![]() |
C |
22 de maio de 2013
Secretaria da Educação de Altaneira apresenta resultados do SPAECE 2012

20 de maio de 2013
Marilena Chaui diz que “A ditadura militar destruiu a escola pública”
![]() |
Você saia de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, se ia ser preso, se ia ser morto. Não sabia, lembrou M. Chaui Foto: Gerardo Lazzari |
Violência
repressiva, privatização e a reforma universitária que fez uma educação voltada
à fabricação de mão-de-obra, são, na opinião da filósofa Marilena Chauí,
professora aposentada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
USP, as cicatrizes da ditadura no ensino universitário do país.
"Você
saía de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, se ia ser preso, se ia ser
morto. Não sabia."
Chauí
relembrou as duras passagens do período e afirma não mais acreditar na escola
como espaço de formação de pensamento crítico dos cidadãos, mas sim em outras
formas de agrupamento, como nos movimentos sociais, movimentos populares, ONGs
e em grupos que se formam com a rede de internet e nos partidos políticos.
Chauí,
que "fechou as portas para a mídia" e diz não conceder entrevistas
desde 2003, falou à Rede Brasil Atual após palestra feita no lançamento da
escola 28 de de Agosto, iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo que
elogiou por projetar cursos de administração que resgatem conteúdos críticos e
humanistas dos quais o meio universitário contemporâneo hoje se ressente.
Rede Brasil Atual:
Quais foram os efeitos do regime autoritário e seus interesses ideológicos e
econômicos sobre o processo educacional do Brasil?
Marilena Chauí:
Vou dividir minha resposta sobre o peso da ditadura na educação em três
aspectos. Primeiro: a violência repressiva que se abateu sobre os educadores
nos três níveis, fundamental, médio e superior. As perseguições, cassações, as
expulsões, as prisões, as torturas, mortes, desaparecimentos e exílios. Enfim,
a devastação feita no campo dos educadores. Todos os que tinham ideias de
esquerda ou progressistas foram sacrificados de uma maneira extremamente
violenta.
Em
segundo lugar, a privatização do ensino, que culmina agora no ensino superior,
começou no ensino fundamental e médio. As verbas não vinham mais para a escola
pública, ela foi definhando e no seu lugar surgiram ou se desenvolveram as
escolas privadas. Eu pertenço a uma geração que olhava com superioridade e
desprezo para a escola particular, porque ela era para quem ia pagar e não
aguentava o tranco da verdadeira escola. Durante a ditadura, houve um processo
de privatização, que inverte isso e faz com que se considere que a escola
particular é que tem um ensino melhor. A escola pública foi devastada, física e
pedagogicamente, desconsiderada e desvalorizada.
Rede Brasil Atual:
E o terceiro aspecto?
Marilena Chauí:
A reforma universitária. A ditadura introduziu um programa conhecido como
MEC-Usaid, pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, para a América
Latina toda. Ele foi bloqueado durante o início dos anos 1960 por todos os
movimentos de esquerda no continente, e depois a ditadura o implantou. Essa
implantação consistiu em destruir a figura do curso com multiplicidade de
disciplinas, que o estudante decidia fazer no ritmo dele, do modo que ele
pudesse, segundo o critério estabelecido pela sua faculdade. Os cursos se
tornaram sequenciais. Foi estabelecido o prazo mínimo para completar o curso.
Houve a departamentalização, mas com a criação da figura do conselho de
departamento, o que significava que um pequeno grupo de professores tinha o
controle sobre a totalidade do departamento e sobre as decisões. Então você tem
centralização. Foi dado ao curso superior uma característica de curso
secundário, que hoje chamamos de ensino médio, que é a sequência das
disciplinas e essa ideia violenta dos créditos. Além disso, eles inventaram a
divisão entre matérias obrigatórias e matérias optativas. E, como não havia
verba para contratação de novos professores, os professores tiveram de se multiplicar
e dar vários cursos.
Rede Brasil Atual:
Houve um comprometimento da inteligência?
Marilena Chauí:
Exatamente. E os professores, como eram forçados a dar essas disciplinas, e os
alunos, a cursá-las, para terem o número de créditos, elas eram chamadas de
“optatórias e obrigativas”, porque não havia diferença entre elas. Depois houve
a falta de verbas para laboratórios e bibliotecas, a devastação do patrimônio
público, por uma política que visava exclusivamente a formação rápida de mão de
obra dócil para o mercado. Aí, criaram a chamada licenciatura curta, ou seja,
você fazia um curso de graduação de dois anos e meio e tinha uma licenciatura
para lecionar. Além disso, criaram a disciplina de educação moral e cívica,
para todos os graus do ensino. Na universidade, havia professores que eram
escalados para dar essa matéria, em todos os cursos, nas ciências duras,
biológicas e humanas. A universidade que nós conhecemos hoje ainda é a universidade
que a ditadura produziu.
Rede Brasil Atual:
Essa transformação conceitual e curricular das universidade acabou sendo, nos
anos 1960, em vários países, um dos combustíveis dos acontecimentos de 1968 em
todo mundo.
Marilena Chauí:
Foi, no mundo inteiro. Esse é o momento também em que há uma ampliação muito
grande da rede privada de universidades, porque o apoio ideológico para a
ditadura era dado pela classe média. Ela, do ponto de vista econômico, não
produz capital, e do ponto de vista política, não tem poder. Seu poder é
ideológico. Então, a sustentação que ela deu fez com que o governo considerasse
que precisava recompensá-la e mantê-la como apoiadora, e a recompensa foi
garantir o diploma universitário para a classe média. Há esse barateamento do
curso superior, para garantir o aumento do número de alunos da classe média
para a obtenção do diploma. É a hora em que são introduzidas as empresas do
vestibular, o vestibular unificado, que é um escândalo, e no qual surge a
diferenciação entre a licenciatura e o bacharelato.
Foi
uma coisa dramática, lutamos o que pudemos, fizemos a resistência máxima que
era possível fazer, sob a censura e sob o terror do Estado, com o risco que se
corria, porque nós éramos vigiados o tempo inteiro. Os jovens hoje não têm
ideia do que era o terror que se abatia sobre nós. Você saía de casa para dar
aula e não sabia se ia voltar, não sabia se ia ser preso, se ia ser morto, não
sabia o que ia acontecer, nem você, nem os alunos, nem os outros colegas. Havia
policiais dentro das salas de aula.
Rede Brasil Atual:
Houve uma corrente muito forte na década de 60, composta por professores como
Aziz Ab'Saber, Florestan Fernandes, Antonio Candido, Maria Vitória Benevides, a
senhora, entre outros, que queria uma universidade mais integrada às demandas
da comunidade. A senhor tem esperança de que isso volte a acontecer um dia?
Marilena Chauí:
Foi simbólica a mudança da faculdade para o “pastus”, não é campus
universitário, porque, naquela época, era longe de tudo: você ficava em um
isolamento completo. A ideia era colocar a universidade fora da cidade e sem
contato com ela. Fizeram isso em muitos lugares. Mas essa sua pergunta é muito
complicada, porque tem de levar em consideração o que o neoliberalismo fez: a
ideia de que a escola é uma formação rápida para a competição no mercado de
trabalho. Então fazer uma universidade comprometida com o que se passa na
realidade social e política se tornou uma tarefa muito árdua e difícil.
Rede Brasil Atual:
Não há tempo para um conceito humanista de formação?
Marilena Chauí:
É uma luta isolada de alguns, de estudantes e professores, mas não a tendência
da universidade.
Rede Brasil Atual:
Hoje, a esperança da formação do cidadão crítico está mais para as
possibilidades de ajustes curriculares no ensino fundamental e médio? Ou até
nesses níveis a educação forma estará comprometida com a produção de cabeças e
mãos para o mercado?
