18 de julho de 2021
Semipresidencialismo é a nova tentativa de golpe, diz Lewandowski
Altaneira já tem 46,4% da população vacinada contra a Covid-19
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Integrante da Comunidade Quilombola da Bananeira, em Altaneira, recebendo a 1ª dose do imunizante. (FOTO/ João Alves). |
Por Nicolau Neto, editor
O município de Altaneira chega a metade do segundo semestre com 5.139 pessoas que receberam a primeira ou as duas doses e, ou, dose única da vacina anti-Covid-19.
Desses números, segundo a última atualização da Secretaria da sáude do município, 3.340 pessoas tiveram a 1ªD aplicada no braço, enquanto que com as duas esse número atinge 1.584. Já com a dose única 115 pessoas foram vacinadas.
Por essa última atualização, é possível constatar que com a primeira e com a dose única, Altaneira já atingiu a marca de 46,4%% da população vacinada de um total de 7.650 habitantes (estimativa do IBGE 2020). Se se levar em consideração só os dados da 1ª dose aplicada, 43,6% da população já recebeu o imunizante.
Vacinação por público
Ainda de acordo com as informações, 176 profissionais da saúde receberam as duas doses do imunizantes, enquanto que a população idosa acima dos 60 anos esse número fica em 941. Das 520 pessoas da comunidade quilombola da Bananeira, 457 já receberam as duas doses. A vacina aplicada a esse público foi da astrazeneca que tem um intervalo de tempo de três meses entre a primeira e a segunda.
Veja também: 30,2% da população de Altaneira já recebeu a primeira dose contra Covid-19
A força de segurança que comporta os policias militares e a guarda municipal também já receberam o imunizante. Os primeiros com as duas doses e o segundo só a primeira. 348 pessoas com comorbidades foram vacinadas com a primeira dose; 177 professores/as também com uma dose ; 945 pessoas do público em geral receberam a 1ª dose do imunizante e do grupo das gestantes e pueperas, 45 receberam a primera dose.
Outro dado importante importante é que não há nenhum caso de internação para tratamento da Covid-19, o que comprova a eficácia do imunizante.
17 de julho de 2021
Divulgada programação do Seminário Nacional de Mulheres Pretas e seus Saberes Periféricos, Acadêmicos e Artísticos
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(FOTO/ Reprodução). |
A
Rede de Professores Antirracistas promoverá entre os dias 19 e 25 de julho o Seminário
Nacional de Mulheres Pretas e seus Saberes Periféricos, Acadêmicos e Artísticos.
O evento que ocorrerá no Canal da
Rede no YouTube é totalmente gratuito.
Segundo
Lavini Castro, idealizadora da Rede, e Marina Gino, do CEAP, o seminário é uma homenagem ao Julho das Pretas, que o reconhece como sendo “uma construção do 25 de julho que tornou a
data em Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha enquanto
fruto de um movimento secular, do ativismo de nós, mulheres negras, traçado na
luta contra as opressões”.
O
evento será estruturado a partir de rodas de conversas virtuais com Mulheres
Pretas produtoras e disseminadoras de saberes periféricos, acadêmicos,
artísticos, dentre outros. Lavini destaca que são essas mesmas mulheres que
cotidianamente “em seus espaços de trabalho, pesquisa e luta auxiliam a
transformar a sociedade num lugar mais democrático, inclusivo e humano” e
parafraseando a filósofa, escritora e ativista estadunidense Angela Davis frisou “quando uma mulher preta se movimenta toda a
estrutura da sociedade se movimenta com ela.”
Para
fazer a inscrição clique aqui.
Clique aqui e
conheça o Canal da Rede no YouTube
O
Seminário irá ao ar remotamente a partir das 19h00. Abaixo a programação:
19 DE JULHO
MESA DE ABERTURA
19:00
Profª.
Doutoranda Mariana Gino- CEAP
Profª.
