representantes da sociedade civil do Brasil e do mundo para discutir os novos desafios globais e experiências de gestão pública. O evento será sediado na Universidade de Oxford, na Inglaterra.
O deputado federal Idilvan Alencar é um dos parlamentares brasileiros convidados para o encontro. A governadora Izolda Cela, o governador eleito Elmano de Freitas e senador eleito Camilo Santana também são presenças confirmadas.
“Temos demandas urgentes na educação e em diversas áreas da sociedade brasileira. Discutir gestão pública a partir de uma visão global nos ajuda a construir estratégias e políticas mais eficientes”, declara Idilvan.
Participam ainda do evento o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, governadores de outros nove estados (PI, RJ, RS, SE, MA, PA, AL, PE, MG), o prefeito de Recife, João Campos, dentre outras lideranças políticas.
___________
Texto de Aglecio Dias, assessor de Idilvan Alencar e enviado a redação do Blog.
![]() |
Alexandre Lucas. (FOTO |Reprodução) |
![]() |
A jornalista Ana Cristina Rosa - Keiny Andrade/Folhapress. |
Sempre
me surpreendo quando uma pessoa negra afirma que nunca sofreu preconceito ou
discriminação racial no Brasil. Não foi diferente quando soube do relato de uma
mulher preta —a primeira a ocupar um alto posto numa instituição hierarquizada
e historicamente comandada por homens brancos— que disse nunca ter enfrentado
barreiras de raça ou de gênero para chegar aonde está.
Gostaria
de poder acreditar. Mas, por mais que me esforce para respeitar a perspectiva
do outro, esse me parece um feito impossível.
Especialmente
diante das fartas e escandalosas evidências de racismo estrutural,
institucional e sistêmico cada vez mais corriqueiras no nosso cotidiano.
Salvo
algum caso absolutamente excepcional de “vida isolada e protegida” (que
desconheço), não há homem ou mulher preto ou pardo que chegue à vida adulta
incólume aos efeitos nocivos e degradantes do racismo no Brasil.
Por
isso é preciso reconhecer e prezar o simbolismo e a força embutidos na presença
de todo e cada negro que ascende social e culturalmente. Tratam-se de
referências, exemplos de pertencimento, provas vivas de que temos o direito e a
capacidade de ser e estar onde quisermos. Sobretudo numa sociedade machista e
que se organizou a partir de uma lógica baseada num conceito de hierarquia racial
que deprecia o que está distante do eurocentrismo e nega oportunidades
diariamente à maioria da população, que é preta e parda.
Na
obra “Tornar-se Negro”, a psiquiatra e psicanalista Neusa Santos
Souza aponta o quanto é emocionalmente doloroso ser negro em uma sociedade de
hegemonia branca. A ponto de alguns introjetarem o “padrão branco” como único caminho de mobilidade, adotando
estratégias para ascensão cujo preço é a negação e o apagamento da própria
identidade.
Neste
novembro de 2022, mês da consciência negra, convido todos à reflexão sobre o
que é ser negro no Brasil contemporâneo. Reconhecer-se negro é libertador.
___________
Por Ana Cristina Rosa, na Folha de São Paulo e reproduzido no Geledés.
![]() |
(FOTO | Reprodução). |
Por Nicolau Neto, editor
Circulou
na edição do dia 17/11 de 2021, do Diário Oficial dos Municípios do Ceará, e
sancionada pelo prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues (PT), a Lei nº 819
que institui feriado em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.
O
texto foi apresentado pelo vereador e presidente da Câmara, Deza Soares (PT) e
é fruto do Plano Municipal de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade
apresentado pelo professor e fundador deste Blog, Nicolau Neto, junto aos
poderes executivo e legislativo no mês de maio do mesmo ano.
Pela
legislação que entrou em vigor naquele ano, em um sábado, a data deve ser
usada “principalmente pelos setores
públicos do município para a realização de atividades de reflexão e
conscientização, inclusive, eventos culturais e outros, relacionados ao
fortalecimento e consolidação da edificação de uma sociedade mais justa e
racialmente equitativa.”
O
texto representa um marco histórico na legislação municipal e corrobora para
contribuir na reflexão e tomada de atitudes que reconheçam e valorizem a
população negra que representa mais de 56% do Brasil como contribuidoras para a
formação do país, mas principalmente como produtoras de conhecimentos, de
saberes em todas as áreas e que isso seja discutido nas escolas.
A
legislação que entra em vigor é mais que oportuna também porque fará com as
pessoas comecem a se perguntar o porquê do feriado.
Altaneira se torna o primeiro município do Ceará a ter uma legislação nesse sentido, além de ser ainda o primeiro a contar com um Plano Municipal de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade.