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MEC divulga prazos para inscrições no Sisu, Prouni e Fies em 2023

 

Sisu vai ser de 28 de fevereiro a 3 de março / Foto: MEC.

O Ministério da Educação (MEC) tornou público os calendários para as inscrições nos primeiros processos seletivos de 2023 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). 

A pasta também informou que os três editais, que detalharão o cronograma completo e as regras de cada um, serão publicados em janeiro.

Já o resultado da edição deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que interfere nos processos seletivos, será divulgado em fevereiro. Os estudantes poderão ter acesso às suas notas pela internet.

As inscrições para o Sisu, dedicado a selecionar estudantes para universidades e instituições públicas de ensino superior em todo o país, serão realizadas entre 28 de fevereiro e 3 de março. A classificação se dá com base no desempenho do Enem de 2022. O resultado final será divulgado em 7 de março.

No caso do Prouni, por meio do qual são ofertadas bolsas de estudo para alunos de baixa renda estudarem em universidades particulares, as inscrições se iniciam em 7 de março e se encerram em 10 de março. São válidas para o processo seletivo as notas do Enem de 2022 e de 2021. O resultado da primeira chamada será divulgado em 14 de março e da segunda chamada no dia 28 de março.

Já o Fies estará com inscrições abertas entre 14 e 17 de março. Trata-se de um fundo voltado para o financiamento integral ou parcial das mensalidades do curso de escolha do beneficiado. Dessa forma, o aluno pode arcar com custos de forma reduzida ou apenas após completar sua formação. Podem participar do processo seletivo os estudantes que realizaram alguma edição do Enem realizada desde 2010. O resultado da chamada única será conhecido em 21 de março.

Todos os processos de inscrição ocorrem exclusivamente pela internet. Ainda não há informações relacionadas ao quantitativo de vagas de cada processo seletivo. O MEC informou que elas serão divulgadas em datas próximas à abertura das inscrições.
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Com informações da Agência Brasil e Notícia Preta.

"Incêndios da alma – a beata Maria de Araújo e o milagre de Juazeiro”, da escritora caririense Edianne Nobre é abordado no Enem

 

Edianne Nobre.  (FOTO | Reprodução).


O milagre da hóstia convertida em sangue na boca de uma beata foi tema de uma pergunta da prova de ciências humanas, aplicada no primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022, neste domingo (13).

Na questão, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) associa a crença na conversão da hóstia em sangue — suposto milagre não reconhecido formalmente pela Igreja Católica — ao catolicismo popular.

O texto da questão na prova do Enem é do livro “Incêndios da alma – a beata Maria de Araújo e o milagre de Juazeiro” fruto da tese da escritora juazeirense Edianne Nobre. @dianobre_

Dia Nobre, como é conhecida, é escritora e Ph.D em História. Natural do Cariri cearense, atualmente trabalha em Petrolina, Pernambuco, como professora universitária desenvolvendo projetos ligados à literatura, história, e feminismo.

Publicou dois livros de não-ficção, O teatro de Deus (Ed.UFC, 2011) e Incêndios da Alma, (Multifoco, 2016), tendo recebido três prêmios por este último, incluindo o Prêmio Capes de Teses (2015).

Seu primeiro livro de poemas, Todos os meus humores, foi publicado em junho de 2020 pela Editora Penalux. Participa ainda das Antologias Coletânea VISÍVEIS – I Anuário Filipa Edições e Antes que eu me esqueça – 50 autoras lésbicas e bissexuais hoje (Quintal Edições, 2021).

Em maio de 2021 lançou o livro de ficção No útero não existe gravidade que foi finalista do 3° Prêmio Mix Literário 2021.

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Com informações do No Cariri Tem.


Enem tem o menor número de inscritos em 17 anos

 

Estudantes e professores/as da EEMTI Santa Tereza, em Altaneira. (FOTO | Reprodução | Facebook).

A primeira etapa de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 aplicada neste domingo (13) teve questões marcadas por temas sociais, como o Estado Democrático de Direito, em especial, o reconhecimento do resultado das eleições, a participação das mulheres no universo do skate, a valorização da cultura nordestina e uma redação como o tema: “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil.”

Nas redes, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) comemorou sobre o tema da redação e se manifestou sobre a importância dos estudantes refletirem sobre o assunto. “Neste momento, milhões de estudantes estão pensando e escrevendo sobre os povos originários do Brasil”.

A luta do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), o maior movimento social urbano do Brasil, também foi lembrado sobre a legalidade de suas ações que estão garantidas pelo preceito constitucional. “Urgente: MTST ocupa o Enem”, escreveu.

A prova é realizada em dois dias de aplicação. São quatro provas objetivas, com 180 questões, sendo 45 de cada área do conhecimento. O segundo dia de provas ocorrerá no próximo domingo (20), com aplicação das provas de ciências da natureza e suas tecnologias, e matemática e suas tecnologias.

Declínio no número de candidatos

Milhões de brasileiros participaram do primeiro dia de provas, porém o número de inscritos no exame vem caindo nos últimos anos – e a proporção de candidatos negros, também. Embora ainda sejam maioria, os candidatos que se autodeclaram pretos ou pardos formam 54,8% dos total de quase 3,4 milhões de inscritos. Em 2019, esse percentual era de 59,1%.

Neste ano, o número de inscritos para o Enem foi o menor desde 2005, quando o exame ainda não era um “vestibular nacional”. Entre os fatores apontados por especialistas a diminuição do número de inscritos esta a pandemia e a má gestão na Educação durante o governo de Jair Bolsonaro. O número de candidatos ao Exame caiu ano após ano no governo Bolsonaro, passando de 5,09 milhões em 2019 até o patamar atual de 3,4 milhões.

O Enem se tornou o principal passaporte para a entrada do ensino superior no Brasil. Para a professora e pesquisadora de Educação das Relações Étnicos-Raciais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Rosely Tavares, a participação de negros sendo a maioria dos inscritos provoca uma transformação das universidades, principalmente as públicas, e fortalece o combate ao racismo e discriminação.

A universidade, além de um lugar de estudo e desenvolvimento de pesquisa, é um espaço também de ascensão social porque sabemos que representa uma melhor colocação mercado de trabalho, mas, acima de tudo, de ter essa população negra no Ensino Superior implica também tensionar esse lugar, sobretudo as universidade públicas, que historicamente são espaços ainda conservadores, de pessoas brancas, e tensionar as leituras os próprios autores, as pesquisas”, analisa ela em entrevista ao Alma Preta Jornalismo.

Lei de Cotas Raciais

Umas das ações de políticas afirmativas no enfrentamento ao racismo implantadas pelo governo no Brasil que tem contribuído para este aumento de inscritos negros no Enem é a Lei de Cotas Raciais. Desde 2012, a legislação instituiu que 50% das vagas ofertadas pelas universidades públicas devem ser destinadas a estudantes pretos e pardos oriundos do Ensino Público.

A Lei Federal de Cotas completou dez anos em 2022 e o governo Bolsonaro encerra o mandato sem reavaliar o programa pelo Governo Federal.

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Com informações do Alma Preta, Metrópole e Mídia Ninja.

Enem: cinco temas de Redação que podem cair na prova

Caderno de provas do Enem 2021 — Foto: Ana Carolina Moreno/G1).

Para fazer uma boa redação do Enem, é preciso conhecer bem o modelo de correção do exame. A banca confere cinco competências diferentes, que precisam ser contempladas pelo estudante em seu texto.

O GLOBO convidou cinco professores, especialistas na prova, para criarem textos com temas possíveis para a prova deste ano.

Tema: Parcerias entre indústrias e universidades

Em 2015, a fim de garantir um futuro mais justo para o mundo, a comunidade internacional comprometeu-se com um pacto de 17 metas que deverão ser cumpridas até 2030. Nelas, os 157 países signatários definiram objetivos para a industrialização inclusiva e estabeleceram, como uma das principais ações, tornar sustentável o setor secundário. Entretanto, no Brasil, é possível apontar uma série de obstáculos à construção de infraestruturas industriais resilientes e, consequentemente, ao cumprimento integral do acordo. Torna-se fundamental, dessa forma, destacar que um dos principais entraves está na relação da indústria com a universidade.

Nessa perspectiva, os polos de pesquisa são essenciais para o desenvolvimento de possibilidades sustentáveis. A USP e a Universidade Presbiteriana Mackenzie são exemplos que têm apontado soluções para questões como a da promoção da eficiência energética ou da responsabilidade com o entorno, preocupações concatenadas a outros tratados, como o Acordo de Paris. Posto isso, à medida que há um plano de adoção de tecnologias socioambientais, faz-se necessário o setor ampliar o investimento na produção científica.

Ademais, quando a indústria absorve as inovações sustentáveis produzidas pelas universidades, por conseguinte, ocorre um impacto positivo na sua rentabilidade. Aliás, empresas que têm se preocupado com o nível de biodegradabilidade do produto fabricado e com processos industriais limpos agregaram um valor social maior à marca e estabeleceram diferenciais na venda. Dessa forma, falta à própria indústria nacional compreender que investir em ciência não contribui somente para atingir as metas de sustentabilidade impostas pelas agências externas e órgãos de controle e avaliação, mas também para a sua competitividade no mercado internacional.

Em síntese, a alocação de recursos em ciência e educação deve ser entendida como uma implementação do acordo global. Para alcançá-la, cabe ao setor secundário, em parceria com o Ministério da Educação, apoiar redes e laboratórios universitários que desenvolvem pesquisas relacionadas à industrialização inclusiva e sustentável, por meio de financiamentos de projetos, bolsas de estudo e patrocínios em eventos acadêmicos. Essas ações poderão colaborar na formação de jovens estudantes, criar situações de troca de conhecimentos entre indústria e universidade para formar uma visão crítica e responsável a respeito da problemática. Assim, a universidade poderá ser a mais importante parceira na melhoria das capacidades tecnológicas, sociais e ambientais de setores industriais brasileiros.

Por Luis Octavio Alves, professor de Produção de Textos e Storytelling do Colégio Presbiteriano Mackenzie São Paulo, em parceria com Cassia Dutra, professora de Produção de Textos e Análise Linguística do Colégio Presbiteriano Mackenzie São Paulo.

Comentário dos professores: Colocamos no texto os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODSs), plano de ação assinado pelos países da ONU. Na maioria dos temas do Enem, esses objetivos podem ser usados, o que conta como repertório. No ano passado, o tema da invisibilidade era um objetivo detalhado por um ODS. Isso já aconteceu em anos anteriores. Outro ponto importante: é preciso estar atento aos conectivos, que não precisam ser arcaicos, mas bem usados.

Tema: Insegurança alimentar

No curta-metragem brasileiro “Ilha das Flores”, premiado com Urso de Prata no Festival de Berlim, observa-se, de forma bem pragmática, o drama da insegurança alimentar vivido por milhões pessoas no país. Entretanto, a gravidade da situação não tem servido de estímulo a mudanças significativas e céleres em relação a esse triste cenário. Tal fato ocorre em vista da falta de políticas públicas em alimentação e da desigualdade social no país.

Sob esse viés, é fundamental a percepção de que, no Brasil, em função de a produção do agronegócio ainda estar muito voltada às commodities – mercadorias destinadas prioritariamente aos grandes mercados consumidores para a fabricação de outros bens diversos –, a população fica bastante prejudicada em termos do acesso aos alimentos e tal situação promove impactos significativos, no que diz respeito ao agravamento do quadro da insegurança alimentar brasileira. Nesse sentido, o documentário “10 bilhões – O que tem para comer?”, lançado em 2015, identifica-se um desafio real e atual, o qual envolve a cadeia do agronegócio, traduzido pela dúvida acerca de como alimentar a população mundial em 2050. A essa discussão, associa-se também a incerteza da existência de alimentos para países como o Brasil. Dessa forma, é notória a necessidade do combate à fome no país.

Ademais, é crucial ressaltar que a insegurança alimentar tem como uma das causas a desigualdade no Brasil. Nesse contexto, na obra “Amar Elo”, protagonizada pelo rapper Emicida, sinaliza-se um país repleto de disparidades sociais, principalmente, em relação aos negros que, historicamente, foram excluídos e, em consequência, não tiveram acesso a diversos espaços na sociedade. Tal cenário gera um efeito dominó, uma vez que a injustiça social provoca o afastamento de oportunidades que poderiam garantir melhores condições de vida às pessoas e não a vulnerabilidade social vigente, que se traduz, hoje, em insegurança alimentar invariavelmente. Assim, percebe-se que a fome passa a antagonista dentro de uma narrativa construída ao longo da história, cujo desfecho dramático é bastante conhecido pelo povo brasileiro.

É evidente, portanto, que a insegurança alimentar é uma realidade lamentável no país. Para combatê-la, é mister que o Ministério da Agricultura, órgão responsável pela gestão de políticas públicas de estímulo à agropecuária, integre desenvolvimento sustentável e abastecimento de mercado, por meio de controle econômico e de reestruturação de investimentos, a fim de extinguir a fome. Além disso, é vital que o Estado subsidie pequenos produtores, principalmente, das áreas rurais, com o fito de fortalecer o setor produtivo nacional. Somado a isso, vale lembrar que a manutenção de programas como o Bolsa-família é essencial, em caráter assistencialista, com o objetivo de se reduzir, consideravelmente, a situação de miséria em que vivem muitos indivíduos. Dessa maneira, a abominável realidade retratada no documentário “Ilha das Flores” não mais chocará a sociedade, visto que passará à ficção.

Por Tatiana Nunes Camara, professora de língua portuguesa e produção textual do colégio Mopi

Comentário da professora: É fundamental que o candidato atente à frase-tema contida na proposta de redação e observe as palavras-chave nela contidas. Na sequência, é importante que ele retome tais termos na elaboração da sua tese. Além disso, o estudante deve observar a qualidade de seus repertórios e se eles dialogam, de forma produtiva, com os argumentos apresentados já na introdução do seu texto. Outro aspecto importante é a análise crítica que o candidato precisa realizar, com o intuito de costurar com coerência o argumento ao repertório, o que trará unicidade ao texto. Por fim, destaco a atenção especial à proposta de intervenção na conclusão da redação, no que tange ao cumprimento dos 5 elementos que a compõem: agente, ação interventiva, meio/modo, finalidade e detalhamento.

Tema: Endividamento

A série “Round 6” narra a história de pessoas que, desesperadas por dinheiro e altamente endividadas, submetem-se a um jogo mortal em busca de um prêmio milionário. Mesmo ficcional, a obra evidencia uma triste realidade presente na contemporaneidade brasileira: o endividamento. Nesse sentido, compreender os fatores que potencializam esse preocupante cenário de crescente descontrole financeiro torna-se urgente.

Diante disso, cabe analisar o consumismo presente no país. Inegavelmente, essa marca dialoga com o fato de sermos um povo altamente ligado às mídias e influenciado por elas. Decerto, quando o assunto em questão é o consumo, o que se observa é um imaginário popular levado a crer na íntima ligação entre o comprar e a felicidade. Essa construção se deve à máxima capitalista do lucro e ao favorecimento do sistema a partir desse estímulo ao gasto desnecessário. A consequência direta é um cenário de propagandas persuasivas e capazes de criar necessidades de consumo; a indireta, uma população endividada, que parcela no cartão suas frustrações e seus anseios.

Além disso, é fundamental destacar o aumento do desemprego e seu impacto na renda do trabalhador brasileiro. Inegavelmente, desde 2015, uma crise financeira, capaz de limitar o acesso a oportunidades no mercado de trabalho e de ampliar as disparidades socioeconômicas, já era observada. Acontece que a chegada da pandemia e a negligência governamental em torno de seu enfrentamento intensificaram o problema e potencializaram o cenário de reduzida empregabilidade. Como consequência, acessar direitos mais básicos, alimentação, por exemplo, tornou-se um privilégio, o que levou parcela significativa da população a parcelamentos e a dívidas no cartão de crédito. Prova disso é que, segundo a Confederação Nacional do Comércio, o endividamento mínimo das famílias brasileiras chegou a 76,6% em fevereiro de 2022.

Evidencia-se, portanto, uma realidade de crescente endividamento nos lares brasileiros. Para reverter esse cenário, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as secretarias e a grande mídia, o fomento da educação financeira nas escolas, nas redes sociais e na televisão aberta por meio da criação de cursos populares com economistas e matemáticos. Tais cursos contarão com práticas didáticas que simulem a realidade, entendendo as diferenças existentes nas diversas classes sociais, bem como com “lives” e diversas propagandas educativas nos intervalos do horário nobre, a fim de iniciar um processo de organização monetária que contemple a sociedade como um todo. Além disso, compete ao Congresso Nacional a ampliação de projetos de transferência de renda à população mais marginalizada. Desse modo, a partir de importantes ações, será possível construir uma realidade brasileira sem a necessidade de jogos mortais para lidar com o endividamento.