Mestra Lavini Castro- Rede de Professores Antirracistas
Graduanda
Yamim Lobo Ivanir dos Santos-UERJ/Campos São Gonçalo
Graduanda
Ana Gabielle – UFRJ
19 DE JULHO
QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA?
19:00
Giovana
de Carvalho Castro- Professora, Doutoranda em História (UFJF), Co-articuladora
do Centro Virtual da memória Negra (LABHOI/UFJF). Integrante do Coletivo Cabeça
de Nêga.
Selmara
de Castro Balbino- filha da Maria Lucia, Sergio Luiz o Sapateiro, moradora do
bairro Santa Cândida, militante do movimento negro, mestranda em Serviço Social
pela UFJF e integrante da coordenação geral do curso preparatório para PISM e
ENEM Luísa Mahin e fundadora do coletivo unidos Por Santa Cândida.
Aline
Nascimento Consultora de Diversidade e Inclusão. Mestre em Relações Étnico
Raciais. Professora de História.
Mediadora:
Ana Gabriella de Lima - Graduanda de Licenciatura em História na Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Pesquisadora da escravidão em uma perspectiva
afro-religiosa.
20 DE JULHO
QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA
NA EDUCAÇÃO
19:00
Profª.
Doutora Helena Theodoro- Coordenadora do LUPA/LHER/UFRJ
Profª.
Doutora Iamara Viana- Professora Historiadora
Profª.
Mestra Lavini Castro- Rede de Professores Antirracistas
Luane
Bento dos Santos- Doutoranda em Ciências Sociais na PUC-RIO. Mestra em Relações
Étnico-raciais/CEFET-RJ. Docente de Sociologia na Educação Básica. Iyawo de
Iemanjá no Ilê Axé Ialodê Oxum Karé Ade Omi Arô
Mediadora:
Yamim Lobo Ivanir dos Santos- Graduanda em Pedagogia UERJ/FFP.
Pesquisadora das Desigualdades sociais e Desigualdades escolares com foco nas
Unidades Socioeducativas.
21 DE JULHO
QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA
NA SAÚDE?
19:00
Naiara
Santos e Silva- Psicóloga (FMS), Analista em Formação (Col. Di Jeje), Formação
em Psicologia e Relações Raciais (Instituto Amma Psique e Negritude),
Especializanda Relações de Gênero e Sexualidade (UFJF)
Luciana
Alleluia- Enfermeira, especialista em saúde mental; doutoranda em Ciências do
Cuidado em Saúde/ UFF; Mestre em Ensino na Saude; Coordenação da Saúde do
Trabalhador Fiocruz - CE; membro dos núcleos de pesquisa: NERI(UFC)
NUPPSAM(UFRJ), COLETIVO NEGRO FIOCRUZ, NUPECCSE(UFF)
Domênica
Rodrigues - Professora, negra, feminista pelo auto Cuidado, integrante da coletiva
CAIANA e dos GTs de Ancestralidade, Comunicação e cultura e Mulheres da ABA-
AGROECOLOGIA, pesquisadora pelo núcleo JUREMA UFRPE. Educadora Griô em
formação e mestra em Administração Escolar.
Thatiane-
(AGUARANDO A MINI Bio )
Mediadora:
Denise Nascimento é integrante do grupo de artes cênicas e políticas As Ruiths,
Integrante do Coletivo Cabeça de Nêga. Mestranda em História pela UFJF e
especialista em História da África e Literatura e Cultura afro-brasileira ambos
pela Universidade Federal de Juiz de Fora.
22 DE JULHO
QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA NO MERCADO
DE TRABALHO?
19:00
Heloise
Costa - Palestrante l ESG l Diversidade & Inclusão l Internal Consultant
D&I at Nubank.
Waleska
Miguel Batista- Doutoranda em Direito Político e Econômico pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Mestra em Sustentabilidade e Graduada em Direito pela
Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Integrante do Grupo de Pesquisa
Estado e Direito no pensamento social brasileiro, vinculado ao Mackenzie.
Advogada e Professora.
Anna
Karla da Silva Pereira - Mestranda no Programa de Pós Graduação em História na
Universidade Católica de Pernambuco. Especialista em Gestão Pública. Integrante
do grupo de pesquisa Estudos transdisciplinares em história social: Relações de
Poder, política e instituições, organizou livro e tem artigos publicados nas
temáticas movimentos sociais, relações de poder, cultura afro-brasileira e
memória. Articuladora social, co-fundadora e membro da Executiva Nacional do
Frente Favela Brasil e integrante do Conselho Nacional do Pacto pela
democracia.
Monica
Francisco- Deputada Estadual pelo Psol, Presidente da Comissão de Trabalho,
Legislação Social e Seguridade Social na Alerj e Vice-Presidente da Comissão de
Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e
Procedência Nacional. Mônica também integra a CPI de Intolerância Religiosa.
Mediadora:
Stephane Ramos - graduada em História pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Mestra em História Comparada pela mesma universidade
(PPGHC-UFRJ) e Doutoranda em História Social pela Universidade de Brasília
(PPGHIS-UnB). Atua como educadora popular e suas pesquisas envolvem os temas da
História do Pós-Abolição no Brasil e História da Educação.
23 DE JULHO
QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA NA
RELIGIÃO?
19:00
Yalorixa
Márcia Marçal
Carolina
Rocha é Dandara Suburbana e vice-e-versa. É mulher preta, de Xangô, militante
antirracismo e educadora. Também historiadora e socióloga. Doutoranda no
IESP/UERJ, pesquisadora das violências sofridas pelas espiritualidades de
matriz africana há mais de dez anos. Autora do livro “O Sabá do Sertão:
feiticeiras, demônios e jesuítas no Piauí colonial” (Paco Editorial, 2015), que
analisa a perseguição às mulheres negras acusadas de bruxaria no Brasil colonial.
Também co-autora dos livros “Lâmina” (Arte Sabali, 2018) e “Inovação Ancestral
de Mulheres Negras: táticas e políticas do cotidiano" (Oralituras, 2019) e
Cadernos Negros volume 43 (Quilombhoje, 2021). Idealizadora do projeto Ataré
Palavra Terapia, que trabalha com escrita criativa, literatura negra e
autocuidado.
Andressa
Oliveira- Integrante do Movimento Negro Evangélico
Mediadora:
Mariana Gino- Coordenadora Pedagógica no Centro de Articulação de Populações
Marginalizadas (CEAP). Secrétariat Général du Centre Joseph Ki-Zerbo
pour l'Afrique et la Diaspora (CIJKAD). Doutoranda em História Comparada pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em História Comprada pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pós- Graduada em Ciência da Religião
pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2012), bacharela em Teologia pelo
Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora/ PUC-MINAS (2011), bacharela em
História pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013). Coordenadora do
Laboratório de História das Experiências Religiosas (LHER/UFRJ) e da
Coordenadoria de Experiências Religiosas Tradicionais Africanas,
Afro-brasileiras, Racismo e Intolerância Religiosa (ERARIR/LHER/UFRJ). Atua nos
seguintes grupos de pesquisa “Modernidade, Religião e Ecologia” vinculada a (PUC-MINAS),"Grupo
de estudos Áfrikas" (UFJF). É pesquisadora Associada na Associação
Brasileiras de Pesquisadores Negros (ABPN). Professora do Curso de Direito na
Universidade Cândido Mendes(RJ). Integrante do grupo de artes cênicas e
políticas As Ruiths.
24 DE JULHO
QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA NA
CULTURA?
19:00
Maria
Luiza Igino Evaristo- Filha da Nininha, adora bichos e esportes, graduada em
História, especialista, mestre e doutora em Ciência da Religião, professora e,
atualmente assessora na Funalfa/JF.
Margarete
Machado (Aguardando as informações)
Prof.ª
Dra Ana Lúcia Professora da Graduação UEM. Mestrado em História. Doutora em
Educação.