Marilena Chauí:
Na escola, isso, a formação do cidadão crítico, não vai acontecer. Você pode
ter essa expectativa em outras formas de agrupamento, nos movimentos sociais,
nos movimentos populares, nas ONGs, nos grupos que se formam com a rede de
internet e nos partidos políticos. Na escola, em cima e em baixo, não. Você tem
bolsões, mas não como uma tendência da escola.
Com
informações da Rede Brasil Atual

Inscrições abertas para especialização em Agricultura e Meio Ambiente

As
inscrições para o curso de especialização podem ser realizadas até o dia 7 de
junho de 2013. Os interessados deverão comparecer a sede da Fatec (Rua: Amália
Xavier de Oliveira, S/N – Triângulo), em Juazeiro do Norte,
das08horasàs11horasedas14horasàs20horas, portando os seguintes documentos:
Formulário de inscrição no local; diploma ou declaração de conclusão do curso
de graduação (fotocópia); curriculum lattes ou vitae; RG (fotocópia); CPF
(fotocópia); Histórico escolar da graduação (fotocópia); comprovante do
Pagamento da taxa de inscrição no valor de R$ 30 reais; e duas fotos 3x4
coloridas recentes. As inscrições também podem ser feitas pelos correios, desde
que o candidato mantenha contato telefônico com a coordenação do curso,
solicitando a reserva da vaga.
As
aulas acontecerão às sextas-feiras das 18 horas às 22 horas, aos sábados das 08
horas às 12 horas e das 14 horas às 18 horas, e aos domingos das 08 horas às 12
horas. Dependendo da carga horária da disciplina, as aulas serão realizadas uma
vez por mês, ou quinzenalmente. O investimento poderá ser facilitado em 18
parcelas iguais de R$ 180,00 (cento e oitenta reais). A taxa de matricula custa
R$ 150. Os egressos do Instituto CENTEC terão 10% de desconto na mensalidade e
os funcionários terão 20%.
De
acordo com o coordenador do Curso, Clayton Moura de Carvalho, o especialista em
agricultura irrigada e meio ambiente, tem potencialidade de disseminar
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que sejam aplicados de maneira
segura e responsável seguindo as tendências mundiais de desenvolvimento
sustentável da agricultura.
Com
informações da Assessoria de Comunicação do Instituto Centec e Assessoria DEP

Secretário de Agricultura de Altaneira participa de curso de Saneamento Básico
Secretário Ceza participa de curso de Sameamento Básico |
A
Associação dos Prefeitos do Estado do Ceará – APRECE, por intermédio da sua
Escola de Gestão Pública e da Secretaria das Cidades realizou nos dias 15, 16 e
17 do corrente mês, mo auditório da Companhia de Água e Esgoto do Ceará –
CAGECE, um curso de Administradores de Saneamento Básico.
O curso teve como público os 35 (trinta e cinco) municípios do Estado que já possuem seus planos concluídos. A finalidade do curso era capacitar técnicos e gestores públicos para administrarem com eficácia os planos de saneamento básico, visando garantir a sustentabilidade, além de dar maior autonomia a médio e longo prazo.
De
acordo com o Secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Altaneira, Ceza Cristovão
que, participou do evento foram levantados, entre outros temas, os aspectos
legais e institucionais, a gestão de serviços, as fontes de financiamento para a
implementação dos planos, tanto federal quanto estadual e, ainda, o papel de
cada entidade envolvida com o processo.
Na
oportunidade, o promotor Dr. Amisterdan ressaltou que “é imprescindível que os
planos estejam em conformidade com os princípios estabelecidos na legislação
específica, nos âmbitos federal e estadual, daí a importância do encontro.”
Ceza
Cristovão ressalta que tomando como premissa o suporte aos gestores municipais,
a APRECE, assinou em fevereiro de 2011 acordo de cooperação técnica com a
Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará e a
Companhia de Água e Esgoto do Ceará. Ele
lembra que a Lei Federal 11.445, de 5 de janeiro de 2007, torna obrigatória a
elaboração de planos municipais de saneamento e estabelece penalidades para
aqueles que não cumprirem, podendo, inclusive, tornar nulos os contratos de
prestação de serviços de saneamento básico e restringir o acesso de recursos
financeiros da União. “Dentro da programação que foi riquíssima, esteve no pico
dos debates o papel do TCM e do MP trazendo alertas aos gestores do não
cumprimento dos PMSB`s”, complementou o secretário.
Com
informações da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Altaneira

19 de maio de 2013
Historiadores encontram documentos inéditos no Arquivo Público
![]() |
Esqueleto demonstrativo da Construção de Brasilia |
Documentos
históricos sobre o planejamento e as primeiras etapas da construção de
Brasília, como alguns dos primeiros gráficos das obras da capital e mapas do
Planalto Central do século 19, foram encontrados pelo Arquivo Público do DF
(ArPDF) em acervos no Rio de Janeiro.
"Trata-se
de um conjunto fantástico de documentos textuais, fotos, recortes de jornais de
Brasília e Planaltina, além de Luziânia, Corumbá, Pirenópolis e outras cidades
goianas", diz o coordenador de Arquivos do ArPDF e historiador, Wilson
Vieira Jr.
Entre
os documentos há mapas sobre o Distrito Federal, Goiás, Planaltina e da área ao
redor da Pedra Fundamental da capital. Eles estavam nos acervos do Arquivo
Nacional e do Iphan. Os documentos são das décadas de 1950 a 1970.
Com
informações do clicabrasilia

Mãe Stella é a primeira ialorixá na Academia de Letras da Bahia
![]() |
Os artigos de mãe Stella para o jornal A Tarde são escritos à mão |
Não
sem espanto a mãe de santo Stella de Oxóssi recebeu a notícia de sua eleição,
na quinta-feira 25, para a cadeira 33 da Academia de Letras da Bahia, lugar
ocupado no passado pelo poeta Castro Alves. Ao contrário do hábito dos
candidatos nesta e em outras praças, Stella não tinha feito campanha. “Levei um
choque, pois é uma coisa que não é comum”, diz a ialorixá do terreiro Ilê Axé
Opô Afonjá, primeira mãe de santo acadêmica do País. “Depois vi que foi a
comunidade que proporcionou isso e achei uma recompensa.” A posse será em
setembro e ela confessa não saber exatamente qual seu papel na Academia.
O
título não é meramente honorífico. Mãe Stella publicou seis livros, bem mais do
que alguns imortais da Academia Brasileira. Nascida Maria Stella Azevedo dos
Santos, formou-se em Enfermagem pela Escola Bahiana de Medicina. Foi enfermeira
durante 30 anos até ser escolhida, em 1976, mãe de santo do Ilê Axé Opô Afonjá,
uma das casas de candomblé mais importantes e tradicionais do estado, fundada
em 1910. O último de seus livros é uma antologia dos artigos publicados
quinzenalmente no jornal A Tarde. Escreve à mão e suas “filhas” digitam o
texto. “Sou analfabeta em computador.”
Na
quinta-feira 2, a ialorixá completou 88 anos. Ela desce as escadas do sobrado
onde vive com certo esforço, mas sem o apoio de ninguém. Por causa da
dificuldade de locomoção, passa a maior parte do tempo no andar de cima da
casa. Só desce para acompanhar a cerimônia de culto a Xangô, orixá da Justiça,
às quartas-feiras, ou para receber visitas. Seu cérebro continua, porém,
afiado. “Envelhecer é uma briga constante entre o que a mente pode e o corpo
não deixa.”
A
ialorixá tem o costume de assistir ao noticiário na televisão, ler jornal e
revistas. “Gosto de saber das coisas. Se a gente não se informa, vira inocente
útil.” Em suas colunas de jornal, conta histórias antigas, fala de espiritualidade,
do candomblé e da atualidade. Em um dos textos mais recentes, criticou os
sacerdotes que confundem religiosidade com fanatismo e aqueles que utilizam a
religião como meio de enriquecimento, inclusive no próprio candomblé. “Alguns
acham que o barato da religião é ficar rico baseado na crença alheia”, provoca.
“Mas religião não é meio de vida.”
Bem
informada, ela acompanha as polêmicas entre líderes evangélicos e homossexuais.
O candomblé não é contra os gays e nele não existe a palavra pecado, explica.
“Se Deus consentiu que existisse, quem pode ser contra a homossexualidade? Se é
um assunto que não prejudica o outro, temos a obrigação de ser felizes.” Ela
desmente, com bom humor, a crença frequente entre gays de que o orixá Logun-Edé
seria homossexual, por aparecer na tradição como meio homem, meio mulher.
“Logun-Edé foi morar com a avó Iemanjá e, como era o único homem no pedaço,
passou a se vestir como as mulheres de lá. É mito que seja gay. Mas é um bom
mito.”
Na
Bahia, os seguidores do candomblé sofrem com o preconceito disseminado por
pastores evangélicos, mas esse não é assunto do seu interesse. “Não tenho tempo
para perder falando desse tipo de gente, para fazer guerra santa”, diz. “Porém,
até Jesus, se fosse deste tempo, iria procurar a defesa dele, não ia sofrer
calado.” Se a líder espiritual não fala, outros integrantes do terreiro estão
atentos e participam das articulações políticas contra a intolerância
religiosa. Mãe Stella lembra de quando Mãe Aninha, a fundadora do Opô Afonjá,
foi ao Rio de Janeiro, em 1934, se queixar a Getúlio Vargas da proibição ao
candomblé, e conseguiu. O Decreto 1.202 instituiu a liberdade de culto no País.
Tombado
como Patrimônio Histórico em 1999, o Ilê Axê Opô Afonjá foi fundado por Mãe
Aninha em uma enorme fazenda, que ocupava quase todo o atual bairro. Chamava-se
Roça de São Gonçalo. Mãe Aninha, com medo de o terreno ser confiscado pela
polícia, prática comum na época, foi ao cartório registrar a propriedade.
Quando o funcionário perguntou “Em nome de quem?”, a mãe de santo respondeu:
“Xangô”. Como não era possível, Mãe Aninha criou a Sociedade Cruz Santa do Ilê
Axé Opô Afonjá, com ata, presidente e tudo o mais, em nome da qual as terras
acabaram registradas.
“Ela
era uma mulher de visão. Costumava dizer que queria ver todos os filhos a
serviço de Xangô com anel no dedo, ou seja, formados”, conta Mãe Stella. Em
honra à matriarca, a escola Eugênia Anna dos Santos funciona desde 1986 no
terreiro. Atualmente, 350 crianças cursam o ensino fundamental. Além das aulas
de matemática, português e demais disciplinas, elas aprendem história e cultura
afro-brasileira, com noções da língua iorubá. Com o tempo, o terreno de Mãe
Aninha foi invadido e se transformou em bairro. Na parte interna do terreiro,
murado para evitar novas invasões, vivem atualmente cerca de cem famílias.
Mãe
Stella é a quinta sucessora de Aninha. Depois da fundadora vieram Mãe Bada, Mãe
Senhora e Mãe Ondina – a tradição do Opô Afonjá é de vitaliciedade e
matriarcado. Stella, cuja mãe morreu quando tinha 7 anos, foi criada por um
casal de tios, uma família de bens, “abastada”, como descreve. Seu tio era
tabelião e a menina negra estudou em boas escolas da capital baiana. Aos 13
anos, foi iniciada no candomblé a partir da sugestão de uma conhecida. Nas
biografias postadas na internet, diz-se que Stella apresentava então um
“comportamento não esperado”. Pergunto o que era exatamente. Mediunidade?
“Que
nada, era traquinagem. Eu, ao contrário das meninas da minha época, gostava de
jogar bola na rua, subir no bonde. Além disso, falava sozinha, tinha meus
amiguinhos que ninguém via. Aí alguém comentou: ‘Ela tem de fazer orixá’.” A
menina foi levada, primeiro, ao terreiro do Gantois, onde esperou muito tempo e
não foi atendida. A tia, brava, acabou por levá-la para “fazer orixá” no Opô
Afonjá, com Mãe Senhora. “Mãe Menininha costumava dizer: ‘Você só não fez santo
aqui por causa de um recado mal dado’.”
Tanto
o Gantois quanto o Opô Afonjá sempre foram frequentados por artistas e
políticos. O escritor Jorge Amado, o antropólogo Pierre Verger e o artista
plástico Carybé costumavam ir até lá para a cerimônia ou simplesmente para
bater papo com Mãe Stella. De Carybé ela recorda o jeito brincalhão. “Era um
molequinho.” Ao lado de Verger, a mãe de santo conheceu o Benin, mas se
encantou mesmo foi com a Nigéria, terra de seus ancestrais.
“A
Nigéria é Salvador, o clima, os costumes, as árvores. Uma vez dormiram uns
nigerianos aqui em casa, depois de viajar muitas horas e um deles, ao acordar,
olhou pela janela e disse: ‘Andei tanto para saltar no mesmo lugar’”, gargalha.
Sobre os políticos, fala que recebeu todos, de Antonio Carlos Magalhães a
Jaques Wagner, mas prefere não dizer o nome de seu predileto, para não provocar
ciúmes. Filha de Oxóssi, orixá caçador, Mãe Stella diz ter incorporado deste o
hábito de não falar muito. “Caçador fica atento, não fala. Quem fala muito se
perde. Os antigos diziam que quem fala muito dá bom dia a cavalo.” Ela adora
provérbios, tema de um de seus livros. “Sou uma menina tímida.”
Sobre
a morte, Mãe Stella conta que, no candomblé, o espírito vira ancestral. “Não
vou dizer que não me importo de morrer. Me importo, sim. Não gosto de morrer
porque gosto de viver.” E a sabedoria conquistada com o tempo, Mãe Stella, é
verdade? “É uma obrigação. Se Deus deu esse privilégio de viver tantos anos,
como não aproveitar? Agora, a gente está sempre aprendendo, ninguém é
completamente sabido”, ensina. “Aprendo muito com os jovens e com as crianças.
Eles têm cada saque tão interessante.”
Informações
Complementares: Carta Capital
Tags:
Academia de Letras da Bahia,
Bahia,
Candomblé,
cultura,
Educação

16 de maio de 2013
Encerradas Oficinas Preparatórias para a IV CNIJMA
![]() |
O professor Wiilliam Brito na abertura do encontro da Oficina Preparatória para a IV CNIJMA, na CREDE 18 |
O
Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Educação (SEDUC), mais
especificamente da Coordenadoria do Desenvolvimento da Escola e da Aprendizagem
(Codea) /Diversidade/Educação Ambiental e em parceria com a Coordenação da Comissão
Organizadora Estadual (COE), concluiu, no dia 3 de abril, a realização de 22
oficinas preparatórias regionais para a IV Conferência Nacional Infanto –
Juvenil pelo Meio Ambiente.
20
destas oficinas ocorreram no interior, uma em cada Coordenadoria Regional de
Desenvolvimento da Educação (Crede) e duas em Fortaleza, sendo uma com as
escolas da rede estadual e outra com as escolas da rede municipal.
O
Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA, representado pelo
Secretário Municipal da Educação, Deza Soares, a professora de Geografia
Socorro Lino, os alunos Erik, do nono ano e Thays, do oitavo ano, ambos da
Escola Municipal 18 de Dezembro, além de um Técnico da Secretaria da Municipal
da Educação, representado por este signatário, participaram no dia 22 de março
do corrente ano da Oficina preparatória para a IV Conferência Nacional Infanto
Juvenil pelo o Meio Ambiente em Crato, no Auditório da 18ª Coordenadoria de
Desenvolvimento da Educação - 18 CREDE.
