Imagem mostra crianças fantasiadas brincando juntas em um playground. (FOTO | Letícia Pontual). |
Passatempos como amarelinha, pique-esconde ou cabo de guerra não são uma tradição exclusiva do Brasil, eles também costumam entreter crianças em países como Angola, Moçambique, e São Tomé e Príncipe.
Esses são apenas alguns exemplos das mais de 100 brincadeiras registradas no “Catálogo de Jogos e Brincadeiras Africanas e Afro-Brasileiras”, que reúne brincadeiras populares no Brasil e em seis países africanos que também falam português: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Com o apoio do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) e do Itaú Social, o livro organizado pelas pesquisadoras Helen Pinto, Luciana Soares da Silva e Míghian Danae já está disponível gratuitamente em versão digital.
A iniciativa pretende ajudar professores e alunos, especialmente da educação infantil, a se aproximarem das diretrizes estabelecidas pela Lei 10.639, que há 21 anos tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas.
Além das similaridades com o Brasil, a obra lista passatempos incomuns para as crianças brasileiras, como o Nguec, jogo de pontaria da Guiné Equatorial, em que os participantes marcam pontos se conseguirem acertar um fruto da árvore Anguec com uma vara.
Na publicação, as pesquisadoras destacaram o compromisso em respeitar as diversas marcas de autoria, incluindo os traços característicos da língua portuguesa escrita por pessoas para quem ela é a segunda língua. Na visão das especialistas, “essa abordagem enriqueceu significativamente o conteúdo do livro“.
As autoras também ressaltam que, entre os objetivos, está a intenção de “fortalecer o diálogo entre países africanos de língua oficial portuguesa e o Brasil no âmbito da educação, fomentando a integração por meio de ações educativas que demonstrem a relação que há entre esses países nos mais diversos campos do conhecimento”.
“Queremos demonstrar que há mais possibilidades de integração entre nós para além das que habitualmente conhecemos, as quais podem ser alcançadas quando nos encontramos e passamos a saber mais sobre nós mesmos, aprendendo o que somos a partir do que fomos e projetando juntos o que desejamos ser”, conclui a apresentação da obra.
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Com informações do Alma Preta.
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