Doutoranda
em História - Departamento de História - UEM
Mediação: Lavini Castro. Educadora Antirracista. Mestre em Relações Étnico Raciais pelo PPRE/CEFET-RJ. Historiadora UFRJ. Criadora e Mentora da Rede de Professores Antirracistas. Pesquisadora de LHER/UFRJ e Membro da Coordenadoria ERARIR. Ganhadora do Prêmio Sim À Igualdade Racial do ID_BR
Patrulha Maria da Penha e as mulheres negras e periféricas
Sabemos
que violência doméstica é uma questão de gênero, e que estamos aqui para
combate-la, e um dos meios de enfretamento é a Patrulha Maria da Penha. Desde a
edição da Lei Maria da Penha em 2006 que a Policia Militar visa buscar formas
de enfrentamento mais eficazes, pensando nisso surgiu o que chamamos de
Patrulha Maria da Penha.
A
Patrulha Maria da Penha é uma iniciativa para proteger os direitos das
mulheres. Ela funciona como um policiamento comunitário, dando
suporte a mulheres que são monitoradas pelo patrulhamento policial, feito pela
Guarda Civil Municipal da cidade, através do telefone 153, que funciona como
central de atendimento às vítimas.
Mulheres
negras e periféricas, que já ocupavam os rankings de vítimas de violência
doméstica, foram as mais afetadas durante a pandemia. A medida é importante e
necessária, mas, chama a atenção para o acesso das mulheres periféricas ao
patrulhamento.
Já
que em grande maioria dos a Policia Militar se mostrou racista e misógina.
Precisamos entender e tomar conhecimento de como essas abordagens estão sendo
feitas, porque quando uma patrulha está na comunidade, o preconceito, a
discriminação está presente.
A LUTA NÃO PODE PARAR!
Pesquisadoras de dança nordestinas lançam documentário sobre raízes do maculelê
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(FOTO/ Divulgação). |
Preservar a memória da dança afrodiásporica é uma das motiviações que levou a brincante e contramestra da Escola de Capoeira Angola Ifé, Gabrielle Conde, e a artista de dança, educadora e intérprete, Bruna Mascaro, produzirem um vídeo documentário sobre as origens do Maculelê. Expressão artística que simula uma arte marcial através da dança, faz parte da identidade cultural negra nordestina e será abordada através de representantes históricos das cidades de Salvador e Santo Amaro, ambas na Bahia. A produção audiovisual fica disponível no canal do projeto no YouTube a partir deste sábado (17), às 18h.
“Foi pensando para trazer de volta a prática corporal do maculelê, mas, também, para termos um registro oral, como uma espécie de atualização dessa cultura. Isso, tendo em vista que muitos grupos aderiram à uma prática de 'capoeira gospel’, trazendo elementos do fundamentalismo religioso às práticas de origens africanas e afroameríndias. Por isso, queremos, com o projeto, reacender essa chama da importância da gente salvaguardar as tradições e romper com uma lógica racista”, afirma a realizadora Gabrielle Conde.
A realização do filme faz parte do projeto "Entre paus, grimas e cacetes: o Maculelê construindo sentidos pedagógicos", pesquisa que reúne como fontes diretas mestres, mestras, pesquisadores e fazedores da cultura da região e as suas relações com a prática artística estudada. O projeto visa mostrar, também, a relevância das cidades para a construção da expressão.
“Nós fomos atrás do maculelê que ainda é feito e ressignificado e atravessado pelas pessoas que mantêm, mas que tem, ali, uma preocupação de preservar os fundamentos dos antepassados, como Mestre Macaco. Com isso, buscamos o enfrentamento de um racismo estrutural, institucional e religioso e que as histórias sobre a expressão sejam contadas de forma oral e por seus fazedores e fazedoras”, finaliza Conde.
Em junho deste mês, as pesquisadoras ainda promoveram, virtualmente, um encontro que apresentou a corporalidade do Maculelê, aprofundando os participantes na mistura de dança. Movimentos do corpo, canto e percussão, estruturados em princípios que se alternam entre jogo, luta, ritual e brincadeira, foram abordados durante oficina por videochamada.
