Garoto é vítima de racismo na escola(FOTO/ Getty Images). |
Um
garoto de 14 anos foi alvo de ataques racistas pelos próprios colegas de
classe, em uma escola de Belo Horizonte. As mensagens dos alunos em um grupo de
WhatsApp chegaram a citar conteúdos como "saudades de quando preto era
escravo". O caso aconteceu com alunos do Colégio Cristão Ver, na região
noroeste de Belo Horizonte, nessa semana.
Ao
Uol, o pai contou que o grupo foi criado pelos próprios alunos da escola para
estudarem conteúdo de uma prova que seria aplicada. Segundo ele, logo depois de
criado, seu filho começou a ser excluído e isolado das conversas. O garoto
decidiu sair do grupo e, logo em seguida, começaram os ataques racistas.
"Que bom que o 'neguin' não tá, já não aguentava mais preto naquele
grupo", disse um dos alunos. Outro disse "nem sabia que preto
estudava". Em determinado momento, um aluno em questão disse que "nem
sabia que preto podia ter celular" e "sdds [saudades] de quando preto
só era escravo", sendo respondido com "e sempre trabalhava".
O
garoto, vítima de ataques racistas, recebeu os prints de um colega que viu as
mensagens e o alertou. Logo em seguida o menino contou para o pai. "Eu
fiquei estarrecido, o dia acabou para mim", contou o pai, que, ao procurar
a escola, disse que eles se solidarizaram e marcaram uma reunião. "Pensei
que seria apenas eu, só que os pais dos outros alunos também estavam",
disse. Ele relatou que alguns dos pais presentes na reunião tentaram minimizar
o caso de racismo.
"Eles
se desculparam, mas o leite já foi derramado", disse o pai. Segundo ele, o
garoto está com sintomas de depressão. "Eles bateram muito forte não só na
minha família, mas no meu filho também. Hoje [ele] não foi disputar um
campeonato, não sai de casa e não está comendo", relata.
O
pai da criança que sofreu racismo informou ao Uol que procurou a Delegacia da
Criança e do Adolescente. Ele foi orientado a comparecer em outra unidade da
Polícia Civil, junto com seu filho, nesta segunda-feira, 20, para registrar o
Boletim de Ocorrência. O portal Uol tentou entrar em contato com o colégio,
porém não localizou nenhum representante ou a direção da instituição para
comentar sobre o caso.
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Com informações do Uol e do O Povo.
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