Por Roberta Panza, professora de Redação do Colégio pH

 

Comentário da professora: O texto apresenta dois bons repertórios socioculturais: um dado estatístico e uma série televisiva, esta já no início do texto; traz uma escrita dentro dos preceitos gramaticais, sem desvios e com complexa construção sintática; faz uso de um repertório diversificado de recursos coesivos e apresenta 3 operadores argumentativos entre parágrafos (diante disso, além disso e portanto). Além disso, constrói uma tese clara na introdução e dois bons argumentos com forte embasamento e justificativa argumentativa; configura autoria, ao escrever propostas de intervenção para os dois problemas apresentados e ao retomar no desfecho da conclusão a série que inicia o texto, construindo um texto circuito; e desenvolve uma proposta completa com agente, ação, meio, detalhamento e finalidade.

Tema: Envelhecimento da população brasileira

A Revolução Industrial, iniciada a partir do século XVIII, foi um marco na evolução da longevidade em todo o mundo devido aos avanços da Medicina e do surgimento de infraestruturas de saneamento básico de higiene. A partir desse contexto, observa-se, no Brasil, o aumento da expectativa de vida da população, o que traz inúmeros desafios para o País. Dessa maneira, é necessário analisar as consequências de tal quadro na vida do cidadão.

Sob esse viés, observa-se uma inversão da pirâmide etária brasileira, a qual faz com que a população economicamente ativa (PEA) diminua ao longo dos anos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a esperança de vida dos brasileiros era de 76,8 anos em 2020, o que leva a uma preocupação com os fundos previdenciários, uma vez que, sem o devido planejamento, há o risco real de muitos cidadãos não terem assegurado o direito de receber sua aposentadoria. Nesse sentido, é inadmissível que o Estado se omita diante dessa questão.

Ademais, é evidente o impacto da longevidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar dos avanços tecnológicos na Medicina, um população predominantemente idosa necessita, obrigatoriamente, de maior atenção à sua saúde. Essa necessidade é, inclusive, reafirmada no Estatuto do Idoso, o qual assegura tal direito de maneira gratuita e de qualidade a essa parcela social. Em função dessa demanda, os hospitais serão pressionados e, sem os investimentos necessários, haverá o comprometimento dos serviços hospitalares.

Portanto, é importante atentar para os desafios que o aumento da esperança de vida impõe à sociedade brasileira. Assim, cabe ao Ministério da Cidadania revisar as falhas no sistema previdenciário por meio de uma reunião com especialistas em Economia, para que os idosos tenham uma aposentadoria justa. Além disso, o Ministério da Saúde deve ampliar o acesso dos cidadãos aos serviços públicos de saúde. Tal ação deve ocorrer a partir do investimento em infraestrutura hospitalar, a fim de assegurar esse direito aos mais velhos. A partir dessas mudanças, a longevidade impulsionada pela Revolução Industrial não mais representará uma perspectiva problemática.

Pela Equipe de Redação do Colégio Qi

Comentário dos professores: É muito importante que o candidato observe o começo e o final do texto e perceba que recuperar o repertório utilizado (citação/ alusão) é uma boa estratégia para conquistar a banca em relação à competência 2. Na maioria dos problemas sociais, existe a participação tanto do poder público quanto da população, portanto usar o Estado e a sociedade como argumentos junto à tese representa uma boa alternativa para uma introdução mais prática de ser refletida no desenvolvimento. Utilizar expressões conectivas no início de cada parágrafo e entre as frases internas do texto é muito relevante para a competência 4, que avalia a qualidade e a quantidade das conexões empregadas.

Tema: Educação financeira

De acordo com o filósofo Kant, o homem é fruto da educação que recebe. Inegavelmente, tal máxima se confirma quando observamos o cenário brasileiro: por não terem acesso à educação financeira, os brasileiros sofrem com obstáculos para gerenciar e, consequentemente, ampliar a própria renda. Nesse cenário, tal problema ocorre por conta de questões políticas e culturais, que precisam ser combatidas.

Com efeito, é inegável que há um descaso governamental acerca da situação. Segundo Rousseau, as leis existem para encaminhar a justiça ao seu objetivo. Ocorre, porém, que a realidade nacional se afasta dessa premissa: mesmo que uma lei institua desde 2010 a educação financeira como conteúdo transversal a ser tratado nas escolas, são raras as instituições que orientam acerca do tema. Tal contexto se dá por conta da histórica precarização da educação pública e da evidente dinâmica conteudista que domina o sistema educacional do país. Por conseguinte, crianças e adolescentes desinformados acerca de como gerir as próprias finanças se tornam adultos inadimplentes no futuro.