A direção de fotografia e a montagem do próximo trabalho e pesquisa sobre o tema são realizadas por Rayanne Morais e a produção executiva é de Karuna de Paula, da Equinócio Produções. O projeto ainda conta com incentivo do Microprojeto Cultural, viabilizado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco (SECULT-PE). Mais informações e novidades podem ser acompanhadas pelo perfil do coletivo de pesquisa no instagram.
____________
Com informações da Alma Preta.
16 de julho de 2021
A pandemia não acabou
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Integrante da Comunidade Quilombola da Bananeira, em Altaneira, recebe 1ª dose da vacina anti-Covid-19. (FOTO/ João Alves). |
Por Francilene Oliveira, Colunista
Estamos iniciando um momento importante na retomada econômica no país. No Estado do Ceará, contamos com grandes avanços nos diversos setores. Porém, isso não significa acreditar que estamos livres da pandemia.
A pandemia afetou o quadro estrutural que movimenta um país. Diferente da Europa, o Brasil estagnou além da Saúde e Economia. Os aspectos culturais e sociais lidera o ranking dos abalos estruturais. A razão e a emoção tem papel fundamental, enfatizado em primeira instância dos aspectos citados. Uma doença que nos mostrou nossas principais doenças.
O desenrolar das emoções em todos os sentidos, abalou o mundo religioso, o sagrado e profano, o real sentido de espiritualidade e fé, foi exposto em praça pública. Nos tornamos verdadeiros juízes, em diversas bancadas. Anônimo, famoso, pobre, rico. A grande mídia, ou pequena mídia, é palco de grandes mudanças. A bancada do congresso perdeu espaço, e dessa vez, a voz do povo, é a voz de Deus. Com isso, o momento permite um respirar mais aliviado, a vacina trouxe a esperança que a maioria já havia deixado pelo caminho. A ciência, sendo proporcionadora de grandes feitos.
Acreditar se tornou mais possível com as notícias positivas da vacinação! Líderes políticos tomaram a frente de importantes decisões. Empresários se juntaram a luta pela vacinação e a flexibilização da retomada. E com sua grande influência, as grandes empresas sinalizaram de forma sutil a retomada que vivenciamos.
No entanto, devemos continuar nos cuidando. A batalha ainda não acabou! Vamos trabalhar, e recomeçar juntos. Ajudando a salvar mais vidas. Inclusive a nossa.
Nosso país cultiva fortemente a Cultura do Machismo
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Josyanne Gomes. (FOTO/ Arquivo Pessoal). |
A violência contra a Mulher não é só uma violência contra um corpo ou contra uma pessoa, outrossim ultrapassa barreiras físicas e limites visíveis. E esse elemento que ultrapassa aquilo que é permitido ser visto é justamente o fator pelo qual se começam as agressões e violência de fato. Muitos homens pensam que não são machistas porque nunca agrediram fisicamente uma mulher. Mas aí é onde começa o engano, a violência segundo a Lei Maria da Penha é caracteriza por cinco tipos, sendo elas: Física, Psicológica, Moral, Sexual e Patrimonial. Capítulo II, artigo 7, Incisos do I ao V.
Geralmente a violência se inicia de forma sutil, com piadinhas humilhando e menosprezando o valor da mulher, começa em expressões do tipo “lugar de mulher é na cozinha”, “mulher só sabe pilotar fogão”, “mulher nasceu para sofrer mesmo”, “mulher gosta de dinheiro fácil”, “tá nervosinha? Só pode ser tpm”, ser interrompida ao falar, ser questionada sobre seus pensamentos e ações e por aí vai. Todos esses exemplos caracterizam violência, pois machucam e ferem a alma da mulher.
