‘Democracia Inabalada’: manifestações marcam 1 ano após atos golpistas de 8 de janeiro

 

Imagem mostra projeção no Congresso Nacional com os dizeres "Democracia nos une". (FOTO | Joédson Alves | Agência Brasil).


Uma série de manifestações foram marcadas em diversos pontos do Brasil para relembrar os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que completam um ano nesta segunda-feira (8). As manifestações planejadas para ocupar ruas e praças, aconteceram simultaneamente ao evento “Democracia Inabalada”, promovido pelo Palácio do Planalto, em Brasília, às 15h.

Na época, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), descontentes com o resultado da eleição que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes, em Brasília. Os prejuízos, que já somam R$ 12 milhões, são o resultado de vidraças depredadas, móveis danificados e raras obras de arte completamente destruídas.

Além do presidente em exercício, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, além de governadores, ministros, parlamentares e representantes da sociedade civil e do Poder Judiciário compareceram à cerimônia em Brasília.

Cerca de 500 convidados eram esperados na solenidade, que realizou a reintegração simbólica de uma tapeçaria de Burle Marx de 1973, vandalizada durante a invasão do Congresso, e de uma réplica da Constituição Federal de 1988 ao patrimônio público.

Atos em defesa da democracia

No Recife, os protestos aconteceram entre as 10h e as 11h30, em frente ao Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, bairro da Boa Vista, área central da cidade. Os atos em Aracaju, Goiânia e Salvador também aconteceram pela manhã.

Em João Pessoa, os atos ocorreram às 15h na Lagoa do Parque Solon de Lucena, seguidos por manifestações em Belo Horizonte, às 16h na Casa do Jornalista e em Vitória, às 16h30 na Assembleia Legislativa do Espírito Santo.

Durante os eventos, os manifestantes pediram a condenação de todos os envolvidos nos atos golpistas, assim como o fortalecimento da democracia através dos movimentos populares.

De acordo com os movimentos Brasil Popular e Povo sem Medo, outras concentrações acontecem nesta segunda-feira (8) em diversas outras capitais brasileiras.

Em São Paulo, a concentração está marcada para ter início às 17h, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), localizado na Avenida Paulista. No Rio de Janeiro e em Porto Alegre, manifestantes também se reúnem nesse mesmo horário na Cinelândia e no Sindicato dos Bancários, respectivamente.

Em Araraquara (SP), cidade onde o presidente Lula da Silva estava presente no momento dos atos golpistas, defensores da democracia vão se reunir no Sindicato dos Bancários, às 19h.

PF faz operação 1 ano após o caso

Um ano após a depredação de Brasília, o STF mantém 66 pessoas presas. Dos mais de dois mil detidos, 25 foram condenados a penas que variam de dez a 17 anos de prisão, em regime inicial fechado, por associação criminosa armada, abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e depredação de patrimônio protegido da União. O STF planeja julgar 146 réus até abril de 2024 em dez sessões virtuais.

Na manhã desta segunda-feira (8), a Polícia Federal (PF) cumpriu uma série de mandados de busca e apreensão contra suspeitos de financiar e fomentar os atos golpistas contra as sedes dos três Poderes, em Brasília. Em uma das operações, um policial militar de Rondônia teve um arsenal apreendido.

Segundo o ministro do STF Alexandre de Moraes, as ações da operação “Lesa Pátria” são uma continuação da investigação iniciada após os atos antidemocráticos. As informações coletadas subsidiaram o relatório da CPMI dos Atos Golpistas no Congresso, assim como as decisões judiciais relacionadas ao caso.

Personalidades se manifestaram

Ao longo do dia, ministros e parlamentares se posicionaram sobre a importância de defender à democracia brasileira diante dos ataques da oposição à Constituição nacional.

Em suas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou o compromisso do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF com a Constituição do Brasil ao declarar que “a defesa da Carta Magna é dever de todas e de todos” e declarar que “a democracia nos une”.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, garantiu a sua presença na exposição “Reconstrução, memória e democracia”, em Brasília, no evento organizado pelo Palácio do Planalto.

Além deles, nomes como o deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a deputada estadual por São Paulo Ediane Maria (PSOL) e a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), também se manifestaram.

Os ataques antidemocráticos que foram realizados há um ano não podem ser esquecidos. Brasília viveu um pesadelo, porém a democracia venceu novamente! Seguimos na luta para manter a nossa democracia intacta e não haja mais tentativas de golpes. O Brasil precisa de união”, escreveu Benedita da Silva.

Anielle Franco, educadora e ministra da Igualdade Racial do Brasil, também se manifestou e relembrou sua chegada ao Palácio do Planalto e a surpresa no dia dos atos golpistas, classificados por ela como “um dos maiores ataques anti-democráticos da nossa história”.

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Com informações da Alma Preta.

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