Além disso, outro fator que interfere nesse contexto é o elitismo em torno da discussão. Apesar de ser inegável a recente democratização do acesso a informações sobre o tema, principalmente na internet – a partir de Youtubers como Nathalia Arcuri e Nath Finanças, por exemplo -, a compreensão acerca de produtos e conceitos financeiros ainda é restrita, de maneira geral, a certo grupo socioeconômico. Isso ocorre, muitas vezes, por conta da mentalidade de que esse tipo de educação deve ser destinado a quem tem altos rendimentos e de que estaria vinculado simplesmente à gestão de ações e outros investimentos. Assim, por desconhecerem noções básicas de economia, muitos indivíduos se encontram em condições de descontrole financeiro que podem prejudicar não só o presente, mas dificultar a velhice de muitos, visto que, nesse período, é necessária certa reserva para que se possa ter uma aposentadoria com qualidade de vida.

Torna-se evidente, portanto, que o problema é grave e deve ser combatido. Nesse sentido, é urgente que o governo aplique a lei que institui a educação financeira como conteúdo obrigatório em todas as escolas. Por sua vez, a mídia – já que é uma instituição com forte papel social – deve divulgar mais informações sobre o tema por meio de reportagens e notícias que abordem os benefícios de saber movimentar as próprias finanças. Essa medida tem o intuito de democratizar esse tipo de conteúdo e, com isso, diminuir a percepção de que apenas pessoas com muita renda precisam dessas orientações. Com a execução dessas propostas, é inquestionável que a premissa kantiana será percebida de forma mais positiva.

Por Marina Ferraz, professora do Colégio e Curso AZ, parceiro da Plataforma AZ

Comentário da professora: A redação apresenta a problemática a partir de uma máxima do filósofo Kant, na introdução, a qual configura repertório sociocultural legitimado, pertinente e produtivo. No desenvolvimento, argumenta acerca da falta de educação financeira no Brasil, relacionando a falta de atuação do governo e certa mentalidade da população como causas do problema. Nessa etapa, também são usados repertórios como a frase de Rousseau e referências a figuras públicas como Nath Finanças e Nathalia Arcuri. É importante frisar que basta uma referência legitimada, pertinente e produtiva para atingir a pontuação máxima no que diz respeito ao repertório. Na conclusão, o texto apresenta duas propostas: a primeira, curta; já a segunda, completa, pois apresenta todos os elementos exigidos pelo Enem. A proposta completa traz dois detalhamentos, do agente e do efeito, mas basta um para atingir a pontuação máxima nessa competência.

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Com informações do Geledés e do Extra.

Enem: 14 datas importantes que podem cair na prova

 

Caderno de provas do Enem 2021 — Foto: Ana Carolina Moreno/G1.

O aniversário de 200 anos da Independência do Brasil não é a única data importante que os candidatos devem conhecer para a prova do Enem. Por isso, O GLOBO ouviu professores especialistas no exame para apontar 14 efemérides para entrarem no radar dos estudantes. Elas podem aparecer não só na prova de Ciências Humanas, mas também nas avaliações de Linguagens e até Redação.

A lista teve contribuição de Diogo Lúcio Pereira Vieira, professor de História da Escola SEB Unimaster, parceira da Plataforma AZ de Aprendizagem; Ruth Borges, assessora pedagógica do sistema de ensino do Raiz Educação; e Rogério Silveira, professor de geografia do Stoodi.

Os Lusíadas – 450 anos (de 1572)

Escrita por Luís de Camões, um dos mais renomados autores portugueses, a obra foi a primeira epopeia portuguesa impressa, publicada em 1572. O livro aborda a viagem de Vasco da Gama às Índias, como pano de fundo para tratar do processo de expansão marítima e grandes navegações portuguesas. Para isso, utiliza referências religiosas do cristianismo e da mitologia greco-romana.

Independência do Brasil – 200 anos (de 1822)

Em 2022 completamos 200 anos da Independência do Brasil. O processo se iniciou em 1808, com a vinda da Família Real Portuguesa e da corte para nosso território. Normalmente atribuímos a nossa emancipação a D. Pedro I, mas um fato curioso é que a primeira pessoa a assinar a declaração de ruptura brasileira com Portugal foi Leopoldina, esposa de Pedro, no dia 2 de setembro de 1822, dias antes da data oficial.