A
iniciativa teve como objetivo orientar e subsidiar técnicos das Crede,
Secretarias Municipais e das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na
Escola (COM-VIDA), assim como professores e alunos dos Coletivos Jovens de Meio
Ambiente (CJ) e das Comissões de Meio, sobre o processo de realização da
Conferência no Ceará que, nesta edição, discute temas relacionados aos quatro
elementos da natureza: terra, fogo, água e ar.
A
próxima etapa da Conferência, que vai até o dia 15 de agosto, será a realização
de conferências escolares, processo que visa a elaboração de projetos sobre a
temática dos quatro elementos da natureza e escolha dos delegados para as fases
seguintes, que são: Conferências Municipais, Conferências Regionais,
Conferência Estadual, Encontro Preparatório e Conferência Nacional.
Participação assídua na Conferência
Nas
três conferências anteriores, o Ceará manteve a liderança brasileira no que se
refere à participação de escolas no evento. Em 2003, participaram 1.969
escolas; em 2005, participaram 2.196; e em 2008, estiveram presentes 2.241
escolas.
Veja: COMDEMA, Professores e Alunos de Altaneira participam de Oficina Preparatória para a IV CNIJMA

15 de maio de 2013
Milagres – CE terá Escola Estadual de Educação Profissional
![]() |
Município de Milagres, no Estado do Ceará |
Os
jovens do município de Milagres, distante 402 quilômetros da capital, passam a
contar com mais oportunidades de preparação para o mundo do trabalho a partir
de agora. Nesta quinta-feira, dia 16, às 19 horas, o governador Cid Gomes e a
secretária Izolda Cela inauguram a Escola Estadual de Educação Profissional
Irmã Zélia da Fonseca. Será a 92ª unidade com esta modalidade de ensino
entregue aos cearenses. Foram investidos R$ 7,6 milhões, provenientes do
Tesouro do Estado e Governo Federal, para construção, mobiliários e
equipamentos.
Nesta
escola, o aluno fará o Ensino Médio e escolherá um dos quatro cursos ofertados:
Enfermagem; Estética; Finanças e Rede de Computadores. Para defini-los, a
Secretaria da Educação (Seduc) observou a vocação econômica da região. O prédio
tem capacidade para atender até 540 alunos, em tempo integral, das 7 às 17
horas, de segunda a sexta-feira. A estrutura é composta de 12 salas de aula,
auditório para 201 lugares, biblioteca e dependências administrativas.
Para
colocar em prática o que aprenderam durante as aulas teóricas, os alunos vão
dispor também de Laboratórios Tecnológicos, de Línguas, Informática, Química,
Física, Biologia e Matemática, além de um ginásio poliesportivo e um teatro de
arena. Quando chegarem ao terceiro ano, o Governo do Estado propiciará o acesso
ao estágio curricular obrigatório e remunerado. É nesse período que o estudante
vai aprimorar suas habilidades, atitudes e competências individuais, desenvolvidas
durante a sua formação.
A
Escola Estadual de Educação Profissional Irmã Zélia da Fonseca faz parte da 20ª
Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede), localizada em
Brejo Santo, que já dispõe de três Escolas de Educação Profissional nos
municípios de Aurora, Brejo Santo e Mauriti.
Em
2008, o Governo do Estado assumiu o compromisso de implantar o Ensino Médio
integrado à Educação Profissional. Na ocasião, o atendimento começou em 25
unidades. Atualmente, as 92 escolas são responsáveis pelo atendimento de
aproximadamente 31 mil jovens, em cursos técnicos com três anos de duração. Até
2014, o Ceará terá um total de 140 EEEPs. As construções seguem o padrão
estabelecido pelo MEC para escolas profissionais, sob a supervisão do
Departamento de Arquitetura e Engenharia (DAE), vinculado à Secretaria da
Infraestrutura (Seinfra).
Informações
complementares: SEDUC - CE

Assinar:
Postagens (Atom)