Ser privada de trabalhar fora de casa, ou
trabalhar em cargo e função semelhante ao homem e ganhar menos é também
violência, além de Moral, Psicológica e Patrimonial. Parecem coisas comuns não
é mesmo? Afinal, nosso país cultiva fortemente a Cultura do Machismo. Sendo
assim, muitas pessoas acham que a violência é só quando ocorrem agressões
físicas graves ou até mesmo letais. Outros tantos beiram o cúmulo da ignorância
e mau caráter ao indagar se a culpa é da vítima. Pois, para a maioria dos
Brasileiros e Brasileiras é mais fácil julgar sem raciocinar é mais fácil
apontar o dedo do que estender a mão.
Rotular uma mulher pela roupa que ela usa,
pela forma que ela fala e pelo seu comportamento contribui e muito para que os
dados sobre a Violência Contra a Mulher só aumentem e os crimes assumam
proporções gigantescas e enredos de filmes de terror. Tudo começa na estrutura
invisível que atravessa o pensamento de uma sociedade, quem não se recorda da
morte da Jovem Eloá, que aos 15 anos de idade foi sequestrada, torturada e
morta pelo ex namorado? O caso da jovem infelizmente representa a narrativa mal
sucedida de tantas outras mulheres vítimas do machismo seguido por feminicídio.
Não raro estouram na mídia casos semelhante
envolvendo famosos, o que de uma certa forma traz a discussão à tona e nos
possibilita refletir e debater sobre os casos anônimos que conhecemos. A
visibilidade de casos como o da jovem Eloá, em 2008, e agora da Pâmela, em
2021, possibilitam-nos expor a violência sofrida por Marias, Antônias,
Franciscas, Cíceras, Reginas, Brunas, Gabis, Amandas, Eloisas, Márcias e tantas
outras mulheres que conhecemos e convivemos, quiçá, nós mesmas.
Não é exagero caracterizar o Brasil como um
país machista e que alimenta a cultura do estupro e violência de gênero, além
do racismo, homofobia, e outros preconceitos que bem conhecemos no dia a dia.
Se por um lado, existe essa cultura horripilante da violência em massa, e aqui
chamo atenção para a violência de Gênero. Por outro lado, existe muita
resistência e gente disposta a lutar, denunciar e combater os agressores e
criminosos.
Não podemos nos calar ou nos diminuir diante da violência, por mais que assuste, iniba e cause medo, não podemos paralisar, desistir ou nos entregar. É preciso que a gente fale cada vez mais sobre esses temas considerados tabu e polêmicos e que a gente exponha esses agressores, criminosos e os denuncie sem medo e sem receio. A luta sempre será a melhor resposta, que a gente uma forças e some cada vez mais em ações que acabem com esse tipo de barbárie. Juntas e unidas somos mais fortes!
15 de julho de 2021
Escravizada por 38 anos, Madalena Gordiano é indenizada com imóvel onde trabalhou
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Madalena Gordiano. (FOTO/ Divulgação). |
Madalena
Gordiano, de 48 anos, que foi mantida em condições análogas a escravidão por
mais de três décadas, será indenizada. O fato sete meses após conquistar a
liberdade ao fechar acordo com a família Milagres Rigueira.
Madalena
ficará com o imóvel da família que foi avaliado em cerca de R$600 mil. Segundo
informações constante no G1, o imóvel é o mesmo onde ela viveu nos últimos 15
anos. Além disso, também fica com um carro no valor de R$70 mil. A audiência ocorreu de forma virtual, no
Tribunal Regional do Trabalho da terceira região em Patos de Minas.
Para
Alexander da Silva Santos, advogado de Madalena, o acordo foi avaliado como
"uma vitória. Porque, se de um lado
o pedido foi muito maior do que efetivamente se conseguiu, por outro lado
sabemos que ações judiciais demoram muito tempo, podendo durar anos. "Ela
pediu para que trabalhássemos na conclusão desse acordo”, destacou ao G1.
De acordo com o Ministério Público Estadual, Madalena morava na casa dos patrões, não tinha registro em carteira, descanso remunerado e nem salário mínimo garantido e estava em condições análoga a escravidão desde os 8 anos em Pato de Minas.