Revolta do Forte de Copacabana – 100 anos (de 1922)

O início da década de 1920 registrou uma grande agitação política no Brasil, marcada por rebeliões militares. O tenentismo foi um movimento político surgido entre os jovens oficiais das Forças Armadas. De caráter nacionalista e contrário às oligarquias da estrutura política da República Velha (1889-1930), ele representou a entrada da classe média urbana, de onde vinha grande parte desses oficiais, na política brasileira. O levante dos “18 do Forte”, no dia 5 de julho de 1922, foi o marco inicial.

Semana de Arte Moderna – 100 anos (de 1922)

Completando 100 anos em 2022, a Semana de Arte Moderna foi um evento ocorrido São Paulo e que atraiu artistas de todo o território brasileiro. Sua data não foi escolhida ao acaso, mas sim para comemorar o centenário da independência brasileira. No entanto, a Semana de Arte Moderna tinha o objetivo de introduzir novas tendências artísticas ao cenário nacional, rompendo com a estética europeia e buscando um abrasileiramento das artes, especialmente na literatura e na pintura.

Marcha sobre Roma – 100 anos (de 1922)

Em outubro de 1922, tinha início um dos momentos mais sombrios da História italiana: a ascensão do fascismo. Foi através da Marcha sobre Roma – movimento armado organizado pelo Partido Nacional Fascista – que Benito Mussolini chega ao poder na Itália traçando os caminhos para a perseguição política, para o autoritarismo e para o desenrolar da Segunda Guerra Mundial.

Centenário da criação da URSS – 100 anos (de 1922)

Em 1917, o país passou por duas revoluções. A primeira, em fevereiro, depôs o czar Nicolau II, enquanto a de outubro instalou um governo socialista sob o comando de Lênin. Após alguns anos de guerra civil, vencida pelo Exército Vermelho, a União Soviética foi formada em 1922. Com a morte de Lênin, Stalin, que participara da Revolução, conseguiu se consolidar no poder. Ele utilizou meios brutais, como a coletivização forçada dos campos, além de promover uma série de expurgos, assassinando grande parte de outros participantes do movimento de 1917 e oficiais do exército.

Conquista do voto feminino no Brasil – 90 anos (de 1932)

Após intensa campanha nacional, o voto feminino e secreto foi introduzido no Código Eleitoral Provisório de 1932. Mas só era permitido que votassem ou fossem votadas as mulheres casadas com o aval do marido ou as viúvas e solteiras com renda própria. O Código de 1934 retirou essas determinações, mas o voto feminino continuou sendo facultativo, com a obrigatoriedade prevista somente para os eleitores homens. Apenas em 1946 o voto passou a ser obrigatório também para as mulheres.

Revolução Constitucionalista – 90 anos (de 1932)

No ano de 1932, no primeiro governo da Era Vargas – Governo Provisório – eclodia em São Paulo um movimento revoltoso armado, que contava principalmente com a participação de jovens e de cidadãos insatisfeitos com o fim da política do café com leite e com a ausência de uma Constituição que definisse as diretrizes do presidente, dando a São Paulo menor destaque no cenário político. A morte de quatro jovens – Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo – deu coro ao movimento MMDC e fez com que o Brasil virasse os olhos para o estado e para a atuação do governo. Mesmo derrotado militarmente, o movimento teve uma vitória significativa: Getúlio Vargas convocou a Assembleia Constituinte que contou com forte participação dos paulistas.

Crise dos mísseis de Cuba – 60 anos (de 1962)

“Os treze dias que abalaram o mundo”. Assim ficou conhecido o período que mobilizou o mundo durante a Guerra Fria – disputa ideológica entre o socialismo soviético e o capitalismo estadunidense – por conta de uma possível guerra nuclear. Após a Revolução Cubana e uma aliança do país com a União Soviética, Cuba se preparava para receber um míssil nuclear em uma de suas bases militares a menos de 550 km dos Estados Unidos. Apesar da gravidade do acontecimento, foi essa crise que iniciou o período chamado de Coexistência Pacífica, com uma comunicação direta entre Moscou e Washington de modo a evitar um conflito da mesma proporção.

Massacre do Carandiru – 30 anos (de 1992)

Cento e onze detentos foram mortos no maior massacre em uma prisão brasileira. Esse evento foi não só um marco histórico, mas também um demonstrativo da falência do sistema prisional brasileiro. Apesar de estar completando 30 anos em 2022, ele não mostra um sistema prisional muito diferente do que vemos nos dias de hoje. Recebemos atualmente duras críticas relacionadas à superlotação de prisões, ao desrespeito aos direitos humanos e à falta de um processo claro de reabilitação e reinserção socioeconômica dos condenados, tema importante para a Redação.

Eco-92 – 30 anos (de 1992)

Eco-92 foi o nome dado à “Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento” estabelecida no estado do Rio de Janeiro. Ela reuniu os chefes de Estado de mais de 170 países numa discussão sobre o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Atualmente, com a questão do desmatamento da Amazônia Legal e a alta emissão de gases poluentes pela indústria e o desgaste ambiental causado pela agropecuária o tema se mantém em alta, sendo discutido pelas maiores potências.

Impeachment de Fernando Collor – 30 anos (de 1992)

O candidato mais jovem até então a assumir a presidência do Brasil, Fernando Collor foi acusado pelo seu próprio irmão de envolvimento em corrupção e desvio de dinheiro, o Esquema PC Farias. Com o escândalo vindo a público, as pessoas foram às ruas no movimento conhecido como Caras Pintadas, em que as pessoas pintavam seus rostos de verde e amarelo pedindo a saída do presidente do poder. Um fato curioso é que Collor acabou renunciando antes da votação do seu impeachment.

Rio + 20 – 10 anos (de 2012)

Vinte anos depois da Eco-92, a Rio + 20 abordou dois temas principais: “A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”, e a “Estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”, além de um balanço de tudo o que foi feito de melhorias para o meio ambiente naqueles 20 anos.

Lei das cotas – 10 anos (de 2012)

Em agosto, dez anos depois de aprovada, expira a lei que estabeleceu cotas para ingresso nas universidades e institutos federais, reservando 50% das vagas a alunos de escolas públicas (metade delas aos de famílias com renda de até 1,5 salário mínimo per capita). Ela instaurou ainda outro filtro: pretos, pardos, indígenas e deficientes passaram a ter, entre esses cotistas, uma fatia proporcional à participação na população. Antes de 2012, já havia políticas de ação afirmativa em diversos formatos. Ao disseminar a prática no país, a Lei de Cotas foi um marco.
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Com informações do O Globo e do Geledés.

Prazo para pedir isenção de taxa do Enem acaba nesta sexta-feira; veja como solicitar

Enem - Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O prazo para solicitar a isenção da taxa de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 e justificar ausência na edição de 2021 encerra no final dessa semana, na esta sexta-feira (15), às 23h59. O procedimento deve ser realizado através da internet, na Página do Participante.

A justificativa de ausência é para o participante que conseguiu a isenção da taxa de inscrição no Enem 2021, mas faltou aos dois dias de aplicação e deseja pedir isenção na edição de 2022. 

É importante destacar que a isenção da taxa não garante a participação no exame. Os interessados em realizar o Enem 2022, isentos ou não, devem se inscreverr na na Página do Participante.

Quem tem direito de solicitar a isenção?

Alunos que estão na última série do ensino médio em escolas públicas;Estudantes que cursaram todo o ensino médio em escola pública ou sejam bolsistas integrais em escolas privadas. Neste caso, os candidatos precisam ter renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio (R$ 1.818) por pessoa;Participantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por serem membros de família de baixa renda, e que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Quais documentos devo apresentar?

Identidade do participante e dos demais membros que compõem o núcleo familiar;Cópia do cartão com o NIS válido, no qual está a inscrição no CadÚnico;Declaração que comprove a realização de todo o ensino médio em escola pública ou histórico escolar do ensino médio, com assinatura e carimbo da escola;No caso de participante bolsista, acrescentar a declaração da escola que comprove a condição de bolsista integral em todo o ensino médio.

O resultado da solicitação de isenção e da justificativa de ausência será divulgado em 22 de abril. O candidato que não tiver o pedido aceito pelo Inep ainda poderá solicitar o recurso de 25 a 29 de abril. O valor da taxa de inscrição é de R$ 85.

Como uso as notas do Enem?

As notas do Enem podem ser usadas para ingressar no ensino superior, em universidades públicas e privadas, e para participar de programas federais como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
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Com informações do Brasil de Fato.